Império de Klaus - 02

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No meio de uma das poucas florestas que existiam em Sol Nascente, um casal de humanos sem roupas, dormiam agarrados sob confortáveis folhas de bananeiras. Kerolaine despertou lentamente, abrindo seus olhos e bocejando. Ao ver o rosto de seu namorado, um singelo sorriso abriu-se em seu rosto bronzeado. Ela admirava as feições do homem que tanto amava, o homem que lhe fazia feliz como ninguém. Foi então, que Kerolaine lembrou-se de algo que poderia os deixar seriamente prejudicados.

-  Meus deuses! Nós precisamos voltar ao palácio!

Kerolaine sacudia seu companheiro, tentando acorda-lo, mas o sono de Eliaquim era profundo. Ele deveria estar voando livremente pelos céus azulados de Quarttions, em seus sonhos. Sem contar que o clima da floresta era tão cativante, que diversas borboletas voavam por todos os lados, pássaros cantavam em diferentes tons e timbres e os raios tímidos de sol perfuravam suavemente as folhas laranjadas das árvores. Isso tudo colaborava para o delicioso sono do rapaz de cabelos encaracolados.
Foi então que ainda sacudindo seu namorado, Kerolaine teve uma ideia astuciosa. Um sorriso malicioso abriu-se em seu rosto por pensar no que estava prestes a fazer. Ela se levantou devagar, afastou-se um pouco do dorminhoco, puxou ar para seus pulmões e gritou.

- QUIM! OS DRAGÕES VOLTARAM!

- MEU DEUS, PROTEJA-NOS! - Em um solavanco, o homem se levantou desesperado, empunhando sua espada e olhando euforicamente para todos os lados procurando as criaturas que há muito tempo haviam desaparecido. Mas ao notar que sua namorada gargalhava sem parar, ele entendeu tudo. Respirou fundo, tentando acalmar seu coração que batia acelerado, prestes a explodir. Kerolaine tentou se conter para explicar, mesmo tendo um ataque de risos.

- Foi o único jeito que eu encontrei de te acordar, você devia ter visto sua cara, hahahahaha!

- Sua... Sua filha da mãe! - O homem pelado correu na direção de Kerolaine, enquanto soltava um sorriso.

Enquanto isso, no palácio da ordem, Klaus terminava de vestir suas vestes imperiais. Logo teria de receber os lordes e os regentes das cidades vizinhas para a reunião mensal. Pois como de costume, encontravam-se sempre no andar mais alto, no salão de reuniões, para discutir assuntos relacionados a leis, economias e força militar.
Para o imperador, aquela seria apenas mais uma reunião como as outras, porém, não sabia ele que o dia seria cheio de surpresas. Pois à alguns quilômetros do seu reino, um grupo de viajantes formado por três paladinos e dois lordes de Cidade Nova, atravessavam o gigantesco deserto de Kírüs, rumo ao seu palácio. Eles tinham assuntos urgentes a tratar com o imperador, relacionados à estranhos eventos que vinham atormentando os moradores de Cidade Nova.

Seus convidados tinham chegado há um tempo, e esperavam pelo soberano na sala de reuniões. Klaus caminhou até o local, abriu as enormes portas avermelhadas, mordiscando um petisco de camarão e todos que estavam sentados ao redor de uma enorme mesa oval de mármore, levantaram-se e o reverenciaram. O soberano de Sol Nascente respirou fundo e os ordenou para que sentassem. Dentre os presentes, a ilustre presença do lorde de Ponta de Pedras, anunciava o presságio de uma longa reunião. Era idoso, careca e tinha uma barba branca grisalha e longa, usava uma túnica de tecido nobre marrom, com detalhes bordados feitos de ouro. Procurou entre vários papéis que carregava, um documento contendo o produto bruto arrecadado pela sua cidade, para ler ao imperador. Klaus batia a ponta de seus dedos na mesa, já sem paciência.

- Aqui está... Com a sua permissão, soberano.

- Prossiga, Bartolomeu. - Então, o lorde esticou o papel com as suas mãos e pigarreou.

- Informe sobre o saldo total de Ponta de Pedras. -
A reunião continuou, todos os lordes e regentes tiveram sua vez, Klaus não queria estar ali, mas era sua obrigação como soberano do Sul.

Quarttions - O Último TerúlyanOnde histórias criam vida. Descubra agora