✳ Capítulo 9 - O PRIMEIRO BEIJO ✳

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" Brenda "

Ao reverso de mais cedo, o corredor estava vazio, apenas o Wesley e eu andávamos por ele, em um completo silêncio gritante. Sentia-me mal pelas minhas palavras de a pouco, não sabia como encará-lo, nem parecia eu. Por mais que eu tentasse não me importar, afinal eu sempre agi assim e nunca me senti mal por magoar alguém, no entanto com ele era diferente e isso me preocupava.

Giramos o colégio inteiro, mas não encontramos o Sr. Ronny.

 — Oque vocês fazem fora da sala? — perguntou a diretora.

— Estamos à procura do Sr. Ronny, precisamos que ele nos dê uns folhetos com exemplos de poemas, que a professora Kaylane, esqueceu de levar para a sala — respondeu o Wesley.

— Ah,sim. Eu os peguei por engano, estão na sala onde guardamos os materiais escolares e os materiais dos professores — retirou do bolso um molho de chaves, de diferentes cores — depois levem elas até a diretoria, vou estar lá — avisou. Antes de dar as costas para nós, disse: é a vermelha.

[...]

Ficamos um longe do outro à procura dos folhetos. 

"Aparecem logo", pensei nervosa, implorando.  "Acho que esses folhetos não estão aqui".

 Olhei para o Wesley pelo canto do olho, sem me atrever a falar. Tinha medo que ele me ignorasse, já que ele tinha razões para isso.

Falo ou não? Ah, Prontos que se lixe! 

Bati com força uma das gavetas ao fechar. O Wesley encarou-me.

— Eu acho que esses folhetos não estão aqui — falei. Ele não disse nada, simplesmente me ignorou. Mexeu numa gaveta.

Que pelo menos me tratasse mal, agora, me ignorar na maior cara de pau? 

Sou arrancada dos meus devaneios pela sua voz.

— Eh, tens razão, os folhetos não estão aqui — confirmou o que eu já tinha dito. Dei-lhe um olhar de "eu avisei". Ele foi até a porta e tentou abri-la.

— A porta não abre — disse aflito.

— Como assim não abre? — perguntei assustada indo em direção a porta.

Tentei abri-la. Sem sucesso. Forcei a maçaneta da porta com tanta força que acabei por arrancá-la.

— Arrancaste a maçaneta! Agora como é que vamos sair daqui?! — disse ele, em um tom elevado e áspero — só sabes estragar a minha vida — soltou, me acertando em cheio. Acho que preferia levar um soco do que ouvir aquilo.

Conseguia ver a raiva em seus olhos. Será que ele me odeia?

— Não é preciso falar assim comigo, poderia ter sido tu — falei, olhando-o. Tentei não demonstrar fraqueza.

— Claro que é preciso, é muito normal acabares com o meu dia — ironizou —por tua culpa eu sinto muita vontade de voltar para o meu país.

— Aposto que não estarias tão chateado se estivesses com a Kamilly em vez de mim.

— Sem dúvidas, ninguém merece ficar trancado contigo. Eu devo ter cometido o maior dos pecados — encarei-o em silêncio por alguns segundos.

Um novo eu, por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora