A reunião dos três - 01

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- Se existe uma possibilidade, seja ela mínima ou não, devemos tentar! Se ninguém virá, como você diz, vamos nós mesmas nos salvar! - Disse Sarah confiante e com um olhar firme. Kimberli ouvia com atenção, enquanto ponderava sobre o assunto.

- Tem razão, Sarah. Por muito tempo tive medo de tentar fugir, mas parece que você é o incentivo que me faltava. Você certamente tem um dom, criança. - Kimberli sorriu. Então caminhou até onde havia um porta-chaves que estava pregado na parede. Ela Pegou a chave e abriu a cela da varíg.

- Vamos lá! - disse Sarah. As duas subiram cautelosamente as escadas, e logo avistaram a entrada da fortaleza, guardado por dois nillúz.

- Não se preocupe, fique aqui, eu já volto. - Kimberli deixou a varíg, tomou outro caminho, e minutos depois trouxe uma espécie de carroça, com alguns pequenos barris em cima, cheios de carne e bebida. Ela deixou perto das escadas do calabouço e pediu para que Sarah entrasse em um deles, enquanto ela diria para os guardas, que tivera recebido uma ordem do lorde para levar comida para os trabalhadores nas minas.

Poderia parecer idiotice de acreditar. No entanto, não fique surpreso, pois os nillus possuem poucos neurônios, sendo os existentes somente capazes de pensar em combate e comida.

Eles permitiram que ela levasse a carroça, mas orderam para que ela mostrasse o que levaria. Se eles descobrissem que Sarah estava dentro de um dos barris cheio de carnes, não só ela seria presa, mas Kimberli também. Dessa forma, a escrava trouxe a carroça até os guardas sem saber o que fazer. Os nilluz vasculharam um por um, até que um deles estava prestes a verificar o barril que Sarah estava escondida. Ele retirou algumas carnes de dentro, mas as outras ainda cobriam a varíg. O desespero estava tomando os pensamentos de Kimberli, fazendo ela gritar de repente.

- Pare agora guarda estúpido!

- Hey! - Reclamou um dos monstros com cabeça de touro.

- Estas carnes são extremantes perigosas para sua raça, elas vão derreter todo o seu corpo se tocar nela.

- O quê? - perguntou o guarda espantado.

- Uh... Sim, isso mesmo, somente os Guriníz podem comer ou tocar nisso, eles são feitos praticamente de pedra. Olha, é melhor lavar suas mãos antes que seus ossos fiquem expostos, e isso não seria nada agradável. - disse Kimberli eufórica, com o coração acelerado.

- Rápido Dreztanúr, me ajude, eu não quero morrer! - disse o nillú que tocou na carne. Então seu companheiro saiu correndo junto dele, para lavar as mãos do monstro que gritava de desespero.

- Pelos deuses, eu nem acredito que deu certo. Eles caíram direitinho. - disse Sarah de dentro do barril. Kimberli gargalhou e empurrou a carroça para fora da fortaleza, rumo as montanhas que ficavam no limite de Império Natural, onde a estava a barreira. As duas passariam horas na estrada rochosa até chegar lá.

E enquanto isso, em Melquíh, o pai de Sarah tivera reunido todos os moradores para procurar sua filha e seu sobrinho. Eles amanheceram, tentando encontrar as crianças, até que Hugo teve conhecimento do que havia acontecido na praça de Válleriz. Soube da batalha de Jimmy contra os Norvills, e sobre a coragem de Sarah ao lutar contra um servo de Séfratus. Mas mesmo os que tiveram presenciado o acontecimento, desconheciam o paradeiro das crianças.

Dentre os que ainda recebiam medicamento na praça, um homem ferido disse ter visto Noah. O rapaz de grandes orelhas pontudas partiu logo depois de ser tratado, dizendo que precisava chamar reforço. Hugo ficou um pouco desapontado pela falta de responsabilidade do rapaz. E depois de falar com o homem ferido, ele encontrou Morlun, o mago.

- Vejam só, você não mudou nada, velho. - Disse Hugo.

