Amor Irresistível

Capítulo Vinte e Nove

 

Jenna estava concentrada arduamente na leitura de um livro sobre a Arte Medieval que mal ouvia a voz de Chris ao seu lado discutindo alguma coisa com sua colega de trabalho, Chloe Murray. Jenna não havia reparado em Chloe Murray antes que o professor de História da Arte II pedisse um trabalho em grupo de três pessoas semana passada e ela, Chloe havia ido até Jenna e ao Chris e perguntado se eles já tinham um terceiro membro no grupo. Chloe, aparentemente era uma garota quieta e calada. Era caloura como Jenna e por isso ainda não tinha feito muitos amigos. Jenna imaginou que tinha encontrado alguém tão tímida quanto ela, mas na verdade se enganou. Depois que ela e Chris se reuniram com Chloe para começar o trabalho pela primeira vez, ela se mostrou ser uma garota falante e animada. Animada até demais. Ela falava pelos cotovelos, o que parecia irritar um pouco Chris, mas Jenna se senta bem com ela. Sentia que elas poderiam ser amigas.

-Você não concorda, Jennifer?

Jenna olhou para cima do seu livro, na direção da voz de Chloe do outro lado da mesa da biblioteca do campus. Chloe tinha olhos grandes e azuis ou talvez verdes, Jenna não conseguia identificar a verdadeira cor deles no momento. Eram azuis esverdeados, dependia da iluminação do ambiente. Seus cabelos eram de um castanho muito claro, quase loiros e bem cacheados que batiam na altura dos seus ombros. Ela tinha pequenas rugas nos cantos dos olhos e Jenna sabia que era porque ela sorria demais.

-Concordo com o que? – perguntou Jenna tentando disfarçar que não estava concentrada na conversa deles.

Sua falta de atenção estava acontecendo com frequência e ela odiava os olhos preocupados de Chris toda vez que ele a despertava de seus devaneios. Jenna não podia evitar a direção que seus pensamentos tomavam sempre que ela vacilava por um único segundo.

Depois daquele dia no apartamento com Luke, depois que eles tiveram aquela conversa que fez doer o coração de Jenna mesmo com o beijo sufocante de despedida, ela não podia evitar mergulhar em pensamentos turvos e conclusões tortuosas. Aquele peso em seu peito não a deixava, como se ela estivesse fazendo algo errado ou como se alguma coisa estivesse faltando.

Ela repetiu milhões e milhões de vezes de que estava se enganando, de que seu coração a enganava com aquele sentimento, mas era inútil mudar a realidade. Ela amava Lucas Barker com todas as suas forças e sentia que nada poderia mudar isso. Jenna acreditava que o tempo, talvez a fizesse se esquecer. Afinal, não era a primeira vez que se apaixonava. Ela já tinha sido vítima daquela armadilha quando era uma adolescente do colegial e o sentimento foi embora tão rápido quanto apareceu com o tempo.

Mas quando a primeira semana havia se passado desde aquela manhã em seu apartamento com Luke e Jenna havia firmado o pensamento de que ela nunca teria Luke e que o tempo apagaria aquele sentimento traiçoeiro de seu coração, ela já não tinha tanta fé. A segunda semana se passou e Jenna tentou mais uma vez tranquiliza-la dizendo a si mesma que deveria ter paciência, que o tempo para curar algo assim não era apenas dias.

Mesmo sabendo que não aguentaria tanto tempo, ela tentou ser forte. Mesmo quando assistia Luke saindo quase todas as noites bem arrumado e perfumado e sabia que ele estava indo para encontros com outras garotas e ela sentia seu peito sangrar, ela tentou ser forte.

-Não concorda que o Christian deva falar a maior parte na apresentação? – disse Chloe despertando-a novamente de seus pensamentos.

Jenna olhou para o Chris ao seu lado. Ele estava olhando para um livro sobre a mesa com a boca levemente retorcida como se tivesse comido algo azedo.

-Eu me lembro da apresentação de vocês daquele trabalho sobre a "Noite Estrelada" de Van Gogh. – continuou Chloe empolgada. – Foi o melhor trabalho da classe, sinceramente. A garota com quem fiz dupla, a Emma Davis, tinha uma criatividade limitada, pois ela escolheu a "Monalisa" que já tinha sido escolhida por umas cinco duplas e a apresentação ficou muito chata. Lembro-me que o Christian falou muito bem. Nem parecia nervoso.