capítulo 48

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Maria

Sinto que a cada dia a doença toma o meu corpo, minhas forças se vão a cada minuto, mas procuro sempre me manter forte.
Descobri que tenho leucemia antes da minha mãe engravidar do Heber Miguel meu casulinha.
Passei mal na casa de uma amiga, e a mãe dela me levou para o hospital, fiz alguns exames e todos comprovaram minha doença.
Proibi a mãe da Eduarda de falar para minha mãe, não queria que com a notícia ela perdesse meu irmão.

A doença só vem se agravando, porque só agora ela foi descoberta e não há mas nada o que se fazer.
Iniciei o tratamento, mas como não iria adiantar resolvi parar.

Procuro sempre está com meu namorado, com minha família, amigos e principalmente o meu casulinha o Heber Miguel.

Judite - Avisa a dama de companhia da minha mãe que quero ficar um tempo com meu irmão.

Peguei o Heber no colo e fui para o meu quarto com ele.

Maria - Sabe, eu te amo tanto, mas sinto muito em não poder te ver crescer até chegar na minha idade em diante.
Mamãe e papai realizou todos meus sonhos, e espero que eles  realize os seus também.
Sei que você não está entendo nada do que estou falando né seu sapeca. - Dou beijinhos no seu rosto.
- Mas então, deixei uns DVDs com algumas gravações pra você ok? Promete que vai ouvir? E deixei alguns CDs com os hinos que mais gosto.
Tem um DVD com todas as nossas fotos.
É maninho eu te amo tanto e espero que nunca se esque.... - Me entrego a escuridão e então o ar não entra mas em meus pulmões!

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Ayrim

A cada minuto que se passa mais sou tomada pela angústia.
Já faz algumas horas que o médico foi fazer a autópsia e ainda não voltou. Falando nele, o mesmo está se aproximando.

Médico - Ayrim e Silas, vocês sabiam da doença da Maria ?

Silas - Oi? Que doença

Ayrim - Não minha filha não tinha doença.

Médico - A Maria estava com leucemia, e pelo que vi estava bem avançada, mas não há vestígio de tratamento.

Herica - Com licença, eu e a Eduarda sabíamos da doença. - A mãe da Eduarda se pronuncia.

Ayrim - Como assim? Porque não falaram?

Eduarda - Tia quando a senhora descobriu que estava grávida a Maria ficou muito feliz, nossa ela não parava de falar sobre sua grávidez e o quanto ela tinha medo da senhora perder.
Passou alguns dias ela começou a se sentir mal, e começou ser frequente, até que um dia ela desmaiou lá em casa e minha mãe e eu corremos com ela para o hospital, não esse o outro perto da escola que estudamos. A médica pediu vários exames e todos diagnosticou e comprovaram que ela estava com leucemia. - Fala e começa a chorar

Herica - Ela nos fez prometer que não iríamos contar para você, porque ela não queria trazer preocupações para todos vocês e muito menos perder o irmão.

Ayrim - Não não minha Maria. Mas porque ela não fez tratamento? Porque ela não me contou depois que eu tive o Heber?

Eduarda - Ela começou o tratamento, mas o médico disse que já estava avançado, então ela resolveu parar. Mas agora não sei o porque que ela não contou depois da sua gestação.
Sinto muito, ela era minha melhor amiga.

Ayrim - Sabemos bem, obrigado por tudo, obrigado de todo coração.

Silas - O que importa é que ela foi em paz. - Fala e todos nós começamos a chorar.

2 Dias depois

Aqui estou eu, dentro da igreja de frente ao caixão da minha filha amada, não nasceu de mim, mas se tornou minha a partir do momento em que o Juiz bateu o martelo.
O Juiz veio de portugal para o enterro da minha pequena, foi algo que nos pegou de surpresa, não estávamos esperando por isso.

Estou segurando ao máximo para não chorar, mas as lágrimas insistem em rolar.

A igreja está lotada, tem muitos jovens e adolescentes, devem ser da mesma escola que ela.

A polícia de portugal trouxe juntamente o Juiz o pai biológico da Maria, sim ele errou muito com ela, mas não seria justo ele não está aqui. Por isso paguei tudo o que precisavam para estarem aqui.

Algumas horas depois

Aproximadamente 14:20 da tarde.

Pedi para que o velório não demorasse, não queria sofrer aquele martírio.

Minha linda menina hoje está lá no céu, menina doce, amável, sofreu tanto mas encontrou a felicidade.

Miqueias - Amor amor não me deixa, por favor. Eu te amo tanto. Você foi meu primeiro amor. - Corro para abraçar o que Miqueias.

Miqueias amava muito minha filha, ele fazia de tudo para ver ela bem.
De todos ele é o que mais demonstra sofrimento. Sim eu estou sofrendo muito, mas não estou demonstrando tanto o quanto ele.

Miqueias - Meu Diamante volta para mim. Não me deixa princesa. - Vejo que não vou dar conta então o Silas corre e afasta ele do caixão.

Ayrim - Filha viu o quando você foi e é amada?  Todos nós aqui te amamos, vai em paz meu amor. - Falo alto e claro para todos ouvirem.

Todos se levantam e aplaudem.

1 hora depois

Aqui estamos enterrando minha primogênita. Meu tesouro.

Pego meu Heber no colo e o levo para perto do caixão que neste momento está sendo colocado dentro do buraco.
Ele é tão pequeno, mas está sentindo muito. Ele começa a chorar assim que o caixão coleção a ser coberto pelo barro,ele mantém os olhos fixos no local.

Saímos dali com o coração na mão. A dor, a angústia, a tristeza nus toma profundamente.

Ayrim - Deus me deu, Deus tomou, bendito seja o nome do Senhor... - Começo a louvar e os demais me acompanham.

Estamos no carro indo para casa neste momento.

Quando chegamos decidimos ficar só, Silas, Heber e eu. Nos despimos e fomos para a banheira, nos três.

Silas - Nossa amor, tá doendo tanto.

Ayrim - Nem me fale, era para estarmos nos quatro agora fazendo bagunça na coxinha, ou na sala.

O silêncio se estalou, tomamos nosso banho e se deitamos na cama.
Coloquei o Heber no nosso meio e então dormimos.

O Dono Do Morro E A Cristã 2Onde histórias criam vida. Descubra agora