Amor Irresistível

Capítulo Seis

Quando Jenna entrou no carro de Sarah com Luke, ela orou silenciosamente para que ele não dirigisse um carro da mesma maneira que dirigia sua moto. Chegou a pensar em pedir a ele que ela dirigisse até o shopping com ele lhe dizendo o caminho, mas achou melhor não. Luke não parecia ser um cara que gostava de estar no mesmo carro que uma garota estivesse dirigindo.

Luke saiu do estacionamento do Kee's, dessa vez numa velocidade aceitável, e Jenna agradeceu mentalmente por isso.

–Então, como foi a entrevista? – perguntou Luke cortando o silêncio. Ele havia colocado de volta os seus óculos escuros, então Jenna não podia ler a sua expressão. Pela sua voz, ele estava sério. Sério até demais.

–Não foi exatamente como eu imaginava. – respondeu Jenna voltando a sua atenção para as paisagens da cidade.

–Como assim?

–Brian foi muito rápido em me contratar. Depois vou perguntar a Sarah o que ela disse a ele sobre mim, além de mentir sobre as minhas experiências em lanchonetes.

Luke ficou em silêncio. Esse era o momento de dizer a ela a verdadeira intenção de Brian Mason em tê-la contratado, mas não disse. Afinal, ele tinha acabado de conhecer Jenna e estava convencido de que não deveria se importar com ela. Deixaria que Sarah a alertasse, embora ele pensasse que a prima já deveria ter feito isso.

–Você disse para não me preocupar que eu seria contratada. – disse Jenna quando ele não respondeu. – Como tinha tanta certeza? Brian contrata qualquer um?

–Ele não é profissional. – respondeu Luke praguejando mentalmente. Esperava que Jenna percebesse sozinha o babaca que Brian Mason era, não queria se meter. Se ela decidisse considera-lo um príncipe encantado, um chefe maravilhoso não seria culpa dele as futuras consequências. – O seu tio é dono das linhas de restaurantes Kee's e por isso ele acha que não precisa ter noções de administração para ser um gerente. Ele contrata se for com a cara da pessoa e se ela fizer merda, ele a demite. Por isso disse que ele era um babaca.

Jenna ficou em silêncio se sentindo um pouco idiota. Claro que ela não seria contratada se Brian não fosse o gerente. Ela tinha dezenove anos, era uma estudante de arte que estava bem longe da família, não tinha recursos e nenhuma experiência no quesito "segurar uma bandeja sem deixar cair". Luke sabia disso e estava jogando em sua cara que ela não deveria mesmo ter se preocupado desde o início por ser uma inútil. Indiretamente, mas estava.

–Então espero não fazer nenhuma merda. – disse Jenna tristemente. – Preciso do emprego. Não quero ter que voltar para casa como uma perdedora.

Jenna sabia que não deveria dizer como se sentia para o Luke, mas não pôde evitar. O medo de que tudo desse errado e ela tivesse que voltar para a Califórnia era muito forte. Seu pai não havia dado sua autorização para ela cruzar o país atrás dos seus sonhos. Se ela voltasse, ele a trataria bem pior do que antes e a lembraria do fracasso pelo resto de sua vida. Jenna iria se esforçar imensamente para que isso não acontecesse.

Luke ficou em silêncio pelo resto da viagem até o shopping. Jenna não quis imaginar o que o silêncio dele significava, por isso tratou de agir como se estivesse tudo bem. Eles estavam se dando bem desde aquela manhã e queria continuar assim.

–Podemos ir a uma farmácia primeiro? – perguntou ela quando saíram do carro. – Acho melhor começar comprar coisas pequenas.

–O que pretende comprar, afinal? – perguntou Luke retirando os óculos e guardando no bolso da jaqueta.

–Meus materiais de pintura. – respondeu Jenna com empolgação. Ela ainda não havia substituído o material que fora destruído na Califórnia. – Preciso de tintas, pincéis e cavaletes.