Capítulo XVII

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  O que tinha acabado de acontecer?
  Diego tinha se declarado para mim, me beijado, e eu tinha aceitado conhecer ele melhor para decidir se talvez daria certo ou não nosso relacionamento.
  Nosso...
  Naquele momento eu tive certeza de duas coisas:
  1) eu estava apaixonada por Diego.
  2) eu não queria me machucar.
  Diego não era o tipo de cara que daria em cima de uma garota como eu, quanto mais querer algo sério comigo? Seria deserdado do grupinho dele. Mas ele tinha dito em voz alta e me feito olhar dentro daqueles profundos olhos castanhos que sentia algo por mim...Que estava apaixonado...Como é que resisti a vontade de entregar meu coração de bandeja para ele? De onde tirei essa força?
  Mas agora teria a oportunidade de conhecer o verdadeiro Diego, não aquele babaca arrogante da escola, mas o que ele escondia. Aquele que enxugou minhas lágrimas na praça, que foi comigo na praia, que me levou a um piquenique no meu aniversário. E aí eu teria certeza se podia ou não entregar meu coração para ele.
  Eu sabia que quando se tratava de amor, de paixão, a gente precisava se arriscar, precisava confiar. O risco de um coração partido sempre existiria.
  Cheguei em casa me sentindo feliz, e entrei pela porta da frente.
  Sebastian, ainda afroxava a gravata ao redor do pescoço quando me viu, ele pareceu surpreso por me ver usando a porta da frente, eu entendia a surpresa dele. Meu pai sorriu quando fui até ele e lhe dei um beijo no rosto.
  - Olá pai.
  - Oi, meu amor.
  Liz soltou um som que mais parecia um rosnado.
  Ela sempre odiava qualquer demonstração de afeto de Sebastian para mim.
  - Oi Liz. - cumprimentei por educação e recebi em troca um olhar fuzilador, um "oi" tão seco quanto o deserto.
  - Vou para o meu quarto.
  - Mas vai subir para o jantar, não vai? - indagou meu pai.
  - Claro.
  - Ótimo, quero conversar com a família toda. - disse ele.
  A última vez que ele disse isso foi quando falou sobre nossa mudança.
  - Devo me preocupar? - perguntei um pouco apreensiva.
  - Não. É uma boa notícia.
  - Fico aliviada. - eu disse sorrindo.
  - Você está com um brilho nesses olhos lindos que fazia tempo que eu não via.
  Senti o rosto corar quando o primeiro pensamento que surgiu em minha mente foi Diego.
  - Acho que finalmente a vida está sorrindo para mim. - falei.
  - Saber disso só deixou meu dia ainda mais feliz. - ele disse - Vem cá, - ele levantou do sofá e me deu um abraço. Nesse momento Camille e Caíque entraram na sala.
  - Estou nauseada. - comentou Camille.
  Eu me afastei do meu pai sorrindo. E apertei levemente sua mão quando vi que ele ia repreender ela.
  - Deixe ela. Hoje ninguém vai estragar meu bom humor.
  Passei por minha irmã e peguei Caíque pela mão. Queria conversar com ele.
  Quando já estávamos em meu quarto. Ele perguntou:
  - Por acaso um rapaz chamado Diego tem algo haver com esse bom humor?
  - Tem sim.
  - Kate...
  - Ele se declarou para mim. - falei - Eu não gosto de esconder nada de você, então decidi te contar.
  - Ele se declarou? - Caíque sentou na beira da minha cama - Ele disse que gostava de você?
  - Disse que estava apaixonado por mim.
  Ele pareceu refletir sobre o que eu tinha dito e pareceu escolher bem as palavras antes de dizer:
  - Kate, me escute tá bem? Conheço o Diego, sei como ele flerta, como ele é apaixonável. - ele fez uma careta ao falar a última palavra o que me fez rir - Estou falando sério.
  - Eu sei. Caí, eu olhei no fundo daqueles olhos e vi sinceridade neles. Sei que é difícil acreditar, parece até impossível alguém como ele se apaixonar por mim. Sei que sou...feia. E que não sou um colírio para os olhos...
  - Você não é feia! E não é impossível alguém como ele gostar de você, só que...Desde que conheci Diego ele sempre se mostrou totalmente contra algo sério. Apesar que...Ultimamente ele tá mais quieto, vi ele dispensando a Bianca na festa, fiquei até chocado. Só não quero que ele a magoe.
  Eu lhe dei um beijo no rosto.
  - Amar é correr riscos, um coração partido faz parte, não é? E eu pedi um tempo para pensar. Fiquei meio que sem reação na hora.
  - Você gosta mesmo dele, né?
  - Sim. - suspirei - Eu queria não gostar, mas a gente não manda em nossos corações. Eu gosto de verdade dele.
  - E não vai contar sobre nós dois? Sobre nossa ligação?
  - Vou. Mas não agora.
  - Kate, minha irmã, eu só quero que você seja feliz. Eu te amo tanto, tanto.
  Eu passei os braços em seu pescoço e o apertei em um abraço.
  - Caíque, eu te amo muito, muito, muito! Também quero que você seja feliz, muito feliz.
  Ficamos abraçados por mais algum tempo até que eu levantei e o puxei junto.
  - É melhor subirmos, vamos jantar.

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