De uma enorme varanda em meu palácio em Spartax, observo o majestoso cenário diante dos meus olhos. Embora este seja o meu planeta natal, creio que nunca me acostumarei totalmente com a sua beleza e suntuosidade.
Lá fora, montanhas rochosas e imponentes cobertas por uma fina camada de neve e um límpido céu azul contrastam com altos e futuristas edifícios espalhados pela superfície do planeta.
Naves locais ultra modernas e cada vez mais avançadas serpenteiam o céu, protegem o povo spartoi e trazem, vez ou outra, visitantes de outros reinos.
Uma graciosa lua minguante se destaca no céu matutino, onde também é possível enxergar outros planetas de Shi'ar, nossa galáxia pacificada após décadas de guerras e mais guerras.
De repente, ouço um pigarro atrás de mim, mas não me viro para saber de quem se trata. Permaneço com o olhar mergulhado na paisagem exuberante e familiar e apenas ouço:
— Imperador J'son, eu peço desculpas pela interrupção, mas trago um assunto de grande interesse do senhor.
Reconheço a sua voz e ergo minha mão, dando o aval para que um dos meus melhores e mais leais generais e também conselheiro pessoal diga a que veio.
Byron pigarreia mais uma vez, aparentemente pensa um pouco para escolher as melhores palavras e só então revela:
— Há rumores de que o Senhor das Estrelas e líder dos Guardiões da Galáxia, Peter Quill, está a procura de suas origens, percorrendo o universo em busca de uma resposta para o grande mistério que rege a sua vida. O senhor ordenou que eu ficasse de olho nele, caso se aproximasse demais de Spartax e, bem, ele está cada vez mais perto, Imperador. O que eu devo fazer?
Se Byron sabe que Peter é meu filho com a terráquea Meredith Quill? Sim, ele sabe. Ele é um dos poucos a quem confiei tal segredo, há alguns anos, e com quem tenho contado desde então para rastrear Peter desde o fim da última grande guerra que assolou Spartax e nossos planetas vizinhos.
Ter notícias dele e saber que está procurando por mim, mesmo que ainda não saiba disso, enche o meu peito de uma sensação agradável e me faz responder com um leve sorriso:
— Deixe-o vir. Eu acho que já passou da hora de nós finalmente nos conhecermos. Chega de tantos desencontros. Faça o que for preciso para que Peter Quill chegue até mim.
— Assim o farei, Imperador J'son — Byron assente, mas não ouço os seus passos se afastando.
— Algo mais? — questiono, finalmente o olhando, mas apenas de esguelha.
Visivelmente sem jeito, Byron olha para os lados, abre a boca algumas vezes e ajeita a sua farda antes de confessar:
— Eu não sei como dizer isso, senhor.
— Isso o quê? — Franzo o cenho intrigado e me volto de vez em sua direção. — O que houve, General Byron?
Sabendo que eu não gosto de perder tempo com meias palavras, meu leal espião e conselheiro finalmente articula:
— Peter Quill deixou escapar uma história quando estava de passagem em uma galáxia vizinha, mas ninguém sabe se é mesmo verdade ou se é apenas uma de suas brincadeiras.
— Que história? — inquiro, curioso.
Byron abaixa o olhar por um momento, como quem procura coragem para responder, depois volta a me encarar e diz:
— Ele esteve na Terra recentemente, Imperador. Eu pensei que fosse algum tipo de visita ao passado, mas os boatos que Peter deixou escapar sugerem que ele foi conhecer... Uma irmã que, até então, não sabia que existia.
— Uma irmã?! — questiono, profundamente surpreso. — Eu não sabia que Meredith havia conhecido alguém e tido uma filha depois do nosso Peter — reflito, ainda mais confuso e com certo ciúme da terráquea que tanto amei, mas que infelizmente tive que deixar para trás, para o seu próprio bem. — Eu pensei que ela tivesse falecido na noite em que eu tentei resgatar Peter... Espere um pouco, isso não faz sentido. Quando foi que ela teve essa criança? Ela não poderia. Ela estava doente e... Eu não estou entendendo...
Um longo momento de silêncio impera na varanda, até que torno a olhar para Byron ao mesmo tempo em que uma suspeita surge e se alastra dentro de mim. Será que...
Como se tivesse lido os meus pensamentos, meu general revela com cautela e sem jeito enquanto me analisa atentamente:
— Ela não é irmã de Peter Quill por parte de mãe, Imperador. Aparentemente, a terráquea, que se chama Olivia Mills, possui... Sangue spartoi. Compatível com o de Peter de tal forma que só pode indicar que os dois possuem o mesmo... Laço paterno. Eu não sei como lhe dizer isso, mas tudo leva a crer que o senhor...
— Eu tenho uma filha — completo o seu raciocínio, profundamente surpreso com tal revelação.
— Exatamente, Imperador J'son — Byron confirma, evitando me encarar, talvez constrangido com o assunto delicado e com a minha reação surpresa.
Fico paralisado pelo choque por algum tempo enquanto assimilo a novidade e busco em minha memória o sobrenome que ele mencionou antes.
Não preciso pensar muito a respeito para me recordar de onde e quando eu ouvi o sobrenome Mills pela primeira vez. E aquilo foi, definitivamente, o começo de um grande erro.
NOTAS FINAIS: Chuchus de Midgard, muito obrigada por terem lido até aqui, super obrigada pelos votos e comentários (amei de coração!!!!), fiquem com Cher e inté a segunda temporada <3 Ela já está finalizada em outras plataformas (Nyah e Spirit) e em breve trago para cá também. Beijos de luz!!!
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Trapaças do Destino
FanfictionOlivia Mills é uma estagiária que tem sérios problemas com os seus dois chefes, que ela costuma chamar de demônios. Moradora da cidade de Nova York e prestes a se formar na faculdade de Publicidade e Propaganda, sua vida muda completamente quando um...