Saí do hospital por volta das 2 da manhã e cheguei na estação de metrô um pouco depois disso, sinto um vento forte e ligeiramente quente se chocar contra meu rosto gelado devido ao grande frio que fazia naquela madrugada, o vento causado pela chegada do vagão bagunça meu cabelo longo, entro e sento-me, olho pelo reflexo da janela e tento ajeitar um pouco a aparência, me assusta um ver a situação em que me encontro: olhos caídos de cansaço, olheiras nos olhos e todas essas características de quem acabou de perceber que de todas as profissões que podia ter tido escolheu a que a deixa parecendo um zumbi, encosto minha cabeça na janela e observo o pouco- quase nenhum -movimento da estação em que estava, havia um homem aparentemente bêbado dormindo no banco com a boca extremamente aberta, dois seguranças e um casal que apesar do ambiente sombrio pareciam estar em uma comédia romântica da Sandra Bullock, fechei os olhos por alguns segundos e imaginei se algum dia teria aquilo, já estava tão cansada de assistir comédias românticas sem saber quando viveria a minha, mas isso nunca aconteceria comigo, afinal sou eu.
Chego em casa e me jogo no sofá, minhas vistas estavam embaçadas de sono mas me deparo com Nick encolhido no canto da sala, apesar de não ser um dos animais mais simpáticos do mundo ele não chegava a ser tão deprimente, percebo que ele sequer tocou na ração e me preocupo, afinal comer era seu maior passatempo. Pego-o no braço e ele parece mole e sem reação, me desespero e decido chamar um táxi.
-Para onde a senhora quer ir? - Pergunta o taxista que tinha uma aparência um tanto peculiar, parecia um personagem caricato de desenhos animados.
-Para o veterinário mais próximo por favor, é uma emergência.
Depois de 20 minutos chegamos, pago e desço do carro o mais rápido possível, Nick ainda estava imóvel, nem reagiu a minha quase queda enquanto subia as escadas do único consultório de plantão na cidade. Ofegante, tento explicar o que aconteceu ao doutor, que ouve pacientemente e não se deixa levar pelo desespero da minha fala, ele toma Nick de meus braços e o abraça.
-Vai ficar tudo bem, não é garotão? - ele diz me deixando mais calma - Me chamo Noah muito prazer, vamos ver o que está acontecendo com ele, você pode esperar aqui um minutinho? Não se preocupe não vou deixar que nada de ruim aconteça com ele. - a fala doce e mansa de Noah me deixou confortável perante aquela situação, o jeito que ele usou as palavras realmente fez parecer que ficaria tudo bem, um pouco aliviada me sento na sala de espera e tento me distrair com a tv.
Depois de meia hora dentro do consultório ele sai com Nick.
-Parece que é apenas um desconforto estomacal, dê este remédio de 12 em 12 horas e ele ficará bem em pouco tempo- diz o doutor. - qualquer comportamento diferente você pode me ligar - ele entrega o seu cartão e dá um sorriso.
Agradeço e vou para casa, Nick parece se sentir melhor depois de ter tomado os remédios que o Doutor-sorriso-lindo passou, após todo esse susto finalmente descanso. Ps. 21 horas sem dormir.
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Aprendendo a dançar na chuva
RomanceCaren Miller é uma jovem que ao chegar em Nova Iorque para começar a nova carreira entra em uma jornada para descobrir mais sobre seus próprios medos, dúvidas e o amor, em meio a decepções e triângulos amorosos. A vida é uma grande oscilação entre m...