Olivia... Sempre Olivia

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Detesto pensar em Olivia. No entanto, desde que deixei o meu exílio para trás e voltei para Asgard, isso virou algo constante em minha existência. Aquela midgardiana abusada e mentirosa simplesmente não sai dos meus pensamentos.

Pior, às vezes, é como se Olivia estivesse dentro de minha mente, falando comigo, dando palpites sobre a forma como venho me comportando desde que voltei, me recriminando como se fosse a dona da razão, como se ainda quisesse me ensinar boas maneiras, sempre com aquele maldito nariz empinado e um dedo em riste em minha direção.

E digo mais, às vezes, é como se Olivia me afrontasse por eu não conseguir tirá-la dos meus pensamentos, por não conseguir silenciá-la, por estar enlouquecendo por causa... Dela.

Achei que no momento em que pisasse na Bifröst, tudo voltaria a ser como era antes e que eu deixaria tudo o que vivi em Midgard para trás, mas eu estava enganado e a verdade é que eu sinto como se nem tivesse voltado. Ou como se tivesse deixado uma parte de mim para trás. Uma parte que me assombra todos os dias junto com uma série de perguntas.

Olivia realmente mentiu para mim? Ela me manipulou? Tudo não passou de um plano entre ela, Thor e seus coleguinhas de equipe? Eu fui mesmo enganado por aquela midgardiana abusada ou só estou buscando um pretexto para odiá-la e fugir do que... Do que talvez eu sinta por ela? E o que eu sinto por ela? Por que me libertei do bracelete ao beijá-la? O que eu senti naquele momento? O que sinto agora? Por que não consigo parar de pensar naquele tormento em forma de midgardiana? Por que ela continua me assombrando dia após dia? Por que Olivia simplesmente não sai do meu pensamento?

Estou sentado em uma escadaria do palácio, com uma vista das imponentes edificações asgardianas atrás de mim, quando uma risada feminina rompe o silêncio, até então absoluto, e formula com deboche:

— Você fica com uma cara engraçada quando está pensando nela.

Ergo a cabeça e analiso a intrusa, lhe lançando um olhar nada amigável.

Sif está escorada em uma pilastra, relativamente perto de onde eu me encontro. Ela move uma adaga de uma mão para a outra distraidamente, enquanto me encara com uma sobrancelha levemente arqueada.

Estou me perguntando há quanto tempo Sif está me observando, quando a infeliz indaga:

— Era na mortal que você estava pensando, não era, gafanhoto?

Já sei o que sinto por Olivia. Ódio extremo.

Maldita hora em que aquela midgardiana desprezível resolveu me dar este apelido tão detestável e ofensivo. Apelido este que não paro de ouvir desde que voltei.

É como se, de repente, todos quisessem me afrontar com isso, como uma espécie de vingança por tudo o que eu já fiz, ao mesmo tempo em que me obrigam a pensar ainda mais em Olivia Mills.

Aquela insolente... Aquela abusada... Eu a odeio com todas as minhas forças. E a odeio ainda mais por... Não conseguir odiá-la por muito tempo.

Seja como for, e tentando mascarar minhas possíveis e impróprias emoções, estreito meu olhar na direção da guerreira asgardiana e articulo de um jeito ácido:

— Lady Sif! O que você está fazendo aqui? Onde está Thor? Por que você não vai espreitá-lo como sempre e... — Paro de falar, finjo que me dei conta de algo elementar, então solto uma leve risada e prossigo com sarcasmo: — Oh! Certo. Eu me esqueci completamente. A midgardiana Jane Foster se encontra aqui, certo? E quando ela está em Asgard, você tende a ficar ainda mais... Esquecida. — Observo Sif parar de mover a adaga, analiso a sua expressão se fechando diante de minhas palavras e resolvo humilhá-la mais um pouco: — Por falar nisso, como é a sensação?

Trapaças do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora