Depois do Mundo ★ Livro 1 [FANTASIA/FIM DO MUNDO]

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TRILHA SONORA DO LIVRO
Toda a trilha sonora foi composta e produzida pelo autor originalmente para este livro https://soundcloud.com/brunodiedrichs/sets/saga-depois-do-mundo

ARTE DO LIVRO
Todas as imagens foram desenhadas à mão pelo Autor
https://brunodiedrichs.wixsite.com/brunodiedrichs

Entre os veios da colina, lá estava ela: a caverna. Comum como todas as outras, porém invisível aos que tentassem procurá-la, não que alguém intentasse, mas todo cuidado é pouco neste mundo e eles sabiam bem disso. Assim vivem os homens agora. A tecnologia deu lugar ao rudimentar, e os luxuosos apartamentos de Ipanema foram resumidos a úmidas e frias cavernas.

Daniel afiava suas flechas, enquanto Elimar reconciliava-se com o sono, e o som de seu ronco era similar a um crocodilo faminto. Já o Mago era o cozinheiro e intelectual entre eles, e os livros e revistas o procuravam em suas buscas, tornando sua biblioteca vasta e colorida, ornamentada ao canto que ele tanto cuidava. Horas e horas ele passava em seus livros, às vezes como o herói, às vezes como o vilão, às vezes um bebê chorão, provocando risadas em seus amigos: "É triste esse final!", tentava justificar-se. Ele trouxe a panela, e a colocou num grande bloco de concreto ao centro, e distribui o coelho. Depois despertou Elimar, e este saltou animado sobre a borda.

– Estou faminto! – disse o grandalhão.

Os três comeram e ao final, Mago comentou:

– Só temos carne para mais alguns dias.

– A nossa área está ficando escassa. Os Jiraths devoram tudo! – completou Elimar.

Daniel permaneceu mudo e distante.

– Precisamos agir – sugeriu o Mago.

– Talvez buscássemos outro lugar – respondeu Elimar.

– É perigoso demais se expor, sabe disso.

– Poderíamos entrar escondidos em Emiliano, ou Santa Cruz.

– Não temos suprimentos para uma aventura com essa. Levaria semanas e nossos cavalos não suportariam.

– Então vamos ficar de braços cruzados?

Como em um despertar de um transe, Daniel manifestou-se:

– A Divisa.

Mago franziu a testa pouco visível pelo lenço, animado com a hipótese, ao mesmo tempo preocupado. Ele comentou:

– É habitado pelos gafanhotos gigantes.

– Exatamente. Há boas chances além da ponte – explicou Daniel.

– O que sugere? Que moremos lá? – perguntou Elimar um pouco perdido.

– Não, aqui estamos seguros. Temos água da montanha e abrigo do frio noturno – Daniel respondeu.

– Vai exigir toda nossa reserva de água e comida – explicou o Mago.

– É por isso que irei só – concluiu Daniel.

O grandalhão levantou-se nervoso, falando alto e atrapalhado.

– Ficou louco?!

– As chances são maiores – respondeu.

– Isso é suicídio!

– Ficar aqui esperando também é.

Elimar olhou para o Mago, buscando ouvir palavras de acordo e implorou: – Fale alguma coisa!

Mago terminou de engolir um pedaço de carne e concluiu:

– Leve a minha lança se precisar!

– Vocês fizeram complô? Só me faltava essa!