- Desculpem-me pelo atraso, acabei acordando tarde. - disse Nôah, um Voully de vinte anos, que estava montado em cima de um cavalo branco com pintas marrons.
Sarah irritou-se novamente, pensava que os garotos eram realmente todos iguais.
- Hahaha! Viu como não sou o único que perde o horário? - Jimmy gargalhou, provocando a jovem varíg arqueira. Em resposta Sarah rosnou, assustando seus companheiros.
- Deixem de enrolação e vamos logo! - Sarah virou-se para seu pai e soltou um sorriso contido. Hugo exibiu um sorriso amarelo, estava com um pé atrás de deixa-los saírem para longe. Mas ele sabia que não poderia deixar suas crianças presas para sempre naquela fazenda.
- Tenham cuidado! E você, Nôah... - O rapaz tinha uma beleza invejável: Seus longos cabelos lisos eram esverdeados, bem escovados e passavam de sua cintura. Tinha uma pele cinza quase sem nenhuma marca de cicatrizes, sinais ou traços expressivos, era quase um boneco, isto é, se não fosse por um pequeno e quase impercetível corte que lhe atravessava o nariz horizontalmente. Seus profundos e penetrantes olhos tinham uma cor amarelo-queimado.
Era bastante alto, media por volta de dois metros. Estava trajando uma blusa azul-escura simples de mangas largas, com fios que amarravam a gola, comum entre os camponeses. Vestia uma calça branca de malha grossa e botas marrons que lhe calçavam até os joelhos.
- Sim, senhor?
- Cuide dos meus filhos, orelhudo! - Jimmy e Sarah gargalharam de Nôah. O jovem de orelhas pontudas era muito querido por eles. Ajudava as crianças nas tarefas do rancho e quase que semanalmente, sua família se reunia com os fazendeiros. Eles contavam grandes histórias sobre a cidade dos Voullys, a incrível e mística Fízladrin. Por tanto, levava na esportiva as piadas de Hugo.
- Pode deixar, senhor! Tá comigo, tá com os deuses! - Nôah sorriu, acenando em seguida junto das crianças. O trio de viajantes partiu rumo ao sul, em direção a praça de Válleriz, que ficava á uns cinquenta quilômetros dalí.
O cavalo chamado Mancha, corria acelerado, a final, seu dever era fazer com que os jovens chegassem o quanto antes na praça de Válleriz. A velocidade era tanta, que Sarah agarrou a cintura de Jimmy. Já o garoto, passou a trilha toda com um enorme sorriso de euforia.
Foram aproximadamente trinta minutos de cavalgada até finalmente avistarem os fogos que explodiam sem parar.
Os dois adolescentes nunca haviam saído de perto do rancho, pois Hugo não os permitia. Porém, a história agora era outra, eles tinham ganhado sua confiança e o destino pareceu colaborar ainda mais quando Nôah se ofereceu para os levar.
- Ei, Nôah! - Jimmy gritou forçando sua garganta, tentando sobrepor sua voz ao barulho do vento.
- O quê? - O voully não tirou os olhos da trilha, prestava atenção para não atropelar nenhum dos pedestres. Naquele momento a estrada seguia pelo meio de uma floresta com árvores imensas, pré-históricas, que encontravam-se dos dois lados do caminho feito há muito tempo pelos moradores.
Aquela paisagem encantava a linda garota de longos cabelos castanhos. Sempre que avistava pássaros, borboletas coloridas e outros animais diferentes, sacudia Jimmy para que olhasse também. O garoto mantinha-se alerta com sua espada, que encontrava-se presa à mochila de itens do cavalo, com medo de que acabasse caindo.
- Obrigado por isso. Se não fosse por você, Sarah e eu passaríamos o dia estudando a história de Melquíh. - Sarah gargalhou do garoto de olhos azuis.
- O estudo da história é essencial para nós, moradores de Melquíh. Provavelmente não teríamos esse festival, que por sinal é a única atração da nossa cidade, se não fosse pelos acontecimentos do passado.
Passamos por muitas dificuldades, sofremos na pele a dor de perder familiares e amigos. Aprendemos a recomeçar do zero e transformamos a dor em nossa maior fonte de inspiração, para continuar seguindo em frente. - Pronunciou Nôah, orgulhoso da história de seus antepassados.Jimmy sentiu prazer em ouvir aquelas palavras, nunca havia pensado daquela forma. Quando notou as árvores reduzirem, seus olhos brilharam e um enorme sorriso maroto se abriu em seu rosto. A praça finalmente mostrava-se para os visitantes, fazendo seus corações acelerarem de ansiedade.
A entrada da praça era incrível, milhares de raças diferentes passavam pelo portão feito de galhos retorcidos de acácia, formando um gigantesco arco enfeitado por diversas flores típicas da região.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quarttions - O Último Terúlyan
FantasíaQuarttions é um incrível e vasto mundo medieval, regido pela magia dos antigos deuses e formado por quatro reinos, divididos por uma barreira mística, que separa os monstros cruéis das outras raças mais pacíficas. Essa gigantesca divisa foi feita há...