✳ Capítulo 3 ✳

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— É que... Tem muitas coisas na minha cabeça — falou rápido e com desespero. Fez uma pequena pausa, com os olhos num ponto incerto — a minha namorada me traiu com o meu melhor amigo, com o meu melhor amigo... — travou o maxilar.

Conseguia ver a dor nos seus olhos.

— Eu sei que isso deve doer muito, mas tu estás assim nos cantos pela tua namorada e o teu amigo? Eles não merecem que estejas a sofrer por eles, enquanto eles estão felizes por aí.

— Você não entende...

— Quem não entende és tu! A vida é assim, nem sempre será um mar de rosas. Agora se tu quiseres ficar aí triste fica! Mas saiba que eles estão sei lá a onde felizes, enquanto tu estás aqui a perder tempo a pensar neles.

—  Vocês vão ficar aqui? — questionou a Aniela. Segurou na minha mão e começou a arrastar-me em direção a entrada — deixa ele, se ele não quer se divertir, nós queremos. Agora vamos fazer algumas compras para ti e para mim — puxou-me em direção a uma loja de roupa de homens.

Entramos e ela pegou várias roupas e me empurrou  para o provador.

Vê se pode! Essa miúda é doida, mas até que foi divertido.

A cada roupa que eu experimentava, ia ao encontro dela, para ela dar a sua opinião. Experimentei várias roupas e ela não gostava de quase nada. Fiquei cansado.

Depois ela arrastou-me em direção a área dos sapatos. E lá estávamos nós de novo! Tive que experimentar vários sapatos, e de novo ela complicava, como: Esse não... aí depois de um tempo, sabe aquele que eu disse que não, agora quero que experimentes. Foi uma loucura!

Enquanto estávamos a escolher os sapatos, o telefone dela tocou e era os amigos dela a avisar que já haviam chegado. Então paramos tudo e pegamos o que íamos levar. Pagamos e depois saímos da loja.

— Eles estão com o Austin, parece que encontraram-se na entrada e agora estão à nossa espera para comerem —disse enquanto caminhávamos ao encontro deles.

Ela foi andando, enquanto eu parei,  porque percebi que o atacador de um dos meus tênis estava solto.

Amarrei e depois continuei a andar, até ver uma linda garota loira, de um loiro bem claro, de olhos azuis também claros, roubou toda a minha atenção, até a voz  da Aniela me tira dos meus devaneios.

 — Wesley, vem, está tudo bem contigo?

— Claro! —falei voltando a andar. Eles já estavam sentados numa das mesas. 

Antes de sentar cumprimentei a todos, com um simples: tudo bem? 

Eram quatro os amigos deles na mesa.

— Bom, esse é o meu primo Wesley, o que veio de Luanda, que fica em Angola . E Wesley, esse é o Edward, ele simplesmente disse um "tudo bem?", esse é o Feliks,  apenas soltou um "prazer", essa é a Raissa e essa é a Elmira — a Aniela apresentou-me ao grupo

Elas eram verdadeiras gémeas,  tão parecidas que não se notava quem era quem, era bem estranho.

— É bem difícil perceber no começo quem é quem, no entanto depois com o tempo acabas por notar a diferença entre elas - disse a Aniela, como se tivesse lido os meus pensamentos.

— Ok, ok, vamos lá fazer os pedidos —falou o tal Edward a levantar-se.

— Vão lá vocês rapazes, nós ficamos aqui à espera — disse a Aniela, a retirar o telefone da sua bolsa pequena preta.

— E o que é que as princesinhas vão querer? — perguntou o Edward com ironia.

— Folgada — proferiu o Austin, a sair da mesa.

Um novo eu, por vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora