✳ Capítulo 29 - OUTRA VAGABUNDA PODE ME DAR HOJE ✳

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     "Naiara"

Sai do banheiro enrolada numa toalha e caminhei em direção ao guarda-roupa, onde tinha as roupas que ele me comprou, já que não trouxe nada, vim de mãos a abanar. Mas assim que tive a sensação de que tinha alguém a me olhar, olhei para a porta e me assustei assim que o vi.

— podias começar a bater na porta. — falei irritada.

— para comesse showzinho, eu já tive nua — falou e depois jogou um vestido na cama — vais jantar comigo com esse vestido e eu não estou a te pedir, se te comportares bem talvez verás hoje a nossa filha — disse e depois saiu.

Caminhei em direção a cama e depois parei e comecei a observar o vestido atentamente.

Era um vestido no formato em V, rosa, curto e solto em baixo.

A minha vontade naquele momento era pegar numa tesoura e cortar aquele vestido, pedaço por pedaço. Segurei o vestido. 

Maldita hora que eu fui me interessar por ele, a única coisa boa que ele me deu foi a minha filha. Eu não me arrependo de ter tido ela, mas sim de ter dado um pai como ele para ela, ele não a merece.

Começei a preparar-me, não queria discutir com ele de novo, e sinceramente, sentia medo do que ele poderia fazer se ficasse muito irritado, tinha medo de que ele me separasse da minha filha para sempre, ela é a pessoa mais importante na minha vida, eu daria a vida por ela.

Coitada da minha bebê, deve estar assustada, ela nem conhece ele, nem sabe que ele é o pai dela. Será que ele contou?eu tenho que ver ela.

Sai do quarto e caminhei em direção a escada, já no último degrau olhei para ele.

— Até que enfim, amei o vestido — fez um gesto com a mão, convidando-me a sentar.

Sentei-me na cadeira que ficava de frente para ele sem falar nada.

Ele só podia estar com algum problema, amei o vestido, claro que ele tinha que gostar foi ele que comprou.

O jantar foi horrível, não pela comida, mas sim pela companhia e aliás eu só conseguia pensar na minha filha e na raiva que eu sentia por ele, até agora não acreditava que ele mudou tanto, ele mudou da água para o vinho, não conseguia reconhecer mais ele.

Ficou um tempo a me observar até quebrar o silêncio.

— és linda —  saiu do lugar dele e sentou numa cadeira ao meu lado.

Acariciou o meu rosto e logo o meu estômago embrulhou, eu detestei ter ele a tocar a minha pele. Quando ele aproximou-se mais de mim e começou a beijar o meu pescoço, eu não aguentei, empurrei ele com toda a minha força e sai a correr em direção ao quarto, tentei fechar a porta, porém não consegui porque ele estava a empurrar do outro lado.

— Abri essa porta agora sua vaca ou tu nunca mais véras a nossa filha! — gritou e no momento em que escutei aquelas últimas palavras parei de empurrar e deixei-o entrar.

— Não me teste sua vagabunda. 

— deixa-me ver a minha filha, por favor — roguei.

—para com isso e tu não vais ver ela.

— não faz isso comigo, só peço um minuto.

— EU JÁ DISSE QUE NÃO! — segurou no meu pulso com força — e não penses que isso fica assim, mas não te preocupes, o que eu queria contigo outra vagabunda pode me dar hoje, mas não vai ser assim para sempre — jogou-me no chão. Levantei-me e fui na direção dele.

— EU ODEIO-TE , EU TE ODEIO, EU SINTO NOJO DE TI, SINTO NOJO QUANDO ME TOCAS, SINTO NOJO DOS TEUS BEIJOS, SINTO NOJO, NOJO!  — gritei enquanto batia várias vezes no peito dele. Atirou-me na cama e saiu.

Um novo eu, por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora