40. Metrô

3 1 0
                                    

11:50 da manhã, o despertador do smartphone de Haniel toca, mais uma rotina diária para ir à Universidade. As aulas de Haniel começam às 13:30 e anjo dormiu até altas horas.

Haniel acorda e depois fecha os olhos por conta da claridade da luz solar que entrava pela sua janela, o anjo pega o celular e olhas as mensagens, e como sempre, as primeiras eram de Sophia e Ted, seus melhores amigos.

Haniel responde as mensagens de Sophia:

Sophia: Vê se chega mais cedo, Ted quer te ver para conversar com você pessoalmente, vem logo estou ansiosa. 😵😬

Haniel: já estou indo. 👀🏃🚈

O anjo visualiza as mensagens de Ted:

Ted: Cara preciso falar com você, para te contar algo que aconteceu há dias e não te falei, acho melhor pessoalmente.🤔

Haniel: Blz irmão, me contra em frente à Universidade.🤙👍

Haniel trocou de roupa pegou a mochila e desceu as escadas depressa.

- Iiih... já vi que não vai comer nada outra vez - falou Helena mãe de Haniel na sala vendo TV.

- Eu compro um lanche na rua mãe, não se preocupe - Haniel respondeu todo risonho.

- Pegou a chave de casa? Seu pai já saiu para trabalhar como sempre e já, já será eu, não estarei em casa quando você voltar - Helena usava o controle remoto da Tv para mudar de canal enquanto falava.

- Ok, já estou com a chave de casa - Haniel fechou a porta e saiu rápido.

Haniel saiu as pressas de casa, ansioso, um anjo com sentimentos humanos, ele já imaginava o que seu amigo Ted lhe contaria, pois lembrou da profecia dita pela anjo Uriel. Haniel, como sempre para ir à Universidade pegava metrô, ele entrou em um vagão meio vazio, tinha apenas três pessoas, um casal de idosos e uma moça, a garota tinha o cabelo loiro com mechas coloridas em azul e rosa, cabelo estilo emo, roupas pretas e botas, ela usava fone de ouvido de cabeça no último volume, tocando um rock pesado.

O anjo olhou para ela sentiu algo diferente, ela era parecia peculiar, estranha, ele acabou sentando do lado dela, mas ele parecia que já havia visto ela nos corredores da Universidade.
Haniel olhava para ela, mas a moça não lhe dava a mínima, focada, curtindo suas músicas. Ele fez um sinal com a mão bem no rosto dela com intenção de ser notado, ela tirou os fones e olhou para ele, com cara de tédio.

- O que é garoto? - disse Katrina mastigando um chiclete.

- Achei que vocês viviam nas sombras, escondidos - Haniel falou baixinho bem próximo dela.

Katrina parou na hora de mastigar o chiclete, se levantou pegou ele pelo braço e levou ele até o fundo do vagão, bem distante do casal de idosos.

- Esculta aqui, eu não te conheço, não porque já te vi algumas vezes na Univerdade onde estudo que temos intimidade, mas eu não sei como você sabe sobre mim, mas uma coisa eu te digo, se tu abrir esse teu bico sobre minha vida por ai, a uníca coisa que encontrarão tua, serão apenas teus restos mortais - A híbrida também falou baixinho, mas muito revoltada, a cor da íris dos olhos de Katrina mudavam de cor de castanho para um tom amarelado, como o olho de um lobo.

- Ei calma ai, eu posso ter asas, mas eu não sou uma ave para ter bico, relaxa. Eu só achei que vocês não frequentavam muito o mesmo lugar que os humanos - respondeu Haniel sem graça.

- Do quê você tá falando maluco? - Katrina não fazia ideia que Haniel também era um ser sobrenatural - eu só te digo uma coisa cara, fica longe de mim se quiser se formar na Universidade - katrina tirou do bolso um isqueiro e um cigarro e fumou no vagão, mesmo com as placas de avisos informado que não é permitido fumar no metrô.

- Não pode fumar no vagão - o anjo olhou para a híbrida rindo como que estivesse levando as ameaças dela na brincadeira.

- Foda-se, tô nem ai e eu já disse pra você se afastar - Katrina encarou ele de olhos amarelos por um estante e soltou a fumaça do cigarro na cara do anjo.

- Não tenho medo Katrina, há autoridades divinas que coordenam seres como você, você não pode e não tem permissão para ferir ninguém, a ordem foi dada por Deus há muito tempo através do arcanjo Miguel para todos os seres das sombras não perturbar os humanos, ou serão punidos - Haniel falou sério desta vez.

- Estou nem ai, eu quero que tudo se foda, os anjos e o caralho a quatro, os anjos não têm mais domínio mesmo sobre os seres místicos, a parada agora é outra, e eu só não te parti ao meio por que estamos em um metrô! - Katrina fechou as mãos com força se segurando para não atacar Haniel.

No mesmo instante o metrô parou, chegaram na estação desejada, a senhora idosa se levantou com seu esposo, caminhando de vagar com uma bíblia de baixo braço ela chega bem próxima de katrina e fala:

- Se você soubesse a luz que essa rapaz tem, com certeza você trataria ele da melhor forma - disse a senhora desconhecida, que depois saiu sem dizer mais nada.

Katrina ficou sem entender e Haniel impressionado com a senhora.
O anjo pegou na mão de Katrina e atravéz desta ação ele fez com que apenas ela visse as suas asas, grandes e gloriosas, brilhantes, na visão de Katrina ela via os olhos de Haniel com um fogo azul.

A híbrida se assustou e puxou sua mão na mesma hora, seu coração acelerou.

- Então você... - Katrina tentou falar impressionada com o que viu.

- Sim - falou Haniel antes de Katrina terminar a frase.

Ela ainda sem entender, meio assustada deu as costas para Haniel e saiu de pressa do vagão, sem dizer mais nada.

- Espera ai moça - Haniel saiu atrás dela.

- Eu pensei que não havia mais anjos na terra - resmungou Katrina ainda de costas para Haniel enquanto andava.

- Espera! - Haniel falou outra vez em um tom sério e no mesmo instante Katrina parou de caminhar - ainda há esperanças, ainda há salvação, o mundo não está totalmente perdido - Haniel dessa vez pronunciou de um modo suave.

- E onde estavam os anjos quando os demônios foram chantagear os lobisomens e vampiros desta cidade, onde estava a esperança que a gente, seres das sombras não teve, por não ver uma saída?! - mais uma vez Katrina foi sincera em suas palavras, ela é verdadeira e transparente no que pensa.

- Os anjos estavam lutando no mundo espiritual para livrar você da morte - Haniel a cada palavra que dizia, criava uma sensação de paz.

- Eu não tenho mais salvação, eu já estou condenada, eu sou um monstro, o mínimo que vocês podem fazer por mim é me manter viva mesmo, pois eu tento ser normal - Katrina aumentou o passo e seguiu em frente.

Haniel também iria para o mesmo local que ela, mas preferiu deixar ela ir sozinha.





HanielOnde histórias criam vida. Descubra agora