O que tinha acabado de acontecer?
Diego tinha se declarado para mim, me beijado, e eu tinha aceitado conhecer ele melhor para decidir se talvez daria certo ou não nosso relacionamento.
Nosso...
Naquele momento eu tive certeza de duas coisas:
1) eu estava apaixonada por Diego.
2) eu não queria me machucar.
Diego não era o tipo de cara que daria em cima de uma garota como eu, quanto mais querer algo sério comigo? Seria deserdado do grupinho dele. Mas ele tinha dito em voz alta e me feito olhar dentro daqueles profundos olhos castanhos que sentia algo por mim...Que estava apaixonado...Como é que resisti a vontade de entregar meu coração de bandeja para ele? De onde tirei essa força?
Mas agora teria a oportunidade de conhecer o verdadeiro Diego, não aquele babaca arrogante da escola, mas o que ele escondia. Aquele que enxugou minhas lágrimas na praça, que foi comigo na praia, que me levou a um piquenique no meu aniversário. E aí eu teria certeza se podia ou não entregar meu coração para ele.
Eu sabia que quando se tratava de amor, de paixão, a gente precisava se arriscar, precisava confiar. O risco de um coração partido sempre existiria.
Cheguei em casa me sentindo feliz, e entrei pela porta da frente.
Sebastian, ainda afroxava a gravata ao redor do pescoço quando me viu, ele pareceu surpreso por me ver usando a porta da frente, eu entendia a surpresa dele. Meu pai sorriu quando fui até ele e lhe dei um beijo no rosto.
- Olá pai.
- Oi, meu amor.
Liz soltou um som que mais parecia um rosnado.
Ela sempre odiava qualquer demonstração de afeto de Sebastian para mim.
- Oi Liz. - cumprimentei por educação e recebi em troca um olhar fuzilador, um "oi" tão seco quanto o deserto.
- Vou para o meu quarto.
- Mas vai subir para o jantar, não vai? - indagou meu pai.
- Claro.
- Ótimo, quero conversar com a família toda. - disse ele.
A última vez que ele disse isso foi quando falou sobre nossa mudança.
- Devo me preocupar? - perguntei um pouco apreensiva.
- Não. É uma boa notícia.
- Fico aliviada. - eu disse sorrindo.
- Você está com um brilho nesses olhos lindos que fazia tempo que eu não via.
Senti o rosto corar quando o primeiro pensamento que surgiu em minha mente foi Diego.
- Acho que finalmente a vida está sorrindo para mim. - falei.
- Saber disso só deixou meu dia ainda mais feliz. - ele disse - Vem cá, - ele levantou do sofá e me deu um abraço. Nesse momento Camille e Caíque entraram na sala.
- Estou nauseada. - comentou Camille.
Eu me afastei do meu pai sorrindo. E apertei levemente sua mão quando vi que ele ia repreender ela.
- Deixe ela. Hoje ninguém vai estragar meu bom humor.
Passei por minha irmã e peguei Caíque pela mão. Queria conversar com ele.
Quando já estávamos em meu quarto. Ele perguntou:
- Por acaso um rapaz chamado Diego tem algo haver com esse bom humor?
- Tem sim.
- Kate...
- Ele se declarou para mim. - falei - Eu não gosto de esconder nada de você, então decidi te contar.
- Ele se declarou? - Caíque sentou na beira da minha cama - Ele disse que gostava de você?
- Disse que estava apaixonado por mim.
Ele pareceu refletir sobre o que eu tinha dito e pareceu escolher bem as palavras antes de dizer:
- Kate, me escute tá bem? Conheço o Diego, sei como ele flerta, como ele é apaixonável. - ele fez uma careta ao falar a última palavra o que me fez rir - Estou falando sério.
- Eu sei. Caí, eu olhei no fundo daqueles olhos e vi sinceridade neles. Sei que é difícil acreditar, parece até impossível alguém como ele se apaixonar por mim. Sei que sou...feia. E que não sou um colírio para os olhos...
- Você não é feia! E não é impossível alguém como ele gostar de você, só que...Desde que conheci Diego ele sempre se mostrou totalmente contra algo sério. Apesar que...Ultimamente ele tá mais quieto, vi ele dispensando a Bianca na festa, fiquei até chocado. Só não quero que ele a magoe.
Eu lhe dei um beijo no rosto.
- Amar é correr riscos, um coração partido faz parte, não é? E eu pedi um tempo para pensar. Fiquei meio que sem reação na hora.
- Você gosta mesmo dele, né?
- Sim. - suspirei - Eu queria não gostar, mas a gente não manda em nossos corações. Eu gosto de verdade dele.
- E não vai contar sobre nós dois? Sobre nossa ligação?
- Vou. Mas não agora.
- Kate, minha irmã, eu só quero que você seja feliz. Eu te amo tanto, tanto.
Eu passei os braços em seu pescoço e o apertei em um abraço.
- Caíque, eu te amo muito, muito, muito! Também quero que você seja feliz, muito feliz.
Ficamos abraçados por mais algum tempo até que eu levantei e o puxei junto.
- É melhor subirmos, vamos jantar.
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Uma Chance para Recomeçar
RomanceA felicidade nunca caminhou lado a lado com Katherina Thomson, ela podia dizer que sua infelicidade começou quando foi abandonada pela mãe. A sorte também não parecia simpatizar muito com ela, era criada pelo pai e uma madrasta que a odiava. O mundo...