31. A Casa da Lolo ( parte 2)

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POV CAMILA

Acabei dormindo nos braços da Lauren embaixo da árvore que estávamos. A tarde estava tranquila e um o vento leve afagava os nossos corpos abraçados sobre a canga estendida na grama. Acordei com ela fazendo carinho no meu rosto.

Quando abri os olhos ela me olhava com carinho e parou assim que viu:

-Desculpa! Não queria ter te acordado…. - ela falou toda sem jeito.

-Eu dormi por muito tempo? - falei com preguiça em seus braços.

-Não mas… - ela parou o que ia falar e sorriu disfarçando.

-Que foi? - estranhei.

-Nada… - mas ela continuava do mesmo jeito com um sorriso diferente olhado para o horizonte.

-Fala! Se não vou ficar brava! - puxei seu queixo para ela me olhar.

-Hum…. É que eu ia falar uma coisa tão… tão… boba sei lá! - ela riu dando de ombros - Tu me faz ficar trouxa Camila! Ou brega sei lá! - ela gargalhou sem jeito me abraçando mais forte e escondendo o rosto.

-Fala Lauren! Não enrola! O que ia dizer?

Ela continuava enrolando e fazendo careta envergonhada pra mim.

-Fala peste! - dei uma sacudida nela.

-Tá… tá…. Mas é besta…

Eu só revirei os olhos pra ela sem paciência.

-Eu ia dizer que não dormiu muito, mas o suficiente pra me dar saudades…. - ela abaixou os olhou envergonhada - Aí… detesto ser tão trouxa….

-Oinnnn que bonitinho! - eu a abracei e beijei sua bochecha.

-Não… não é bonitinho! - ela revirou os olhos envergonhada -  É… tipo…é piegas!

-Piegas?!? - eu gargalhei agora - Nem conheço essa palavra!

-Piegas é tipo brega… besta, fora de moda, sei lá... - ela tentou explicar.

-Eu achei lindo o que tu falou e não vou deixar tu estragar com essas tuas besteiras. - puxei ela pelas bochechas e a beijei fazendo carinho em seus cabelos. - Tu escreve músicas tão lindas não devia ter vergonha de amar… - sussurrei no ouvido dela e a abracei forte para não precisarmos nos olhar.

A Lauren tem essa coisa de não admitir que me ama, embora tenha dito no desespero na outra noite, acho que ela nem lembra que me disse. Mas eu sei que ela me ama e posso esperar até ela estar pronta pra dizer novamente:

Resolvi trocar o assunto uma vez que ficamos abraçadas em silêncio:

-Tu lembra a primeira música que escreveu na vida? - eu perguntei em dúvida.

-Não exatamente a primeira, mas a primeira que eu considero ser realmente uma letra .. ou uma música, porque fiz o arranjo para ela também.

-Eu conheço? Alguém gravou?

-Não! Tipo...eu nunca quis dar a ninguém e também não é para ser gravada… - ela suspirou - Foi tipo... só a primeira coisa que eu realmente achei que era boa o suficiente para ser considerado uma música.

Fiquei olhando séria pra ela esperando.

-Que ?!? - Ela me olhou já sabendo o que eu queria.

-Pode começar! - eu intimei.

-Epa! Isso não estava no nosso acordo! - ela riu.

-Canta ou aí sim vai ter consequências!

-Vai me bater? - ela implicou.

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