Capítulo 29

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Pov Day

Era uma manhã fria. A última aula era matemática então fugi pelo muro da escola e saí correndo. Muitos deviam pensar que eu era uma adolescente rebelde que fugia da escola para usar drogas ou fazer alguma idiotice, mas eu tinha motivos melhores que esses.

- Day! - ouvi sua voz fraca e animada assim que entrei em seu quarto.

- Bom dia, meu amor. Como está? - perguntei me sentando ao seu lado e depositei um beijo em sua testa com delicadeza. Ele estava muito pálido.

- Estou com dor, mas estou bem. Mamãe me obrigou a comer gelatina.

- Eca! - fiz uma careta fazendo meu pequeno rir.

- Não deveria estar na escola, mocinha? - Léo perguntou imitando minha mãe.

- Preciso trabalhar de tarde, não poderia deixar de vir.

- Vai voltar a trabalhar? - assenti. - Mas você só tem 17 anos. - mostrou vários dedos da mão.

- Ano que vem já vou poder dirigir. Estou fazendo isso por você, preciso que se recupere logo.

- Vou me recuperar melhor se você ficar aqui comigo.

- Eu sei, por isso estou aqui.

- O que faz aqui, mana? - Vitão falou entrando no quarto. - Trouxe pirulito para o Léo, quer também? - me ofereceu com a mão cheia de doces.

- Não quero não, cabeludo. - baguncei seus cabelos que chegavam até seu ombro. - Pegou o pote inteiro de doce?

- Peguei seis porque essa é minha idade ué.

- Espertinho você, hein. Depois me ensina a contar porque faltei na aula de matemática. - ri abrindo seu pirulito.

- O que faz aqui, Dayane Lima Carvalho? - minha mãe perguntou irritada assim que abriu a porta. - Deveria estar na escola.

- Eu sei, mas precisava ver Léo. Tenho que trabalhar logo depois da escola.

- Tudo bem, mas não falem nada para o papai. - sorri e me aproximei.

- É normal ele estar tão pálido assim? - perguntei baixinho.

- É sim, não se preocupe, minha filha. Pode buscar Felipe na escola para mim?

- Pode deixar. - me aproximei de Vitão e peguei dois pirulitos. - Vou levar um para Felipe e um para mim. - ri.

Fui buscar Felipe na escola, ela era um pouco mais afastada do hospital, mas acabei chegando cedo demais e fui dar uma volta pelo bairro que eu não conhecia muito.

- Boa tarde, meu nome é Caroline. Quer comprar uma rifa? - uma ruiva que aparentava ser um pouco mais nova que eu perguntou com um sorriso lindo. - É apenas 5 reais e você concorre a um mp3 de última geração.

- Ok, eu quero quatro. - lhe entreguei o dinheiro e ela me deu quatro papéis. Lá se vai meu dinheiro do almoço.

- Obrigada e boa sorte! – sorri vendo ela se afastar.

Cheguei no portão do colégio de Felipe e assim que ele me viu saiu correndo e me abraçou.

- Já estava com saudades, chegou tarde ontem. - pegou em minha mão.

- Estou trabalhando agora e vou ter que voltar tarde todo dia. - ele me olhou desanimado. - Não fica assim, vamos passar em casa comer algo, estou sem dinheiro para o almoço. - ri.

A minha maior riqueza - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora