Narrador point of view
Um dia antes do natal se passava de forma rápida na casinha de dois andares, localizada no norte dos EUA, mais especificamente em Ohio. Talvez a mudança rápida de tempo, que fazia com que os minutos e as horas corressem nos ponteiros do relógio descontroladamente, se desse ao fato de que todos estavam muito atarefados. Ou talvez fosse porque a ansiedade por aquela data tão querida fosse tão forte, que fizesse o tempo passar mais rápido. A verdade era uma só: quase dez anos (nove anos e sete meses, para ser exata) haviam se passado, mas para os íntimos amigos inseparáveis, era como se apenas uma semana tivesse sido passada. Como se eles ainda estivessem nos campos do acampamento de verão, com o sol tímido queimando-lhe as bochechas. Mas eles sabiam que aquilo não era verdade. Porque, além das ruguinhas embaixo dos olhos e as dores da idade começarem a visitar os ossos dos já adultos, o tempo gelido e repleto de neve, não dava espaço para a fantasia de ainda estarem em seus quartos do acampamento, suando de calor.
Mais um floco de neve se juntava a grande pilha, formando tapetes de neve sobre a cidade. Transformando os lindos e floridos campos, em um grande freezer. E para a infelicidade de Noah, o garotinho de cabelos enrolados e olhos verdes, que segurava uma pá como se sua vida dependesse disso, o tempo não dava indícios de que poderia se acalmar.
—Vamos lá, nós conseguimos — ele falou com a própria pá.
O menino, de apenas sete anos, mal conseguia se manter de pé, mas insistia em ajudar suas mães com a limpeza do jardim. Ele e Camila concordavam em que o natal era uma data mágica, e que sem o reparo e os cuidados com a casa, todo o brilho do amor e da compaixão seriam ofuscados. Tudo tinha que estar perfeito.
POV Lauren Jauregui
—O seu filho não para de gritar — murmurei pelo que parecia ser a milésima vez.
Eu estava deitada na cama, completamente rendida ao frio, enquanto meu filho mais velho dava tudo de si para tentar remover a neve para em frente a nossa casa.
Ele era como Camila, amoroso, paciente, com uma inocência comovente e linda bochechas rosadas. Era um garoto que provavelmente seria um bom homem. E eu me orgulhava disso, mais do que tudo.
—Ele é seu filho também — ela respondeu, um pouco irritada pela situação em que estavamos — Lauren, quer se levantar, por favor?
—Não. A cama me ama.
—Lauren, agora!
Preciso mesmo dizer quem é que tem o poder maior na relação?
O motivo do estresse de Camila era simples. Era inteiramente minha culpa. Enquanto minha esposa decorava o restante da casa e tentava cuidar do nossos dois tesouros de Deus, eu só conseguia bater o queixo de frio, enrolada na cama como um filhotinho. Ela era perfeita, cuidava da casa e das crianças e ainda assim conseguia fazer seu trabalho fora de casa, mas... Ela também era humana. Ela precisava de mim. E na maior parte das vezes, eu era a preguiçosa que não queria sair da cama tão cedo.
—Relaxa, Camz. Eu cuido das crianças.
—Dicas básicas: não deixe eles comerem pilhas, nem nada eletrônico. O Noah precisa tomar o remédio para bronquite e o Henry não pode comer temperos fortes.
Minhas bochechas queimaram ao ouvir a última frase. Coisa que foi rapidamente percebida por Camila.
—Lauren, o que você...
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The Camp
FanfictionCamila Cabello é uma jovem que possuí esquizofrenia paranoide e por indicação médica, é levada a um acampamento para jovens com transtornos mentais. Lá, conhece várias partes de sua vida em que nunca tivera contato, uma parte que talvez nunca devess...