Depois do Mundo ★ Livro 1 [FANTASIA/FIM DO MUNDO]

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TRILHA SONORA DO LIVRO
Toda a trilha sonora foi composta e produzida pelo autor originalmente para este livro https://soundcloud.com/brunodiedrichs/sets/saga-depois-do-mundo

ARTE DO LIVRO
Todas as imagens foram desenhadas à mão pelo Autor
https://brunodiedrichs.wixsite.com/brunodiedrichs

Nick chegou ao norte da cidade. Ser capturado não era opção, e rapidamente espalhou-se uma busca pelo menino. Sem alternativas, entrou num beco sem saída, e se abaixou atrás de alguns caixotes, e os mercadores rodearam o local à sua procura. Havia um alto muro, impossível de escalar, provavelmente feito para afastar os civis. Uma pequena pedra estava solta, e ele a empurrou, abrindo uma pequena abertura capaz de passar um menino como ele. Um dos mercadores se interessou em vasculhar aquela área, e Nick não pensou duas vezes, passando rapidamente pela fenda. Recolocou a pedra no lugar, e viu quando o mercador em vão procurou e desistiu, indo-se embora rapidamente.

– Ufa! – suou ele. – Essa foi por pouco!

Um grande corredor vedado mostrou-se, e sobre ele uma laje côncava como um grande arco, feita de pedras bem alinhadas e de encaixes firmes, impedindo a neve de invadir seus átrios. As paredes possuíam grandes colunas e sustentavam o peso daquela arquitetônica e trabalhada estrutura, e de imediato, ele ficou fascinado. Parecia um corredor feito para os grandes, para os reis.

Ouvindo ele passos, escondeu-se atrás de uma das colunas multiplicadas pelo caminho. Um Solker transitou entre os vãos, vigiando assiduamente o lugar.

– Soldados do império! – sussurrou espantado.

Solkers vestiam preto, máscara negra com aparência de gafanhoto e uma espécie de armadura em exoesqueleto resistente que também lembrava o inseto devorador, e permitiam carregar espadas e arcos. Seus capitães possuíam armas de fogo, praticamente erradicadas. Era o exército do império, o exército de Jáhva.

Nick preocupou-se e tentou evadir-se do local o mais rápido possível. Havia ordens para que os civis não transitassem pelas áreas do império, passível de execução. Ele seguiu por onde o soldado veio, e arrastando-se sutilmente pela parede, encontrou um cruzamento. Outro grupo Solker surgiu, e seu instinto o enviou para o lado oposto, e entre as colunas ele continuou até chegar num grande fosso com diâmetro capaz de engolir uma edificação inteira, totalmente trabalhado em pedras, e uma grande escadaria circular presa à parede, que conduzia a uma escura, profunda e tenebrosa queda livre. Nick engoliu saliva e desceu até certo ponto, e a escadaria o ofereceu um patamar e uma curta trégua. Uma estranha porta de madeira reforçada mostrou-se à vista, semiaberta, escura e arrepiante, convidando-o a entrar. Duas vezes não pensou, e desistiu da descida, passando pela porta, contemplando um longo e sinuoso corredor escuro, até chegar num local claro. Alguns caixotes de madeira atrapalhavam o caminho, mas não o impediram de passar, e pouco ele continuou até ouvir vozes em uma área aberta e vedada com outros caixotes. Ele encostou-se e abaixou-se silenciosamente.

Uma grande sala redonda com paredes altas e pouco iluminadas pelas tochas que a contornavam simetricamente surgiu, e no centro, um poço de grandes dimensões borbulhava em sangue, e uma grande porta fechada, feita de ferro fundido, com altura suficiente para passar um gigante protegia o lugar. As vozes se intensificaram atrás de uma parede que parecia emendar-se em outro vão, e das sombras surgiu o comandante Élder, o líder dos Solkers, acompanhado de dois soldados que vigiavam a grande porta. Havia um quarto homem, e Nick ouviu sua tenebrosa e aveludada voz, oculta diante de seus olhos, e espantou-se.

– Trago notícias, mestre – disse o comandante.

– Estou ouvindo! – respondeu a voz.

– Estamos perto de descobrir a entrada de Líliam.