- Não posso dizer o mesmo de você. Está mais gordo, e seus cabelos agora são grisalhos. Se não tivesse uma boa memória, mal poderia saber que falo com um dos heróis da guerra dos Pinheiros. - os dois gargalharam e se cumprimentaram.

- Eles voltaram, ainda não sei como, mas voltaram. Temos que fazer alguma coisa, Hugo.

- Nós não, você deve ficar aqui, poi seu estado é lastimável.

- Deixe de falar abobrinhas, ainda consigo chutar alguns traseiros de norvills. E quanto ao meu estado, não vai acreditar se eu te falar... De qualquer jeito, Meledine agora trabalha para Séfratus, e... Eles levaram uma criança.

- Espere! Um criança?! Como era essa criança?

- Vejamos... Era uma varíg, e assim como todos os varígs, tinha cabelos castanhos e olhos azuis.

- Ela usava um arco?

- Oh, sim, um arco como aqueles que os Siffi usavam.

- Não. Não. Não pode ser. Esses desgraçados levaram minha filha, Morlun. ELES LEVARAM A MINHA FILHA! - Hugo ficou descontrolado, e bufava de ódio.

- O que vamos fazer? - perguntou Morlun, enquanto se levantava de uma cama de palha improvisada.

- Reunir todos os paladinos.

- Loucura. Você precisaria da autorização dos deuses e.

- Você acha que os deuses ainda olham por nós? Ou escutam nossas orações? Eles nos abandoram a muito tempo. Vamos reunir os paladinos, esse assunto não pode esperar mais.

- Tudo bem, eu sei que você está preocupado com sua filha, mas.

- Não se trata só da minha filha. Primeiro os norvills atravessando a barreira, depois os servos de Séfratus dando as caras nessas terras... Não é um simples acontecimento, isso é um presságio do que está por vir. O mau está voltando, meu amigo, e vamos precisar de toda ajuda possível.

- Então vamos. Vamos para Fidélis, lá nós devemos encontrar seus amigos paladinos.

Ambos os antigos amigos que reencontraram-se depois de tantos anos, partiram juntos para Fidélis, acompanhados de alguns guerreiros humanos.

Já em Truce, Kerolaine e Sírus sentiram a falta de Jimmy, que tivera desaparecido de repente e seguiram os rastros de pegadas do varíg, que rumava para dentro da floresta aos pés da montanha.

Enquanto isso, Jimmy ainda estava deslumbrado com a visão do dragão negro bem a sua frente.

- Último Terúlyan? Quanto tempo você está preso nessa caverna? Os terúlyans foram há muito tempo extintos do mundo. Hoje em dia, restaram somente seus descendentes, como os varígs e outras sub-raças. E eu, sou um varíg.

- Criança. Não sei porque enganaram você. Mas permita-me que eu refresque sua memória.

- Isso aconteceu há muitos anos atrás, quando ocorreu a guerra dos pinheiros, onde Záyru, o filho de Tríbax, junto de Séfratus, tentou trazer o deus da destruição de volta ao mundo. Naquela época você ainda era só um filhote, no entanto, permaneci ao seu lado quando tentei impedir que o levassem para Império Natural. Vi seus pais morrerem em na batalha contra Záyru, porém, decidi ir atrás de você, era meu dever. Então alcancei Séfratus e lutei com todas as minhas forças, consegui trazer-te de volta para Truce, todavia precisei retornar á Império Natural e lutar contra Séfratus. Certamente eu teria morrido, se o tirano já não estivesse enfraquecido, como estava.

- Em Truce, os seis magos tinham começado a criar a barreira que hoje divide nosso mundo, ainda restava um tempo para que eu pudesse retornar. Entretanto, quando finalmente obtive a chance de regressar, a barreira havia sido finalizada e eu fiquei preso do outro lado, dentro desta caverna.

- Você estava bem a minha frente, como está agora, fomos separados por essa parede invisível. Depois daquele dia, passei a viver aqui e, não pude ter contato com você. Quando vi Hugo te levar, pedi para que te protegesse. Mas eu não sabia que ele esconderia toda a verdade, certamente teve seus motivos, acho compressível.

Quarttions - O Último TerúlyanOnde histórias criam vida. Descubra agora