31

4 2 0
                                    

– Tem que haver outro lugar! – Débora sussurrou.

– E se for subterrâneo? Talvez haja galerias, e o imperador tenha preservado – pensou Baldur.

– Temos que continuar procurando! – ela finalizou.

Eles desceram escadas e atravessaram alguns corredores sombrios e atormentadores, passando por áreas isoladas até chegarem numa câmara com uma grande porta. Urias tocou a porta e a admirou por um instante, tocando e reconhecendo a sua força e grandeza.

– O que protege uma porta como essa? – ele comentou.

– Seja lá o for, estamos na toca do diabo – respondeu Baldur.

– Melhor darmos o fora daqui! – sugeriu Débora.

– Vamos! – concordou Urias.

A porta abriu-se, e eles permaneceram assustados e imóveis, encostando-se ao canto, receosos e preparados, porém Jáhva surgiu vestindo um novo roupão, e vendo-os, estranhou a postura e comentou:

– Pelo visto tenho desempenhado bem o meu papel... – Ele recuou o seu semblante rapidamente e ordenou: – Vamos! Entrem!

Eles obedeceram e entraram assustados, e o tenebroso lugar com o poço de sangue ao centro mostrou-se a eles, e o corpo do alfaiate jazia ao chão.

Jáhva novamente estranhou e os examinou, rodeando-os.

– Novatos?

Eles emudeceram, e Urias desejou matá-lo, tocando levemente sua espada, esperando uma oportunidade.

Jáhva outra vez eu de ombros, e comentou:

– Eu pedi a este inútil para colocar bordas pratas neste magnífico roupão, e ele colocou cinza.

– Pra mim parece prata... – Urias sussurrou alto.

Jáhva virou-se a Urias, olhando-o profundamente e comentou: – Acho que precisa de alguns ajustes, soldado. – Depois transformou-se em demônio e Urias saltou para trás.

Baldur preparou-se para atacá-lo, caso ele continuasse contra Urias.

– Adoro carne abusada! – uma das serpentes lambeu os beiços.

– Tem um tempero extra! – disse a outra.

Jáhva andava vagarosamente e Urias recuava.

– O que foi soldado? O gato comeu a sua língua? Ou será que foi a cobra? – sorriu o imperador.

O comandante Élder entrou na câmara, e vendo a cena, suplicou:

– Mestre. Tivemos muitas baixas hoje, e precisarei de todo o contingente para sucesso de nosso plano.

Jáhva aproximou-se mais e suas filhas aguavam. Parou e retornou a sua forma humana a dois passos de Urias.

– Você acredita em Deus, soldado?

Urias tonteou um instante e respondeu, levantando suas mãos:

– Viva o Dragão! Viva o imperador!

Jáhva virou-se e deu de ombros.

– Pelo menos não é imbecil... – ele continuou: – Vamos! Retirem esse cadáver daqui!

Urias, Débora e Baldur pegaram o corpo e se retiraram, largando o cadáver em distância segura. Urias estava pálido e respirava aliviado.

– Essa foi por pouco! – disse ele.

– Ele é o Dragão? Nunca vi algo assim em toda a minha vida! – perguntou Baldur ainda assustado.

– Ele é o próprio diabo! – concluiu Urias.

Depois do Mundo ★ Livro 1 [FANTASIA/FIM DO MUNDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora