- Haniel? Hora de acordar, seu despertador tocou mas você não ouviu e seja rápido para não atrasar em... - disse Ben Davis, pai adotivo de Haniel.
O filho se levanta e fica sentado na cama, pensando na madrugada turbulenta que foi.
- O que é isso?! Que olheiras são essas filho, parece que nem dormiu e que estava lutando com um dragão - falou Helena, sarcástica. - Se levante, vai se atrasar para a aula. Sophia já ligou duas vezes para o telefone da casa perguntando por você.
- Oh, sério, o que ela perguntou? - Haniel se pôs de pé, parecia um zumbi, olheiras profundas e escuras.
- Ela não disse para mim o que se tratava, falou que só queria falar apenas com você - respondeu Helena bem sincera.
- Helena venha aqui, veja isso - chamou Ben impressionado com algo, ele estava do lado de fora da casa e acabou se deparando com dois carros de polícia, os profissionais interrogava alguns moradores, a respeito sobre um ato de "vandalismo" onde todos os vidros de janelas e portas da rua seguinte encontrava-se aos pedaços.
- Talvez sejamos os próximos a ser interrogados - respondeu Helena com a mão na cintura.
Haniel apareceu se despedindo dos pais, pois estava a caminho da Universidade onde cursava filosofia.
- Mas já? Tomou café? - Helena parecia preocupada.
- Estou sem fome, talvez eu compre algum lanche se me der fome - disse Haniel com a mochila nas costas.
- Tem certeza? tá com o dinheiro do lanche e da passagem do metrô? - Helena deu um abraço no filho, como despedida.
- Você sabe filho, não vai dá para te levar de carro hoje - disse o pai parecia um pouco meio preocupado com a polícia presente nas ruas.
- Eu entendo, tenho que ir logo, amo vocês meus pais da terra - Haniel se despediu logo e foi em destino a estação do metrô.
- O que ele quis dizer com "amo vocês meus pais dá terra" ? - Helena se virou para Ben com cara de dúvida.
- Talvez ele se ache um alienígena, um ser de outro planeta - riu Ben entrando para dentro de casa com a esposa, pois eles ainda não sabiam que haviam adotado um criança metade anjo.
***
Haniel chegou cinco minutos atrasados na Universidade, todos os alunos encontrava-se na sala de aula.
- Atrasado mais um vez Senhor Haniel Davis - falou o professor Adam com uns papeis na mão.
- Desculpe professor, com licença - falou o garoto indo em direção de Sophia que estava nas cadeiras de baixo.
- Você parece um zumbi! - ria Sophia tentando se conter para não fazer barulho.
- Eu sei, e você também está - disse Haniel com sorriso.
- Atenção por favor! - exclamou o professor para a turma e especialmente para Haniel e Sophia.
- Hoje, falaremos e debateremos sobre a criação do mundo, alguém sabe explicar para a turma sobre o que é e como aconteceu o Big Bang a grande explosão que deu origem ao mundo? - o professor de cabelos grisalhos olhava com olhar de curiosidade - Pois, a filosofia é o estudo das questões gerais e fundamentais relacionadas com a natureza da existência humana.
- Depende professor, existem diversas crenças, nem todos ligam ou acreditam nessa suposta ideia da grande explosão- argumentou uma aluna aleatória do meio da turma.
- E no que você acredita Senhorita, você é só mais uma dessas cristãos que acredita no Deus mágico? - o professor falou ríspido olhando fixamente para a garota.
- Para começo de conversa eu não sou cristã, eu sou budista e respondendo a sua pergunta nós budistas acreditamos que o Universo sempre existiu e sempre existirá, pois o budismo nos afirma da possibilidade de um passado sem Início - a garota parecia empoderada e ao mesmo tempo insultada e envergonhada perante a classe.
- É uma escolha sua acreditar nesses "contos de fadas" pois a ciência e filosofia na maioria das vezes sempre estiveram corretos. Diversos físicos e filósofos e teóricos da cosmologia criaram teorias com o intuito de explicar a origem do Universo, a mais famosa delas é a teoria do Big Bang, chamada pelo seu criador como Hipótese do átomo primordial - explicou o professor.
- Professor, o senhor é ateu? - interrompeu Haniel, todos os alunos focaram os olhos no anjo, ninguém da sala de aula nunca perguntou algo assim ao educador.
O professor olhou por cima dos óculos e respondeu seriamente.
- Sim, não acredito nessas baboseiras que existe, contadas por religiões, é um grande blasfêmia. Já perdi muito o meu tempo acreditando em Deus, isto foi um dos maiores erros da minha vida - Adam falou com desprezo.
- Egoísta, deixou de acreditar em Deus por ele não te dado o que você pedia - algo na cabeça de Haniel dizia o motivo do professor ser ateu, como que um espírito de um outro anjo falasse com ele, desse instruções detalhadamente sobre a vida do professor Adam.
- Não sei de onde você tirou isso, mas esse Deus mágico não respondia minhas pressas, que Deus é esse que para mim não provou sua existência?! Se ele existisse já teria me dado um sinal há muito tempo - o professor parecia abalado com que tinha ouvido.
- Você pedia para Deus todas as noites por um vida melhor por sua família que passava necessidades, TINHA VERGONHA DO SEUS PAIS! Tinha inveja de seus colegas de classe financeira alta, tinha VERGONHA DE SER POBRE? desde em diante se tornou ateu e resolveu estudar e questionar as coisas - Haniel aumentou o tom de voz na classe, dessa vez ele tocou na ferida do professor, por ver e saber do passado dele por uma conexão espiritual.
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Haniel
FantasiO anjo da morte está fazendo o seu trabalho, colhendo almas para o céu ou inferno. As pessoas não têm mais fé, as lendas são reias, vampiros matam, lobisomens atacam e as sereias são caçadas. Os demônios estão sobre o domínio do mundo, Deus envia an...