Capítulo 10 • I'm crawling in my skin

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Oi! Gente, primeiro: gostaria de agradecer o feedback e a interação de vocês aqui na fic. Sério, eu fico muito feliz com isso :3

Segundo: MEU DEUS TEVE GENTE ME CHAMANDO ATÉ NO PV PRA FALAR SOBRE TEORIAS, EU AMO VCS. A grande maioria acertou bastante coisas 🌚. Prestem atenção nos sinais, eles vão ser importantíssimos durante a história e principalemente no final.

Ah, só mais uma coisa, o capítulo de hoje fez meu coração doer bastante :"). Espero que não doa tanto em vcs.

Tenham um bom capítulo e obrigada por tudo ❤

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POV Camila Cabello

De volta ao velho banquinho de madeira próximo a água cristalina do lago, Lauren permanecia em silêncio, enquanto seu olhar fixo sobre mim dizia muito.

Não me surpreendi que a partir do momento que a morena visse as marcas no meu corpo, ficasse preocupada de uma forma intensa. A garota ao meu lado não me perguntou sobre o que aconteceu, não abriu a boca para dizer uma palavra, apenas acariciava minhas costas enquanto as lágrimas nos meus olhos ficavam cada vez mais escassas. Ainda que os ferimentos ardessem em minha pele, dando-me a certeza de que deixariam marcas, ainda que a dor gritando em meu peito fosse muito maior que todos os cortes, a garota de olhos verdes conseguia de uma forma assustadora ameninar meu sofrimento. Apenas o olhar intenso, os dedos macios e carinhos sobre minha pele. Eu tive a certeza de que nada poderia me machucar mais, me sentia protegida.

Bom, quase isso. Quer dizer, o motivo que me levou a estar completamente ferida ainda existia. Ele estava solto por ai e eu não poderia avisar para Lauren. Caso o fizesse, tenho a mais pura certeza de que minha relação com a maior nunca voltaria a ser a mesma. Ela teria a certeza do que todos acham: que sou uma louca. Uma maluca qualquer que vê coisas por ai e começa a bater em todos.

O que aconteceu entre eu e Sarah, foi culpa na verdade, daquilo que vêem me assustando a dias.

Primeiro: em minhas alucinações, nunca criei uma imagens novas. Eu teria a visto em algum lugar posteriormente e só então meu cérebro me daria o belo presente de vê-la em uma crise. Isso não explica o fato de eu ver — com mais frequência do que gostaria — uma versão muito semelhante a mim andando por ai.

Talvez eu estivesse piorando. Talvez depois de tanto esforço, depois de tanto tempo estando consideravelmente bem, eu estivesse caindo novamente. Era o que mais doia, o motivo do meu coração se acelerar como um carro de corrida em meu peito, me deixando sem ar, me sufocando e matando aos poucos.

Depois que Styles me deixou sozinha naquele banquinho, me permiti apenas levantar e procurar algo para fazer quando o tédio se aproximou. Foi quando uma amostra de tudo que é ruim se fez presente em forma física. A garota de cabelos negros e lisos como bagunçados, com o mesmo rosto que o meu, mas com um olhar estranho, se aproximou de mim em passos firmes e decididos. No mesmo instante, meu corpo entrou em estado de alerta e tudo a seguir pareceu acontecer de forma lenta e dolorosa. Como se a desconhecida achasse graça da situação, permitiu-se gargalhar da minha expressão que pedia socorro. E já perto o bastante do meu corpo completamente paralisado, levou um dos seus dedos até os meus cabelos cacheados, enrolando-os em seu dedo. O sorriso sempre presente em seu rosto, como se aquela situação fosse tão boa como ganhar um prêmio.

Flashback ON

—Você é como uma versão menos interessante de mim… — a voz não se diferenciava muito da minha, era apenas mais rouca.

Caso o desespero não falasse mais alto que todos os meus sentidos, caso meu corpo não estivesse totalmente paralisado, caso a adrenalina que corriam em minhas veias não estivesse em uma quantia tão grande, eu pudesse sentir toda a dor, toda agonia e só então, poderia desabar em lágrimas no mesmo instante. Mas eu estava paralisada, assustada, sem conseguir fazer nada mais do que olhar a versão mais velha de mim com os olhos arregalados.

The CampOnde histórias criam vida. Descubra agora