Parte 4 ★ A Guerra dos Reinos - 203DE

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Os soldados do império avançavam e seu contingente tomou conta da cidade. Ferozes, eles ceifavam os cidadãos, e sua fúria mostrava-se parte dos delírios e desejos das noites de vigílias no arraial, enquanto do outro lado o valente e também numeroso exército de Thális permanecia firme e honrado, e seu contingente era sem dúvida capaz de enfrentá-los homem a homem, e suas habilidades e treino conduziam claramente a vantagem com as espadas.

– Lutem por Thális! – gritavam os capitães.

Sem o comando de Joel, eles desbravaram o confronto conforme seus corações, e a notícia de que seu general traíra a cidade se espalhou rapidamente.

Entretanto, os gigantes, apensar de não tão numerosos, promoviam o diferencial, e cada um deles derrubava facilmente vinte homens, e a praça da cidade deixou de ser palco de coisas santificadas, tornando-se um emaranhado de corpos e sangue espalhados.

No grande salão do castelo, Urias, Baldur e Daniel se preparavam para enfrentar aqueles três gigantes, e focavam as faces de seus adversários. Goliah caminhou até o centro, e agarrou alguns convidados que tentavam fugir, jogando-os nas paredes com violência, e seus corpos explodiam como tomates podres. Ele virou-se para Urias e Baldur, e sorriu:

– Quem eu matarei agora?

– Tem algum plano? – Baldur perguntou.

– Sobreviver! – respondeu Urias.

– Já é um bom plano.

Goliah atacou com seu grande machado, e cada golpe produzia uma cratera no chão ou parede. Novamente ele tentou, e Urias saltava ou se desviava para longe, e sua envergadura de pouco servia para tentar um golpe com sua espada em seu inimigo. Outro gigante juntou-se a Goliah, e ambos destruíam todo o edifício tentando acertá-los, mas Urias e Baldur eram rápidos.

O terceiro gigante confrontou Daniel, e sorriu vitorioso ao vê-lo:

– Pode correr à vontade! Os humanos são como ratazanas que se escondem nos cômodos... Uma hora os acertamos!

– E os gigantes são como cachorros velhos... Uma hora colocamos uma focinheira! – respondeu.

O gigante grunhiu para Daniel e irou-se. Ele caminhou em sua direção, tentando acertá-lo com seu machado, mas Daniel saltava e o acertava com suas flechas.

– Acha que pode me ferir com esses palitinhos?

Daniel meditou e deu crédito ao monstro, pois em nada suas flechas surtiam efeitos.

– Tuto! – ele gritava, buscando a ajuda de seu estranho protetor.

– Chamando pelo papai?

Daniel irritou-se e reclamou em sussurros:

– Pra que um protetor se não me protege quando eu preciso?

Mais um golpe forte, e quase acertou Daniel.

– Tuto! – ele gritou novamente.

Urias e Baldur não tinham êxito, e não conseguiam acertar uma única vez naqueles dois gigantes, e os monstros os cercaram. Os dois amigos ficaram opostos, se tocando com as costas e atentos.

– Agora eu tenho um plano! – sussurrou Urias.

– Não me fale! Se for o que eu estou pensando...

– Exatamente!

– E vai dar certo?

– Tem que dar... Agora!

Urias e Baldur saltaram cada um entre as pernas do gigante oposto, e os brutamontes acertaram um ao outro. Goliah sentiu a forte pancada do machado de seu irmão, e seu irmão caiu desmaiado ao chão com o duro golpe na cabeça.

Depois do Mundo ★ Livro 1 [FANTASIA/FIM DO MUNDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora