Depois do Mundo ★ Livro 1 [FANTASIA/FIM DO MUNDO]

19

TRILHA SONORA DO LIVRO
Toda a trilha sonora foi composta e produzida pelo autor originalmente para este livro https://soundcloud.com/brunodiedrichs/sets/saga-depois-do-mundo

ARTE DO LIVRO
Todas as imagens foram desenhadas à mão pelo Autor
https://brunodiedrichs.wixsite.com/brunodiedrichs

Uma antiga indústria próxima ao mar e ao leste do reino de Líliam resistia ao tempo e as atrocidades deste estranho mundo. Abandonada devido à extrema localização e árido e quente clima, somada a uma extensa planície deserta, composta apenas de tubulações tortas e estouradas, com cúpulas de aço retorcido parecendo grandes peneiras, mostrava-se pouco convidativa, e se não fossem os alimentos escassos na região por culpa do arenoso solo amarelo e seco predominante, o local seria perfeito para desaparecer.

Dentro de uma antiga sala de máquinas enferrujada, Mago assava alguns coelhos selvagens, um pouco maiores e robustos, com os pelos mais grossos e ferozes, e Nick reclamava do tedioso lugar, enquanto Elimar observava a garrafa de Tarrila que guardou para quando estivessem juntos. Seus semblantes mudaram quando Daniel cruzou a entrada da usina, e eles correram e o abraçaram juntos.

– Estava com saudade, idiota! – zombou Nick.

– Sai pra lá, carrapato! – ele sorriu.

– Por que demorou tanto? – brincou Mago.

– Eu tive um contratempo.

– Que tipo?

Antes que Daniel encontrasse tempo para responder, Rebecca passou pela pequena escada de acesso, e eles se espantaram boquiabertos.

– Já reparou que toda vez que você desaparece, traz alguém? – Nick comentou.

– Pelo menos desta vez trouxe uma bonita! – Elimar encantou-se e Nick o socou. – Desculpe... Duas bonitas! – ele consertou.

Mago sentiu um arrepio em seus braços, e seu fôlego perdeu-se ao pensar no tipo de problema seu amigo se metera. E mesmo imaginando a resposta, perguntou:

– E qual é o nome do seu contratempo?

Daniel respirou fundo, buscando inspiração para começar, e enfim, contou:

– Rebecca.

– Agora ferrou tudo! – Nick retirou a toca, coçando a cabeça.

Altas horas surgiram, Elimar estava bêbado diante da fogueira, e brindou por suas vidas, por seus amigos, pela jovem Nick que há dias se tornara um deles e agora por Rebecca, que acabara de ferrar com suas vidas de vez, e eles riam da brincadeira. Nick o acompanhou, e também bebeu. Animada, ela gargalhava ao seu lado.

Mago e Daniel conversavam discretamente, sentados ao redor da fogueira:

– O que está planejando? – perguntou o amigo.

– O império procura por ela, e se encontrarem, eles a matarão.

– Não podemos deixar.

– Exato. Porém eu a livrei e eu a trouxe, assumindo a responsabilidade. Não posso pedi-los que se enfiem nesse enfado.

– Somos irmãos de guerra e de provações, meu velho. Sem contar que agora somos foragidos oficiais! Nada temos a ganhar, nem a perder.

Daniel apertou forte a mão do Mago, e agradeceu. Ele continuou:

– Temos que levá-la para Thális.

– E como faremos isso?

– Só há uma pessoa capaz de nos dizer...