Não irrite o Hulk!

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São oito horas da noite e nem sinal do Loki. Não sei se fico feliz pelo gafanhoto prepotente não ter dado o ar de sua graça até agora ou se fico ainda mais apreensiva.

Onde será que aquele mequetrefe se meteu e o que diabos está esperando para voltar para o meu cafofo de uma vez?

Não que eu queira que ele volte, não me entendam mal, mas é que eu não aguento mais sofrer por antecedência. Passei o dia inteiro com o coração na mão e me assustando com minha própria sombra. Tudo por culpa do Loki.

Além disso, confesso que estou curiosa para saber o que o levou a desaparecer daquele jeito e, principalmente, por que ele está pensando em voltar. Afinal, foi isso que o Thor me disse naquela manhã, que o tal Heimdall viu certas coisas que indicam que o Loki vai voltar em breve.

Não consigo parar de me perguntar o que será que está acontecendo com o Deus da Trapaça neste exato momento. Será que alguém o reconheceu? Com certeza, ele deve ter chamado muito a atenção das pessoas vestido daquele jeito extravagante.

Se for reconhecido por conta do ataque a Nova York, o Loki terá mesmo motivos suficientes para procurar refúgio no meu apartamento e, com certeza, estará mais insuportável do que nunca, se sentindo encurralado.

Confesso que tenho medo do que ele pode fazer ao se sentir assim. No fundo, não sei se foi uma boa ideia do Thor ter banido o irmão de Asgard daquele jeito. Mesmo sem os poderes, o Deus da Trapaça ainda pode ser perigoso, vingativo, instável e imprevisível.

Por falar nisso, será que o Loki ficou muito bravo por causa das coisas que eu disse sobre a roupa dele?

Solto um suspiro profundo e decido que o melhor é relaxar e parar de pensar nessas questões, afinal, quando o Loki finalmente resolver voltar, eu preciso estar calma e focada na missão que me foi dada. Não quero, de jeito algum, decepcionar o fofo do Thor, que depositou toda aquela confiança em mim, uma reles midgardiana.

O mínimo que eu tenho que fazer em retribuição é acreditar que ele, o Hulk e os outros Vingadores realmente estão de olho em mim e que virão ao meu socorro ao menor sinal de perigo. Ah! E claro, fazer o melhor que eu puder para ajudar o traste do Loki.

Enquanto me maquio diante de um enorme espelho no meu quarto, me lembro das palavras do Deus do Trovão. Thor me disse para eu ser eu mesma. Por isso, resolvi seguir com o que eu havia planejado na noite anterior: vou sair para dançar e fingir que a minha vida não mudou desde que um deus asgardiano despencou na frente do meu carro no meio de uma tempestade.

Quem sabe quando eu voltar, o Loki finalmente esteja aqui com o rabinho entre as pernas, me pedindo abrigo?

Rio ao pensar no Loki me pedindo alguma coisa. É mais provável que ele se aposse do meu humilde apartamento e eu que tenha que implorar para continuar morando aqui. Talvez ele se aposse até da minha cama e me deixe no sofá, como fez na noite em que eu tive a infeliz ideia de ajudá-lo.

Balanço a cabeça negativamente ao pensar nisso e digo sozinha:

— Não, a minha cama não. Nem pensar, gafanhoto.

Em seguida, guardo a maquiagem na minha pequena nécessaire e a coloco na minha bolsa. Depois me olho no espelho novamente, dando uma boa conferida no meu look, — um vestido preto levemente rodado e um par de sandálias douradas — e constato que, modéstia à parte, eu estou um arraso.

Sorrio e pisco para o meu reflexo antes de deixar o quarto e depois o apartamento. Logo entro no elevador.

Vou sair para dançar com Josh e Amy. Os dois são irmãos, tem quase a mesma idade que eu, são excelentes pessoas e meus melhores amigos.

Trapaças do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora