LAURA: Senti a sua falta! Eu não sei porquê, mas eu senti!
O professor ri e retribui o meu abraço.
PROFESSOR: Eu também senti a sua falta. Você não se lembra, mas não nos vemos há três anos. Mas assim que soube que você estava com problemas, eu vim.
O homem gentilmente coloca as mãos nos meus ombros e me leva até uma cadeira para me sentar. Ele começa a servir chá enquanto fala com os meus amigos.
PROFESSOR: E vocês devem ser os três cavaleiros de armadura brilhante que a resgataram. Vocês têm a minha profunda gratidão. Eu nunca teria me perdoado se algo tivesse acontecido com ela.
COLIN: Acho que apresentações se fazem necessárias.
DARYL: Ele tem razão. Nós gostaríamos muito de saber quem você é. E tenho certeza de que a Laura também gostaria de saber o seu nome verdadeiro. Não é verdade?
LAURA: Seria bom, sim...
PROFESSOR: Receio que isso não seja possível.
DARYL: O quê? Porquê?!
PROFESSOR: Há cinco pessoas nesta mesa agora e apenas duas delas estão usando o seu nome de nascimento... Detetive Daryl e Matt. Colin ao que parece, só existe no papel.
COLIN: Riscos da profissão, eu receio. Ninguém, excepto os meus pais, sabe o meu nome verdadeiro. É muito perigoso.
DARYL: Mas porque você não pode nos dizer o seu nome? Ou o dela?!
PROFESSOR: Meu nome, receio, também deve ser um segredo devido ao meu trabalho. E quanto a nossa jovem aqui, seus pais nunca me disseram o seu nome verdadeiro. E ela não sabe o meu nome.
LAURA: Você também não sabe quem eu sou? Mas passamos tanto tempo juntos! Ou pelo menos acho que passamos.
PROFESSOR: Ah, passamos sim. Você veio até mim quando tinha 10 anos, 15 anos atrás.
LAURA: Então tenho 25 anos?
PROFESSOR: Você tem 25 anos, sim. Seus pais mandaram você para mim para ser educada. Eles não eram seus pais verdadeiros, é claro, mas atores fingindo serem seus pais. Desta forma, podemos garantir o anonimato.
LAURA: Está bem... Porque isso é necessário?
PROFESSOR: Quando você veio pela primeira vez até mim, morávamos no Japão. Você pode perceber que tenho descendência asiática, mas o Japão foi apenas um lar para mim, para nós, por cinco anos. Depois disso, continuamos a viajar. Durante o nosso tempo juntos, chamamos vários lugares de lar por todo o mundo.
LAURA: Mas porquê?! Isso não é exactamente normal...
O professor pega um arquivo que está na bandeja e me entrega.
PROFESSOR: Quando você tinha 17 anos, foi planeado que você voltasse para os seus pais. Mas antes que a viagem de volta pudesse ser marcada, a noticia da morte dos seus pais chegou até mim.
Eu hesito em abrir o arquivo.
Eu temia novidades como essa... Não sei se eu realmente quero lembrar...
COLIN: Os pais dela estão mortos?
PROFESSOR: Temo que essa seja a verdade. Os pais dela morreram em um acidente de carro... Eles eram empresários ricos, ambos. Eles tinham mais dinheiro do que poderiam gastar em toda a vida. Com as suas mortes, o anonimato se dissolveu. Eu fui informado das identidades deles. Infelizmente, as informações que eu tinha nunca mencionaram uma filha, então eu não cheguei a saber o seu nome verdadeiro. Mas...