Capítulo Vinte e Sete

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Jenna observou a moto se distanciar, até desaparecer por completo quando virou a esquina. Mas ela continuou parada com os olhos naquela direção, como se esperasse que Luke fosse retornar e de alguma maneira apagar da sua memória o que tinha acabado de dizer.

Suas palavras ainda ecoavam dentro da mente dela e Jenna só percebeu que estava chorando quando sua visão ficou embaçada. Ela ainda não conseguia acreditar que Luke tão friamente havia dito que o que aconteceu entre eles foi apenas um beijo idiota. Como ele pôde?

Jenna não tinha sabido como agir depois que foi desperta daquele transe quando Luke a beijou. Cada parte da mente dela estava ligada nas sensações que ele provocava em seu corpo, seus sentidos estavam totalmente voltados para ele. E quando foram interrompidos, Jenna teve que se afastar para pensar com clareza, para assimilar o que tinha acabado de acontecer.

Quando entrou no banheiro em seu quarto e fechou a porta, deixando Luke de fora, ela ainda estava ofegante, seu corpo ainda se incendiava. Ela tocou os dedos sobre os lábios ainda capaz de sentir o beijo, sentir o gosto de Luke. Seu coração batia tão forte que ela temia sofrer algum ataque. Como era possível se sentir assim, com todas as sensações tão intensas?

Jenna havia ficado com medo do que poderia acontecer. Agora seria difícil negar ou disfarçar que o que sentia pelo Luke era forte demais para esconder de alguém ou de si mesma. Jenna temia que Luke poderia se arrepender do que tinha feito, ele poderia dizer que aquilo não foi nada, que foi um impulso, que era um cara e que não pôde se controlar. Jenna foi atormentada por esses pensamentos por toda a noite, enquanto imaginava que Luke apareceria a qualquer momento em seu quarto para esclarecer o que havia acontecido e lhe dizer essas mesmas palavras. E quando ele não apareceu, ela imaginou que ele poderia estar tão confuso quanto ela.

Jenna passou a noite em claro e tomou de última hora a decisão de sair para entender seus sentimentos. Ela precisava de um tempo sozinha com seu caderno de desenhos e ninguém para incomoda-la.

Foi por isso que ela se vestiu apressadamente no domingo de manhã, pegou sua mochila, deixou uma mensagem para Sarah e saiu rapidamente antes que se deparasse com Luke em alguma parte do apartamento.

Ela pegou um taxi em direção ao centro da cidade, depois seguiu para um dos museus mais famosos de todo o Estado. Ela ficou algumas horas do lado de fora esperando o museu abrir, mas foi útil, já que ela pôde rabiscar em seu caderno e ficar um tempo sozinha com seus pensamentos.

Jenna começou a desenhar os traços tão conhecidos de Luke sem que percebesse o que estava fazendo. Ele não havia saído da sua cabeça por toda uma noite e ela sentia como se tivesse que passa-lo para o papel como um compositor que é atormentado com uma música até que ele lhe dê vida.

Jenna nunca havia se sentido assim em toda sua vida e esse sentimento repentino e intenso a assustou. Talvez essa era a explicação para ter fugido naquela manhã ao invés de ficar e encarar Luke, mas ela sabia que deveria enfrenta-lo mais cedo ou mais tarde. A única maneira de resolver tudo era esclarecer ao Luke o que ela sentia. Contar a ele sobre o primeiro beijo entre eles, dizer a ele como ela se sentiu naquela noite e porque teve medo de contar a ele.

Ela não tinha certeza se teria coragem para fazer isso, mas nunca se imaginou como uma covarde. Era o certo a se fazer se ela quisesse que a sua vida seguisse com a normalidade que sempre desejou. Não poderia permitir que a falta de comunicação atrapalhasse seu relacionamento com o Luke. Ela precisava saber o que ele sentia, assim como ele também precisava saber como ela se sentia.

Depois de um dia visitando museus, a biblioteca pública e o shopping, Jenna estava cansada de tentar fugir do que deveria fazer. Ela voltou para casa antes que a noite chegasse e quando saiu do taxi na frente do edifício Power, Chris estava lá, encostado em seu carro estacionado na calçada.

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