Capítulo 32 - Álcool e melancolia.

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Passei o resto da noite em claro, pensando em tudo o que aconteceu na noite anterior. Ligo para Andrew, ele e Jake ficaram no hospital para acompanhar Noah, presumi que eles estariam exaustos, afinal hospital não é o melhor lugar para passar a noite

— Como vocês estão, estou preocupada — falo assim que ele atende

— Tá tudo bem, já estão liberando ele, você vai querer vim para a casa do Jake? Vou ficar aqui com eles— Andrew fala com a tranquilidade de sempre

— Não, vou ficar aqui mesmo...

— Todo mundo vai vir, ainda é natal Caren, não fica assim

— Vou ficar por aqui mesmo, preciso ficar sozinha, se você aparecer aqui te derrubo de escada abaixo — falo rindo, mas fui sincera na parte de ficar sozinha

— Tá bom, mas você tem certeza?

— Absoluta

Eu realmente não tenho a mínima vontade de levantar, mas fiz esse esforço apenas para colocar ração para Nick e escovar os dentes, muita coisa passa pela minha cabeça e uma delas e que talvez as coisas tenham ficado mal esclarecidas com Mathew, e eu odeio quando isso acontece. Agora toda aquela rotina de ensaios voltaria, passaria o dia 31 e eu continuaria ensaiando sem tempo para feriados, sem tempo para nada, e tenho medo de não arranjar esse maldito tempo para falar com Mat. Seria quase uma missão impossível.

Mando algumas mensagens, e ele não parece querer tocar no assunto, foi totalmente imaturo nesse aspecto

você <11:43> : oi, por que você não atende? Eu preciso falar com você Mat, onde vai almoçar?

Mat ❤ <11:44>: Vim para a casa da minha mãe, lembra que eu tinha te falado? Não quero falar sobre isso agora... Quando eu estiver voltando para casa amanhã eu te ligo.

Mas ele não ligou.

Eu teria conhecido a mãe dele esse dia, se nada daquilo tivesse acontecido.

(seis dias depois)

Cansei de mandar mensagens, cansei de esperar a boa vontade dele. Esses últimos seis dias foram todos dedicados a competição e cheios de comentários maldosos de Lívia, mas eu já estava em um estado profundo de indiferença.

Lauren conseguiu alguns ingressos para um show que acontece todo réveillon, seria minha primeira vez lá e segundo ela sua milésima vez. Fico um pouco desconfortável em ir porque ela e Andrew estão muito grudados e conhecendo o jeito de Lauren tenho certeza que com o tanto de tempo que fico fora de casa algo aconteceu entre eles.

— Você não vai usar cinza no ano novo não né? — Lauren fala ao me ver vestindo a roupa

— Vou, desde quando isso interfere em alguma coisa?

— Desde quando essa cor é horrível — ela ri

Ela vestia vermelho da cabeça aos pés dizendo que atrairia o amor, tenho saudade da minha ingenuidade de quando eu também acreditava nessas coisas.

Quando escureceu pegamos o trem, todos pareciam estar indo para aquele show e estavam animados com isso, parecia que eu era a única pessoa no mundo que vestia cinza naquele dia, mas não liguei muito, combinava com o meu estado de espírito.

Chegando lá percebemos que estava lotado, quase sem espaço para transitar e aquela música alta misturada com a voz das pessoas me irritava. Mas eu decidi que aproveitaria essa noite então Andrew eu e Lauren começamos a beber, em alguns momento em que eles dois se flertavam descaradamente, eu continuava bebendo, e bebi muito.

Todos contavam regressivamente. 10, 9, 8. Eu não sentia meu rosto, e estava tonta demais para contar. 7,6,5. Meu olho começa a lacrimejar pois penso em tudo de bom que aconteceu esse ano e eu deixei ir embora, por isso não é recomendado misturar álcool com melancolia. 4,3,2. E um, os fogos de artifício explodem no céu, todos de cores e tamanhos diferentes, as pessoas se abraçam, parecem esperançosas com esse novo ano, eu não. Estou de cinza, olhando para a tela do celular, esperando uma mensagem dele.

E essa maldita mensagem nunca chega...

Aprendendo a dançar na chuvaOnde histórias criam vida. Descubra agora