Capítulo 21 - 50 tons de azul

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(Uma semana depois)

Hoje é o grande dia, finalmente vou para a academia de dança. Levanto da cama com um pulo e vou direto para o chuveiro, após passar a noite inteira de ontem falando com Mathew pelo telefone me sinto mais confiante do que nunca.

Vasculho pelo guarda roupa procurando uma jaqueta e bem no fundo da gaveta encontro o moletom de Noah, aquele que ele me emprestou no pior-dia-da-minha-vida, lembranças daquele dia terrível voltaram a martelar minha cabeça, aquele moletom cinza estava exatamente do mesmo jeito que o deixei, joguei ele no fundo da gaveta pois queria fazer o mesmo com Noah, mas como sempre ambos voltam à tona. Droga.

Mat vem me buscar, ele quer ter certeza que eu não vou me perder ou dar de cara com um caminhão e todo esse tipo de coisa que acontece com pessoas sortudas como eu.

Ele toca a campainha diversas vezes na intenção de me irritar, mal sabe ele que eu não me irritaria com a sua visitar nem se ele viesse com uma faca.

—Você não vai acreditar —ele fala se jogando no sofá com a maior folga do mundo - eu não estava mais aguentando guardar esse segredo

— Desde quando você sabe guardar segredo? — pergunto rindo enquanto faço um delineado em frente ao espelho

— Desde quando eu queria que fosse surpresa — ele revira os olhos e me olha ironicamente, eu amava quando ele fazia isso

Mathew tira do bolso uma chave e chacoalha perto do rosto com um sorriso

— Comprei um carro e você vai ser minha primeira carona

Fiquei feliz com a notícia, ele realmente merecia tudo isso.

Enquanto eu procurava minha bolsa ele fala de como foi difícil achar um que fosse perfeito para ele, ele não queria algo que todo mundo pudesse ter, e jamais andaria por ai com um carro cinza, ele fala como acha patético escolher uma cor igual a dessa cidade tão estressante.

— Você pode pegar essa blusa em cima da cama para mim? — peço para Mat me arrumando as pressas

— Ah, é a mesma roupa que você estava usando... a deixa pra lá — ele entende o que estava havendo — quer se livrar dessa coisa? —ele olha da mesma forma que uma criança que está prestes a aprontar, eu adorei isso.

Descemos as escadas e andamos um pouco na calçada até o brilhante carro azul de Mat, eu achei lindo, e realmente combinava com ele, não era nada convencional.

— Que cor linda — falei

— É da cor dos seus olhos — ele diz rapidamente, como se já fosse falar aquilo

Ele estava literalmente flertando comigo e eu não pude conter o sorriso bobo que se formou no meu rosto, fiquei vermelha e ele percebeu e como ele é o Mat fez questão de tentar me deixar mais envergonhada ainda.

— Uma dama como esta não pode se prestar a um esforço tão grande assim, deixe que eu abro — ele fala segurando minha mão agindo de um jeito sexy muito forçado que fez aquela cena ficar mais engraçada do que podia

Fiz a mesma coisa e correspondi entrando no carro, nós dois somos tão idiotas

Ele coloca o endereço no GPS e logo nos perdemos, apesar do local ser bem perto do meu apartamento. Chegamos na porta e ele faz questão de descer do carro da mesma forma que fez anteriormente, e eu caio na risada de novo obviamente.

Era um prédio grande, e algumas pessoas estavam sentadas na calçada ao lado da academia, eu deveria ter ficado um pouco envergonhada de ter feito toda aquela cena com Mat na frente deles, mas não estou me importando com muita coisa ultimamente.

— Está entregue senhorita

— O que você vai fazer com aquela merda? — perguntei do moletom de Noah jogado no banco de trás

— Não se preocupe, vai ser o novo pano de chão do banheiro da cafeteria agora — ele diz me puxando para um abraço, estávamos nos despedindo e mesmo sabendo que eu o veria daqui a algumas horas fico irritada com o fato de ter que ficar longe, é tão injusto.

Antes de entrar fico um pouco nervosa, e ele tenta me deixar melhor. Ele me promete que caso seja um desastre encheríamos a cara durante toda a noite e eu esqueceria de tudo, e caso eu gostasse beberíamos da mesma forma para comemorar. Apesar de ser uma promessa besta eu me senti aliviada por ter ele ali em qualquer circunstancia, eu me senti segura.

Estufei o peito o máximo que consegui e entrei.

Aprendendo a dançar na chuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora