✳ Capítulo 32 - A APROXIMAÇÃO DOS DOIS ✳

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Acordei com dores no pescoço e nas costa.

Já estava atrasado, tomei um banho rápido e depois me lembrei dos outros e percebi que eles ainda não tinham acordado, então fui acordando todos eles e todos disseram a mesma coisa:
" Estou com sono, hoje não vou a escola"

Todos estavam mal.

Isso é que dá sair a noite quando sabes bem que no dia seguinte tem aula.

Cheguei 30 minutos atrasado, corri em direção a sala e por sorte o professor desse tempo ainda não tinha chegado.

Olhei em volta e percebi que a Brenda não estava presente, o que era estranho.

Não demorou muito para o professor chegar e começar a aula.

Tinha acabado de tocar o sino da saída, estava a deixar a sala quando sou parado por quem mais e por quem menos?  a Ariana.

O que me surpreendeu completamente.

— Wesley, eu sei que não sou muito amigável contigo, porém preciso te pedir uma coisa, quero te pedir  para ires ver a Brenda, ela precisa de ti.

— aconteceu algo com ela ? — perguntei preocupado.

— parece que ela não andou a comere acabou por desmaiar.

Bem que ela ontem não me pareceu muito bem.

Sem pensar duas vezes, já estava a caminho da casa dela, todo preocupado.

Fui atendido por uma senhora já de idade, e por acaso muito simpática que me em caminhou até o quarto dela.

Bati à porta

— não estou com vontade de ver ninguém —  disse.

Entrei mesmo depois do que ela disse, ela estava deitada na cama, de costas para mim.

Quando ela virou-se para mim, senti um baque enorme. A Brenda estava diferente, era estranho ver ela assim, tão frágil. Isso me quebrou por completo.

— Wesley... — falou e depois sorriu para mim.

— Oi — aproximei-me dela. Sentei na poltrona que  estava ao lado da cama dela — estás bem?  perguntei o óbvio.

— agora estou bem melhor — sorriu fraco.

— Bom, tenho aqui alguns cadernos —tirei-os da minha mochila — como faltaste... pensei que irias precisar de passar a matéria.

— obrigada, és demais — sua voz mostrava cansaço.

— eu sei que sou demais — tentei amenizar o clima entre nós, que estava muito tenso.

Ela riu.

— obrigada, todava estou sem vontade de ver cadernos e principalmente matérias — rimos.

— tens razão, que ideia a minha.

— deita aqui comigo.

Não consegui dizer que não. Aproximei-me e deitei do lado dela. Abraçou-me pela cintura de lado e deitou a cabeça no meu peito. Abracei-a e ela encolheu-se mais. Comecei a acariciar o seu cabelo.

A sensação era tão boa que se fosse por mim duraria para sempre.

 — desculpa — sussurrou. E senti que ela foi sincera.

— não pensa mais nisso, aliás, antes de pedires desculpas eu já tinha te perdoado. Te perdoei em todos os momentos — ela abraçou-me ainda mais forte.

Eu não conseguia sentir raiva dela, só conseguia sentir raiva de mim, por não conseguir odia-la.

Por não conseguir arrancar esse sentimento dentro de mim.

                               〰️ ❤️ 〰️

"Brenda"

Sentia-me tão mal e o que mais me machucava era tudo o que eu fiz e disse.

Sou uma idiota, racista.

Eu nunca mereci nada dele, por que uma coisa eu tenho que admitir, ele erabem melhor que eu.

Esses últimos dias estavam a ser tão negros, sentia-me uma morta viva, não tinha vontade de nada. É inacreditável isso. Mas o que sentia agora era pior do que todas as vezes que me senti desprezada pelos meus pais ou pelo mundo.

A dor era mil vezes pior, era incomparável por que só agora percebia o mal que fiz.

Fiuei felizr quando o vi na porta do meu quarto. Eu nem acreditava que ele estava ali.

Nesse momento eu estava abraçada a ele, acho que a cada minuto eu apertava ele com mais força, apenas para garantir que ele não me deixaria.

— Wesley...

—hummm

— obrigada

— pelo quê?

— por me perdoares, por seres desse jeito e... — desgrudei dele e sentei-me na cama. Ele fez o mesmo. Aproximei-me dele e comecei a acariciar o seu rosto, com delicadeza, enquanto olhava fixamente os seus olhos — por me dares a chance de mostrar que eu posso ser uma pessoa melhor, mesmo depois de tudo que eu já te disse, não sabes o quanto me doeu pensar na ideia de me odeiares. Perdoa-me por eu ser uma imbecil  — ele fez menção de me interromper, mas eu não o deixei — por achar que a cor da tua pele muda alguma coisa, eu sou uma...

Escutei batidas na porta

— sim — falei.

— posso entrar? — perguntou a Gina.

— Claro — Respondi.

— Trouxe algo para vocês comerem — deixou uma bandeja na cama — ainda não comeste nada, tens que comer tudo.

— Não te preocupes, ela vai comer — afirmou. Fechei a cara e ela retirou-se.

— Estou sem fome — Não estava com vontade de comer nada.

— Brenda, você tens que comer e vais comer.

E fui obrigada a comer tudo, não sabia que ele era tão chato assim.

Depois voltamos a mesma posição, era bom saber que ele estava a me dar uma chance, por que é o que eu entendi. Ele não falou nada, mas conjecturei.

Um novo eu, por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora