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Thális é o maior de todos os reinos do continente norte em extensão. O castelo e a praça estão localizados ao sul, na borda da cachoeira, e muitos vilarejos e cidadelas fortificavam-se próximos ao mar que os banhavam ao norte ou próximos ao rio que nascia nas longínquas montanhas ao norte e cruzavam todo o território, transformando-se na famosa e gloriosa cachoeira. Depois, o rio seguia o fluxo por Santa Cruz, até a Divisa, e enfim o Mar dos Reis.

A guerra aglomerava-se ao centro da cidade, e muitos povos espalhados pelas cidadelas não imaginavam o que estava acontecendo em sua capital. Era apenas questão de tempo para que a notícia se espalhasse, ou para que o exército imperial as conquistasse caso fosse vitorioso.

Daniel sobrevoou o centro de Thális, e a praça estava consumida pela guerra. Espadas disputavam corpos, e os gigantes levavam vantagens sobre os soldados. Ele concentrou-se, e montado sobre a Fênix atacou os Solkers com seu arco, derrubando muitos.

Alguns gigantes miravam Daniel, e grandes blocos de pedras eram lançados em sua direção, mas ele facilmente desviava, deixando-os irados. Ele pensou rapidamente e deu alguns rasantes, agarrando os gigantes e os soltando na cachoeira, e aos poucos todos eles foram expulsos das terras. Após todo esse esforço, o pássaro tonteou, e Daniel decidiu pousar.

– Descanse um pouco. Vou precisar de você mais tarde!

A Fênix desceu, e Daniel saltou dela, acariciando-a. Ela flamejou e virou cinzas, e ele pegou seu arco, batalhando contra os Solkers, ajudando os soldados de Thális. Ele mirava e derrubava um soldado, sempre repetindo a ação, até que enxergou Élder ao centro da praça, derrotando facilmente alguns Thalianos. Daniel caminhou para confrontá-lo, e Élder o esperava ansioso.

Um Solker posicionou-se em frente ao comandante, e tencionou seu arco para Daniel, intentando acertá-lo. Daniel também tencionou seu arco e mirou o soldado e ambos aguardavam quem daria o primeiro disparo.

Daniel sorriu debochado e o soldado disparou.

Daniel também disparou, e sua flecha acertou a flecha de seu inimigo no ar, partindo-a em dois.

O Solker se assustou. Nunca viu alguém realizar tal proeza e antes que se recuperasse, Daniel o atingiu com outra flecha em sua testa, caindo ele morto ao chão.

Élder o admirou e comentou:

– Um homem que pode voar, derrotar gigantes e acertar uma flecha no ar é sem dúvidas um grande troféu para a minha coleção.

– Já não bastam os filhos inocentes que você matou?

– Matei tantos... Como eu poderia saber?

– Se lembrará quando se juntar a eles...

Daniel buscou uma espada ao chão e manejando-a preparou-se para o combate. Élder puxou uma bela espada e também ficou preparado. Eles correram e travaram uma veloz e precisa luta de espadas, hora atacando, hora defendendo, recuando ou invadindo o espaço de seu oponente, e a luta permaneceu equilibrada por um longo tempo. Daniel e Élder cruzaram suas espadas ao centro e mediam forças, até que o comandante acertou um chute no peito e Daniel caiu, rolando para trás.

– Você é homem de guerra – comentou o comandante. – Matou tantos quanto eu. Não há diferenças entre nós.

– Não sou como você.

– Não? – Elder sorriu irônico.

Daniel levantou e ambos continuaram a trocar golpes de espadas com ataques velozes, e pouco se via cruzar o fio no ar, salvos sempre pelos habilidosos reflexos, mas Élder teve uma leve vantagem e cortou o braço de Daniel.

Depois do Mundo ★ Livro 1 [FANTASIA/FIM DO MUNDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora