Capítulo 4

4.2K 329 90
                                    

Pov. Carol

Daqui a pouco a Day chega e confesso que estou um pouco ansiosa. Deixei o violão para ela dar para seu irmão em algum canto da sala e voltei para meu quarto dando uma última olhada no espelho, meu cabelo estava solto e bem cacheado, eu usava uma calça escura e uma blusa soltinha que mostrava minha barriga. Ouvi a campainha e desci correndo, quando cheguei meu pai já estava abrindo a porta.

- Olá, Day! Muito bom lhe ver aqui. - falou animado. - E com seu fiel violão nas costas.

- Sempre! - sorriu sem graça.

- Carol não avisou que iriam sair. - pensou um pouco. - Acho que é por isso que ela estava tão ansiosa e não saía da frente do espelho.

- Não vamos sair, pai. - falei descendo as escadas. - Pode entrar e ficar à vontade. - dei um beijo na bochecha da Day.

- Licença. - entrou assim que meu pai deu passagem.

- Bom, vou deixar vocês sozinhas, qualquer coisa tem sanduíches na geladeira, estarei em meu escritório. - assentimos e meu pai me deu um beijo na testa.

- Quer dizer que estava ansiosa? - provocou.

- Claro, faz muito tempo que não toco violão. - sorri.

- E por isso estava toda hora se olhando no espelho?

- Podemos ficar aqui. - ignorei sua pergunta e a levei até um dos sofás da sala. - O que fez no braço?

- Briguei na rua. Um homem tentou me assaltar, ele deveria ter dois metros, me acertou aqui e depois quebrei o braço dele.

- Faz muito sentindo. - ri.

- Apenas beijei o chão enquanto andava de skate.

- A outra versão era mais interessante.

- Ok. Vou te ensinar os primeiros acordes. Lá, sol, ré, mi e dó. Sabe fazer as leituras? - começou a tirar o violão da capa.

- Sei e acho que consigo fazer todos esses acordes.

- Tudo bem. Repete essa sequência com todos os acordes então. - começou a mostrar, mas não prestei atenção, minha atenção estava nela. Ela usava um boné preto e vermelho muito bonito, estava com uma blusa branca larga escrita algo e uma calça preta. - Sua vez, repete duas vezes cada acorde.

- Faz mais uma vez, por favor. Acabei me desconcentrando. - pedi sem graça.

- O que te deixou desconcentrada? - nossos olhares se encontraram então quebrei o contato visual. Eu não conseguia a olhar por muito tempo, era como se fosse uma hipnose, sentia que eu poderia ficar presa olhando seus olhos para sempre.

- Nada. - me afastei um pouco. - Pode continuar.

- Desculpa, acho que não sou uma boa professora de violão. - sorriu sem graça enquanto fazia a sequência.

- Eu que não sou uma boa aluna. Acho que consigo. - peguei o violão. - Assim? - fiz a sequência.

- Exatamente. Você ainda lembra os acordes direitinho. Sabe fazer pestana?

- O que é isso? - perguntei confusa e ela riu. - Qual a graça?

- Você só fez uma cara engraçada. Vou te ensinar. - se sentou atrás do braço do violão e guiou minha mão até ele. - Coloque o dedo em todas as cordas com força, ok? - fiz o que ela pediu.

- O som é horrível e meu dedo está todo marcado.

- O som melhora com o tempo, o segredo é apertar mesmo que doa. Olha só. - pegou minha mão e me ajudou a fazer. - Viu como saí um som agradável?

A minha maior riqueza - DayrolOnde histórias criam vida. Descubra agora