Capítulo 2

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Pov. Day

Olá, meu nome é Dayane, mas prefiro ser chamada de Day. Tenho 23 anos e moro com meus pais e meus irmãos em São Paulo. Sou completamente apaixonada por música, sei tocar teclado e violão. Sou um pouco agitada e falo demais as vezes. Digamos que eu não tenho nada de legal, costumo irritar as pessoas com facilidade mesmo que eu esteja brincando, sou muito impulsiva e falo sem pensar. Bom, acho que sou uma ótima filha e irmã pelos menos. Desci as escadas correndo com o violão na mão assim que ouvi minha mãe me chamar.

- Cuidado, mana. - Vitão, meu irmão de 12 anos falou ao me ver tropeçar nas alças do violão.

- Cadê o Léo? - olhei pela sala e meu pequeno estava me olhando estranho. - Olha aí o meu aniversariante! - lhe abracei forte e o peguei no colo.

- Você é muito destrambelhada, cuidado para não me derrubar. - se soltou do meu colo. - Vai ficar comigo hoje?

- A mana precisa trabalhar, logo eu volto.

- Posso ir trabalhar com você agora que já tenho oito anos? - levantou os dedos indicando sua idade.

- Ainda não. Fique brincando com seus irmãos, ok? Te amo.

- Filha, não temos nada para o lanche da tarde. Consegue trazer algo para os meninos? - minha mãe perguntou preocupada. - Acho que o Léo vai ficar sem nada hoje, mas sei que ele vai entender. Só tente pegar algum lanchinho, por favor.

- Claro, mãe. Já estou saindo. - lhe dei um beijo e peguei a última maçã que havia ali, mas logo devolvi no lugar.

- Você precisa se alimentar, pegue a maçã, filha.

- Deixa aí caso eles sintam fome. Te amo. - Peguei minhas chaves e fui em busca de dinheiro. Lá vou eu mais uma vez tocar violão para ajudar nas despesas da casa.

Eram apenas 13:00 da tarde e havia pouco movimento, arrumei todo o meu equipamento e comecei a tocar. Lembrei da minha conversa com Caroline, uma menina mimada e arrogante, mas ontem pude ver que talvez ela possa ser mais que isso. Acabei julgando ela sem estar nesse direito, mas foi mais por provocação do que por qualquer outra coisa. Ela é muito bonita, tem cabelos ruivos e uma carinha de bebê, deve ter 20 anos no máximo. Sua vida é um tédio pelo que disse, só se alimenta de ficções.

Afastei meus pensamentos e continuei tocando, até ver ela com um lindo sorriso no rosto conversando animada com seu pai enquanto estavam caminhando. Nunca na minha vida imaginei ver uma cena como aquela. Continuei tocando enquanto eles passavam do outro lado da rua. Carol entrou e foi até a bilheteria do cinema, pelo jeito iriam ver algum filme. Seu pai ficou do lado de fora e assim que terminei de tocar ele atravessou a rua e me deu uma nota de 50 reais. Que porra estava acontecendo?

- Não quero que me de dinheiro, senhor Biazin.

- Você canta muito bem, merece esse dinheiro. - pude ver Carol vindo atrás dele.

- O que está fazendo, pai? - sorriu ao me ver.

- Só estou dando um pouco de dinheiro para essa menina, ela estava tocando e cantando muito bem. - falou animado.

- Achei que estava me pagando pelo que fiz ontem. - ele me olhou confuso.

- Foi ela quem me acompanhou até em casa.

- Nossa, que cabeça minha, como pude me esquecer? - abriu um enorme sorriso e estendeu a mão para me cumprimentar. - Desculpe, realmente não sabia que era você.

- Sendo assim vou aceitar o dinheiro, estou precisando. - forcei um sorriso.

- Aconteceu alguma coisa, Day? - Carol perguntou me olhando nos olhos, mas logo desviou o olhar por algum motivo.

A minha maior riqueza - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora