Entrando no prédio logo vejo Lívia, a ruiva que estava com o grupo da avenida, ela fica surpresa ao me ver.
— Não imaginei que fosse realmente vir — ela fala sorrindo
— Pois é, eu vim
Ela dá de ombros e me conduz até um corredor onde ficavam as salas. Lá estavam as pessoas que vi dançando aquele dia, e algumas não pude reconhecer, comecei a conversar com outras garotas e gostei do ambiente, era descontraído e leve.
Como era meu primeiro dia fiquei observando um pouco as pessoas, todos eram legais e divertidos, só Lívia que parecia estar bem incomodada com a minha presença e eu logo percebi isso.
Depois de algum tempo e alguns testes tive um tempinho de descanso, o professor queria que eu viesse novamente, acho que isso é um bom sinal, ele até falou de algumas competições que dão uma boa grana achei boa ideia aliás, estou precisando.
— Ei, como foi o teste? — Lívia pergunta curiosa
— Acho que fui bem, ele quer que eu venha de novo — falei entusiasmada
— Ah, que legal — ela fala de um jeito que me desanima um pouco — Posso te perguntar uma coisa?
— Claro — respondo
— Aquele cara que trouxe você, é seu namorado? — ela tenta fazer parecer sutil essa pergunta tão pessoal
Eu não soube como responder, quando se tratava de Mathew as coisas ficavam confusas para mim
— Ele é uma pessoa muito especial para mim, mas por que essa pergunta? — tento fugir da pergunta
— Vocês estão juntos ou não? — ela fala de um jeito um pouco rude, fiquei assustada com o tom de voz
— Pra que você quer saber? — retruquei já um pouco sem paciência
— Ele é meu ex — ela fala sem olhar pra mim
— E você ainda gosta dele?
— Acho que isso não é da sua conta — ela é totalmente áspera na resposta e me deixa irritada
— Desculpa, mas acho que com quem ele está ou não também não é da sua — respondo e ando até a porta
No mesmo momento Mat estaciona o carro em frente ao prédio, parecia ter sido ensaiada toda aquela cena, ele olha para o celular querendo me avisar que já tinha chegado, mas eu já tinha o visto, Lívia também e parecia espumar de ódio pela boca ao me ver saindo pela porta.
Tentei desfazer minha cara de deboche antes de entrar no carro, ele não sabia de nada disso, e eu não queria que ele soubesse, ela é uma ridícula.
— Me conta, como foi? — ele pergunta animado
— Acho que ele gostou de mim
— E as pessoas são legais? — na hora lembrei daquela vadia ruiva
— Algumas sim — respondo não querendo prolongar esse assunto
Ele percebe minha irritação e tenta me animar colocando uma música
— Temos muito a comemorar então — ele da aquele sorriso de lado que só ele sabe fazer.
Estacionamos na garagem do meu apartamento e decidimos ir andando até nosso bar favorito. Mat e eu conversamos o caminho inteiro e eu finalmente esqueço daquela garota que querendo ou não me deixou estranha com ele. Finalmente chegamos e logo começamos a beber, Mathew bêbado é a coisa mais fofa do mundo, seus olhos ficam pequenos e parecem até estar fechados, ele fica mais carinhoso que o normal.
Ele me segura pelo braço e encosta a testa na minha, finalmente era o momento que eu tanto esperava...
— Every night in my dreams, i see you, i feel youuu
Mat canta no microfone do karaoke, e todos estavam olhando para nós, apesar de não ter sido o que eu achava comecei a gargalhar da situação, Mathew estava cantando a música do titanic para mim, com o mesmo personagem que fez hoje e estava hilário, todos riram da performance desengonçada de Mat errando a letra
— Você gostou? —ele fala descendo do balcão que serviu de palco para ele
— Adorei
Ele se sentou novamente e ficou me encarando com um sorriso, realmente achou que arrasou no karaoke. Enquanto ele falava alguma coisa sem sentido eu observava seus olhos que pareciam estar completamente fechados, como pode uma pessoa como essa se envolver com uma vadia daquela? Lívia era o último tipo de pessoa que eu imaginaria com Mathew, eu decido guardar todo esses questionamentos para mim, afinal também não estou totalmente sóbria.
Decidimos que é hora de ir pra casa, passava de 2 da manhã e nós estávamos nos divertindo muito. Fomos caminhando até minha casa que não era muito longe e ele continuava falando coisas sem sentido mas que eram até interessantes.
— Eu vou dormir na casa da Caren —ele fala para um homem estranho que passa por nós, parecia orgulhoso de estar falando aquilo
— Achei que fosse segredo nosso —brinquei
— Quero que todo mundo saiba, eu estou com a mulher mais maravilhosa do mundo nesse exato momento—ele passa o braço ao redor do meu ombro —Morram de inveja, seus imbecis — ele grita para o vento
E eu estou com o cara mais maravilhoso do mundo, pensei.
... continua
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Aprendendo a dançar na chuva
RomanceCaren Miller é uma jovem que ao chegar em Nova Iorque para começar a nova carreira entra em uma jornada para descobrir mais sobre seus próprios medos, dúvidas e o amor, em meio a decepções e triângulos amorosos. A vida é uma grande oscilação entre m...