30. O "Presente"

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- Por favor, entre em nossa casa - disse Tanira apontando para a porta de entrada da mansão.

Em frente a porta estava Amon, vestido com um terno preto, parecia meio sério, com cara de quem não gostou de Heitor.

- Heitor, este é Amon, quem localizou você - Tanira deu uma risada abafada.

- Prazer em conhece-lo - falou Heitor tirando o chapéu da cabeça com muito educação.

Amon pegou apenas na mão de Heitor e deu um sorriso forçado, não falou nada.

A noite já estava chegando e a decoração para o baile fantasia já estava quase pronta, mas ainda havia humanos da equipe da organizadora trabalhando pela casa.

- Dará uma festa? - interrogou Heitor animado vendo com os as cortinas vermelhas nas paredes, com grandes refletores de luz e uma enorme mesa banhada a ouro composta por diversas bebidas e taças. Todos os móveis da enorme sala de estar haviam sidos retirados. Caixas de som foram estaladas por toda a casa no teto, acompanhado com com um globo espelhado que refletia as luzes da festa.

- Um baile de mascará, você está convidado é claro - Tanira deu uma piscadela para o bruxo - você aceita uma bebida, alguma coisa, o que quiser, peça e eu te dou - Tanira foi se aproximando do bruxo com um olhar sedutor.

- Vim apenas fazer o meu trabalho - falou o bruxo bem próximo de Tanira em seu ouvido. Heitor desde da entrada na mansão identificou que ela é a Mefistófeles, e ele também sabia que caso um humano caia nos encantos sedutores dela, dificilmente voltará a viver após a relação sexual com ela - eu sei bem o que você é, pois quando eu olho para as pessoas eu não só vejo a aparência  física, mas sim a alma e no seu caso eu te vi dentro deste corpo, sombria, maldosa. Lhe ajudarei e depois vou cair fora.

Tanira fez um olhar de esnobe e forçou um sorriso, mas ela não gostou do que ouviu, ela só não atacou ele porque aquele bruxo era o único que poderia lhe ajudar a receber o presente de Belzebu.

- Então vamos logo com isso me acompanhe - a demônia deu a costas e saiu andando até os fundos da mansão onde tinha uma porta que dava em vista uma piscina e uma grande arvore de carvalho. Neste percurso Tanira contou o que ele deveria fazer para libertar o presente surpresa que ela havia ganhado de um dos setes príncipes do inferno.

- Eu conheço um feitiço que se usa a arvore de carvalho como aparelho de teletransporte para outra dimensão, como chegar até o inferno através dele, ele é muito antigo e foi descoberto apenas por bruxos africanos dessa forma esse feitiço foi foi muito usando no Brasil na época da  colonização do pais e da escravatura, entretanto, não é qualquer bruxo que é capaz de realiza-lo - Heitor respirou fundo olhando para a grande arvore de carvalho.

- Então faça o que é preciso, eu lhe dou o que quiser! - Tanira demonstrava-se inquieta.

- Assim quando eu terminar o feitiço, o carvalho irá se abrir e você deve falar o nome do príncipe das trevas e através do carvalho e da energia emanada pelo nome do ser,  é que  algo irá se materializará dentro da arvore, pois é ele que enviará o presente, da dimensão de onde ele estar - o bruxo colocou as duas mãos no carvalho e falou em africâner uma das línguas oficiais falada no país África do Sul.

- Maak oop! - O bruxo falava de olhos fechados com as mãos na arvore - MAAK OOP! - e gritando mais uma vez em voz alta, pois isso significa "Abra-se" - MAAAAK OOOOOP! - gritou Heitor em ultima vez e o carvalho balançou e a terra tremeu.

O tronco da arvore que tinha mais de cinco metros de altura começou a ficar mole, o meio do tronco ficou pastoso como se estivesse derretendo, porém sem causa natural, mesmo com temperatura elevada, o tronco mole da arvore continuava firme, reto,  quanto mais mole, mais abriu uma grande abertura de dentro pra fora.

Uma luz vermelha surgiu dentro do tronco e formou uma grande abertura luminosa, o brilho vermelho era incandescente, como que dentro fosse um forno a brasas vivas.

- BELZEBU!! - Tanira gritou de braços abertos em frente a abertura que lembrava um portal para outro mundo.

E no mesmo instante ao pronunciar o nome do príncipe das trevas, algo surgiu, um corpo, igual ao do humano, mas o brilho vermelho atrapalhava a visão, algo saia de dentro e ao por o pé para fora a luz começou a diminuir o brilho.

Amon apareceu para se juntar com a soberana e ver o que estava acontecendo.

E de dentro saiu uma jovem, nua, de pele parda brilhosa, magra de e de longos cabelos lisos que cobria o bumbum. Tanira ficou de boca aberta, nem mesmo ela saberia o que era aquilo. O bruxo deu um passo para trás assustado. A moça tinha uma aparência de vinte anos de idade. 


ATENÇÃO CARO LEITOR! A baixo se encontra a música destinada a nova personagem que acaba de adentrar na história. Boa leitura!

- Madrinha... - disse a moça apontando para Tanira.

Após sair de dentro da arvore, o carvalho voltou a se recompor, se regenerando e ficando novamente da forma original.

- Você foi enviada por Belzebu? - Tanira se aproximou da garota com cara de espanto, em todo esse percurso a soberana nunca ficou tão surpresa.

- Eu fui enviada por Belzebu com permissão do Senhor das trevas, o Lúcifer, foi concedida a você a ser a sua afilhada e você minha madrinha, como Belzebu é muito carregado e por isso não consegue atravessar nenhum tipo de portal em pele e osso, ele me enviou por eu ser diferente e e ele sabia que eu conseguiria passar por um portal como esse - a moça não tinha vergonha de esta despida em frente a dois homens. Os olhos de Tanira transbordava lágrimas, de emoção.

- E qual é o seu nome? - interrogou o bruxo olhando nos olhos da moça.

- Eu sou a Melancolia, o oitavo e último, o pior pecado capital, poucos me conhecem, as pessoas só conhecem os sete pecados capitais e esquecem de mim, eu sou a oitava dos pecados, sou a própria depressão, suicídio, abatimento mental o mau do século, e estou como humana, em carne e osso - a garota deu um sorriso maléfico e agora Los Angeles tem uma nova inimiga presente na cidade.

Heitor Fontes boquiaberto, pensando no que ele tinha feito, a grande tragédia de que ele acabou de trazer ao mundo.







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