— Já chegou? — é o que pergunto com uma ansiedade palpável e crescente, enquanto a Viúva Negra dirige o meu possante por uma avenida movimentada de Manhattan.
Depois de soltar um leve suspiro — talvez de irritação, pois já perdi as contas de quantas vezes a importunei com esta pergunta — a ruiva responde laconicamente:
— Ainda não, Olivia.
Sorrio levemente para ela, enquanto balanço a cabeça para cima e para baixo repetidas vezes, como uma criança levada, cuja mãe acabou de avisar que doces só depois do jantar.
Em seguida, me ajeito melhor no banco do passageiro e observo o mar de táxis amarelinhos e outros veículos pela janela ao meu lado, além de incontáveis pessoas caminhando apressadas pelas calçadas, entrando e saindo constantemente de lojas, hotéis, bares, restaurantes e outros estabelecimentos.
Sem conseguir conter a minha ansiedade, me volto na direção da Viúva Negra mais uma vez e pergunto:
— E agora? Já chegou?
Natasha respira fundo e me repreende:
— Olivia...
— Desculpe! Mas é que eu estou muito ansiosa com esse lance de conhecer a minha alma gêmea. — me justifico, roendo as unhas. E, ao perceber certa confusão no semblante dela, eu esclareço: — Digo... O Capitão América. Que é, sem sombra de dúvida, a tampa da minha panela.
Um sorriso se forma no rosto perfeito de Natasha Romanoff e ela relaxa consideravelmente. Na sequência, me questiona:
— Você acredita mesmo nisso?
— Claro! — respondo sem pestanejar, mas por algum motivo, sinto que não estou sendo completamente sincera comigo. O que é particularmente estranho, já que até pouco tempo, isso era uma verdade absoluta para mim. — Aquele velhote sarado é o meu par perfeito, eu tenho certeza. — completo, tentando convencer não só a Viúva Negra, mas a mim mesma também.
Natasha fica em silêncio, provavelmente avaliando o que eu disse e, algum tempo depois, recomeça cautelosa:
— Olha, não me entenda mal, Olivia, mas eu preciso te lembrar que isso não é um encontro romântico. O Steve é muito tímido e reservado em alguns assuntos, então, por favor, pegue leve com ele. Se, no futuro, vocês dois derem certo, que bom, mas hoje vai com calma ou você pode acabar assustando o Steve.
Eu poderia ficar chateada com o conselho da Viúva Negra, mas ao invés disso, eu me comprometo:
— Não se preocupe, eu vou me comportar.
Eu vou me comportar! Eu vou me comportar! Eu vou me comportar!
É o que repito mentalmente para mim mesma, embora no fundo, eu não tenha a menor ideia de como vou reagir quando estiver diante daquele ser lindo, loiro, forte, gostoso e patriota.
Aliás, só de pensar no meu futuro marido, sinto uma onda de euforia e um calor libertino me dominarem. Minhas bochechas queimam, minhas mãos começam a suar, minha garganta fica seca...
Ai minha Nossa Senhora Protetora dos Vingadores! Eu não vou conseguir me comportar... Socorro! Eu vou ser presa por assédio sexual, isso sim!
Ainda estou me imaginando diante de um júri chocado, no dia do meu provável julgamento por ter atacado sexualmente o Capitão América, quando Natasha se aproxima de uma propriedade. De um enorme prédio, na verdade. Ou melhor, de uma... Imponente torre com um letreiro todo iluminado no topo, onde lê-se... STARK!!!
— Mama Mia! — exclamo enquanto arregalo os olhos até o limite. Meu queixo cai e eu fico assim boquiaberta e com a cara colada na janelinha, até que finalmente absorvo o que está bem diante dos meus olhinhos de noite serena. Mesmo assim, tudo o que consigo dizer na sequência é: — Mama... Mia...
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Trapaças do Destino
FanfictionOlivia Mills é uma estagiária que tem sérios problemas com os seus dois chefes, que ela costuma chamar de demônios. Moradora da cidade de Nova York e prestes a se formar na faculdade de Publicidade e Propaganda, sua vida muda completamente quando um...