Mama Mia!

5.5K 606 391
                                    

Dançar nos alegra, nos revigora, refrigera nossas almas, acelera nossos corações e aquece nossos corpos. Dançar nos faz esquecer dos nossos problemas, das nossas preocupações, angústias, dos nossos medos, traumas e fantasmas. Dançar nos liberta do mundo e de nós mesmos. Dançar nos faz completamente livres, ao mesmo tempo em que pode nos conectar a outras pessoas e experiências.

É assim que eu estou me sentindo neste momento, enquanto danço ao lado de Amy, Josh e uma série de desconhecidos muito animados: viva, livre e conectada. Ou quase isso.

Confesso que uma parte de mim ainda está pensando no gafanhoto asgardiano e em como a minha vida se complicou nos últimos dias. Mas sei que tenho que relaxar. Por isso continuo dançando.

Chegamos na boate Inferno há cerca de uma hora e desde então só paramos de dançar para tomar alguns shots de tequila e conversar um pouco. Bem, se é que pode-se chamar de conversa a Amy me dizendo que eu estou um arraso e o Josh falando que nós duas estamos, e que deste jeito não vai sobrar nenhum gatinho para ele.

Em dado momento, só consigo rir das coisas que meus amigos me dizem entre uma música e outra. Até tento dizer algo em retribuição, mas tenho a impressão de que não estou conseguindo me expressar direito. Talvez seja a tequila me fazendo falar meio enrolado. Talvez eu deva pegar mais leve, afinal não quero acordar com uma baita ressaca amanhã.

Se bem que... Amanhã é outro dia, não é mesmo? E domingo!

Pensando nisso, resolvo tomar mais uma tequila e depois volto para a pista, ainda sentindo o gosto do sal e do limão em minha língua, um calor intenso no estômago e uma sensação engraçada reverberando pelo meu corpo. É, definitivamente, eu devo estar bem chapada.

Tento não pensar que o Bruce está por perto, assim como os outros Vingadores. Tento não pensar no tal Heimdall me vigiando diretamente de Asgard. Tento não pensar que todos eles, neste exato momento, podem estar me vendo ligeiramente bêbada e dançando loucamente como se o mundo fosse acabar a qualquer momento.

Bem, quem sabe o mundo acabe a qualquer momento mesmo? Afinal, o Loki está na área e, na minha humilde e desprezível opinião midgardiana, aquele sujeitinho é uma bomba relógio prestes a explodir.

O fofíssimo do Thor pode ter tirado tudo do Loki, obrigando a ovelha negra da família a usar aquele bracelete esquisito, mas não tirou a astúcia dele nem mudou quem ele é em sua essência. O Loki continua sendo o Loki. Um deus asgardiano prepotente e megalomaníaco que quis dominar a Terra e quase destruiu Nova York enquanto tentava fazer isso.

Resumindo, tudo o que sei neste momento é que não confio nem um pouco naquele gafanhoto. Vou tentar ajudá-lo, conforme prometi ao Thor, mas não estou fazendo isso pelo Loki. Disso eu tenho certeza.

Quando o DJ coloca Break the Ice, da Britney Spears, para tocar, eu afasto esses pensamentos, deixo a empolgação tomar conta de mim, me desligo do mundo e vibro com os meus amigos, sentindo uma onda de energia me inundar pela milésima vez nesta noite.

Me julguem, mas eu fui uma adolescente fã de carteirinha da Britney. Fã do tipo que sabia toda a coreografia de Oops... I did it again, e que dançava exaustivamente em frente ao espelho quase todos os dias.

Minha avó até me deu um CD da Britney em um dos meus aniversários. Sim, porque houve uma época em que os seres humanos compravam CDs, pasmem. Mas então eu fui crescendo, a Britney foi enlouquecendo, o mundo foi mudando, e aquela fã que eu era ficou para trás.

No entanto, isso não me impede de vibrar até hoje quando ouço uma música dela. E tenho que dizer que esta, em específico, é uma das minhas favoritas da nova — já nem tão nova assim — fase da cantora. Acho que é porque é uma música mais adulta que faz eu me sentir poderosa e sexy enquanto danço. Não que eu seja isso, mas me sinto assim. E essa sensação é muito boa.

Trapaças do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora