Capitulo 12

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LAURA: Sim, eu acho que gosto muito de Shakespeare. De alguma forma, o livro me deixa muito feliz.


Relutantemente, eu guardo o livro e depois franzo a testa.


LAURA: O que é isso?!


Eu tiro um curto bastão preto de vidro e do meio das minhas roupas e rolo-o pela mão.


DARYL: É uma luz negra.

COLIN: Do tipo que destaca coisas escritas em branco?

DARYL: Sim. Olha, tem um botão.

MATT: Vou apagar as luzes e talvez possamos encontrar alguma coisa.


Eu ligo a luz negra e espero o Matt apagar a luz da cozinha. Assim que fica tudo escuro, eu respiro ofegantemente.

Os meus dois braços começam a brilhar... Eu vejo números, símbolos e imagens, todos em diferentes formas e tamanhos.


LAURA: Nossa...! Eu sou um bastão florescente ambulante!

COLIN: Certo...

MATT: Acho que são tatuagens de luz UV invisíveis! Sua pele está coberta disso!

DARYL: É sexy, assustador e misterioso ao mesmo tempo.

LAURA: Fale isso de novo!


Eu saio do banheiro com a luz negra na mão, eu me encosto na mesa e me sento.


DARYL: E?

LAURA: Bom... Eu brilho como uma árvore de Natal no escuro, mas somente as partes do corpo que eu consigo ver. Olhei minhas costas pelo espelho, tem coisas lá também, mas não consigo ver direito.

COLIN: Então, basicamente, você é uma tela de pintura?

LAURA: Sim, eu estou toda coberta.

COLIN: Acha que podemos ir a uma festa de fantasia e você se fantasiar de luz ambulante?

DARYL: Cale a boca, Colin!

COLIN: Vamos lá, você tem que admitir que seria legal!

LAURA: Eu não tenho tanta certeza que seria legal. Estou coberta de símbolos estranhos, línguas estrangeiras e números.

DARYL: E eu vi algumas imagens.

LAURA: O estranho é que... reconheço todos eles.

MATT: Então, você consegue ler tudo o que está tatuado na sua pele?

LAURA: Mais ou menos. É como um dicionário, para mim. Muita coisa é fácil de decifrar, mas algumas coisas não são totalmente compreensíveis.

DARYL: Eu acho que havia algumas estrelas e uma borboleta também. Muito feminino, se você não se importa que eu diga.

LAURA: Tem uma chave antiga nas minhas costas, entre minhas omoplatas, e uma trilha de hera pela minha espinha...

MATT: Então, não é só um dicionário. Talvez a sua pele seja um livro de histórias com contos de fadas também.

COLIN: Eu não ligo para o que seja, acho que ficou incrível.

LAURA: Só não consigo me lembrar da função disso tudo! É tão frustrante!


Daryl pega algo dentro de uma bolsa e dá a Matt um lápis e um caderno.


DARYL: Quanto mais soubermos, quanto mais podemos investigar. Matt, você pode copiar tudo o que Laura tem escrito no seu corpo? Talvez possamos descobrir o que tudo isso significa.

COLIN: Não é justo, porque ele pode vê-la seminua?

LAURA: Porque ele é meu enfermeiro, e já viu tudo o que tinha para ver. Certo, Matt?


Matt pega o caderno e o lápis.


MATT: Mais ou menos. Além disso, posso ao menos desenhar.

COLIN: E quem disse que eu não posso?

MATT: O homem da lista de compras que está prestes a morrer diz isso.

COLIN: Está bem...! Mas primeiro vamos verificar os resto das coisas na bagagem da Laura.

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