Haniel

17. Falha

 - Estamos chegando... - a voz aflita de Tom preocupava um pouco.

 - Na verdade quem são vocês e o que vocês são? - interrogou Sophia, onde se encontrava no banco de trás do carro com Haniel e Ted.

 - Então jovem, eu sou Elisabeth, uma bruxa do Centro de Bruxas da Califórnia, mas não, eu não tenho uma varinha - gargalhou Elisabeth no banco da frete.

 - Eu sou Tom Wilson, o vendedor e proprietário da loja "Artefatos Tom", já ouviu falar? - Tom deu um sorriso de orgulho, ele tem orgulho do que é e do que conquistou ao longo do tempo.

 - Sim... já ouvi falar, mas nunca visitei a loja - respondeu Sophia pensativa.

 - E detalhe ele é médium! A mediunidade de Tom é muito sensível e é um dos melhores - Elisabeth parecia toda animada.

Haniel passou o tempo todo calado no carro de olho no amigo desacordado. O carro parou, mas era em frete a loja "Artefatos Tom".

 - Pensei que íamos ao hospital, ele estar muito mal... - reclamou Sophia abrindo a porta do carro.

- Se você quiser pode chamar a loja de Tom de hospital querida - falou Elisabeth jogando o cabelo para trás.

- Nos acompanhe por favor, Haniel, você pode trazer seu amigo??? - perguntou Tom apressado.

 - Já estou indo, mas o que vão fazer com ele? - perguntou Haniel preocupado.

 - Relaxe, não  vai ser nós que vamos fazer, vai ser você! Ande rápido traga ele para dentro logo, aqui fora não é seguro - Tom destrancava as portas de vidro da loja.

Levaram Ted até os fundos da loja, onde Tom costuma fazer suas seções espirituais, na suposta sala, havia uma enorme mesa redonda com uma toalha branca, colocaram Ted sobre ela, sem camisa.

 - Ele deve ter fraturado as costelas, ele está inchado, o abdômen estar roxo, o pulso continua batendo, mas fraco - Elisabeth examinava todo o corpo do garoto.

 - E AGORA? O QUE EU FAÇO? - Haniel ficou confuso, pois ele é metade humano.

 Sophia se aproximou e pegou na mão de Haniel.

 - Lembra que você me curou? Você pode fazer a mesma coisa com ele -  a moça olhava com olhar de esperança.

- Não sei se vou conseguir, eu não sei como fiz aquilo, mas eu já curei um ferimento pior, no hospital, um homem com o corpo todo ensanguentado, como se um animal tivesse atacado ele com as garras - o garoto colocava a mão na cabeça pensando em como ia fazer isso.

 - Confie em  mim Haniel, e eu confio em você - Sophia pegou a mão dele e levou até o lado das costelas de Ted, na mesma hora a mão de Haniel aqueceu, ficou quente, mas em uma temperatura que não agredia a pele. Os olhos do anjo mudou a cor mais uma vez para azuis brilhantes, um luz intensa surgiu de baixo de sua mão que iluminou toda a sala, uma paz e tranquilidade se fez presente naquele ambiente.

Ted abriu os olhos.

 - EU MORRI? - disse Ted assustado, respirando profundamente, os machucados tinham sumido.

 - Não, ainda não - respondeu Haniel, e todos riram.

Se passaram horas e horas, Amon não conseguiu concluir o seu dever, matar sete garotas virgens. Tudo tinha que ser feito antes que o sol nascesse, aquele era o dia de Belzebu voltar, porém não foi um sucesso. O relógio contava cinco da manhã, após a cura de Ted, Haniel e Sophia resolveram ir para suas residências, no entanto a rua de Sophia estava devastada, as casas com marcas de agressões, vidros quebrados das janelas de TODOS OS IMÓVEIS DA RUA.

Amon escapou vivo, por pouco! Após a fuga de Haniel e seus amigos, o Deus criador do céu e da terra, havia enviado um a legião de anjos de luz para lutar contra os cavaleiros das trevas, a tropa comandada pelo espírito do arcanjo Miguel, um dos arcanjos mais poderosos do céu, onde o mesmo na época da criação do mundo, já comandou o exercito angelical na batalha do céu contra Lúcifer.

Arcanjos são citados no livro sagrado como um anjo chefe, seres celestes extremamente poderosos criados por Deus, com poder e autoridade diferentes entre si.

                                                                                      ***

Tanira se contorcia no chão do cemitério igual uma cobra, por ódio, raiva, ira, CÓLERA.

- Você falhou Tanira, de realizar o ritual e por isso será punida pelas forças do senhor das trevas! - o bicho batia com os cascos no chão, com bastante força, abalando o espelho, um vapor quente saia de suas narinas.

 - Diga ao mestre que me dê mais uma chance irmãoo!! Mais uma oportunidade! Outro plano, EU PROMETO QUE NÃO VOU FALHAR DE NOVO - Tanira suplicava de joelhos diante do espelho. seu vestido preto da altura dos joelhos ficava sujo ao entrar, em contato com a areia do cemitério.

O ser baixou a cabeça, como sinal de piedade e sumiu do espelho, ficando apenas o reflexo de Tanira de joelhos, amargurada.

O som do portão se abrindo sozinho invade o lar dos mortos. Passos eram dados com cautela, lápides e estátuas desmoronavam instantaneamente. Amon ia ao encontro de sua soberana no chão, de joelhos. A luz das velas que iluminavam o local.

- Milady, eu perdi a batalha, Belzebu não voltou por culpa minha... Eu mereço ser punido por minha senhora, poderosa Mefistófeles, me puna com seu poder - Amon fechou os olhos e baixou a cabeça como um sinal de que estava esperando o impacto de condenação.

 - Oh querido... não se preocupe, o mestre nos dará outra chance - Tanira se recompôs, ergue-se do solo, linda e plena, com um sorriso malévolo - Perdemos a batalha, não a guerra.

A soberana abraçou seu servo e deu lhe um beijo na boca, abraçando-lhe com prazer. Quando Amon abriu os olhos, estavam na mansão, foram teletransportados pelo poder de Tanira e eles já estavam no quarto, a demônia começou a roupa de Amon neste quarto, primeiro a camisa, deixando exposto o seu abdômen definido, puxando o anjo caído para deitar na cama... E o sol nascia mais uma vez para o mundo  dos humanos.