Capítulo 9

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Pérola


Depois daquela loucura que cometi eu quase não consegui dormir. Meu corpo todo estava em chamas e embora eu soubesse que ele só estava se divertindo, me peguei várias vezes olhando para a porta do quarto na esperança que ele voltasse e me fizesse sua.

Clara dormiu a noite toda. Verifiquei sua temperatura várias vezes, mas graças a Deus tudo tinha sido só um susto. Quando acordou nem parecia que quase tinha nos matado de tanta preocupação. 

O Sr. Lobo Mau não deu as caras a manhã toda. Seu café foi servido no quarto por ordem dele. Talvez fosse melhor assim. Tinha que deixar as coisas em seus devidos lugares entre nós. Ele, apesar de uma tentação em pernas, era meu patrão e assim que devia continuar sendo. O pior que as coisas estavam estavam acertadas na minha cabeça, mas meu coração bandido teimava em querer seguir por outra rota.

Pérola: Preciso saber se ainda tenho que passar o final de semana aqui. - falei para Roberta enquanto ajudava a guardar a louça, Clara estava dormindo e eu sempre aproveitava para conversar e ajudar Roberta.

Roberta: Acho que sim. - continuou lavando a louça. - Caso contrário o patrão já teria te dispensado.

Pérola: Quando ele decidir sair daquele quarto, eu pergunto. - conclui

Roberta: Ele está mais calado do que o de costume. - fez essa observação e logo me pus a pensar na noite anterior. Provavelmente tinha se arrependido de beijar a babá de sua filha. - Mal tocou no café da manhã. Acredita que quase derrubei a bandeja quando fui buscar e ele não gritou comigo? Esse homem tá muito estranho... O que será que ele sonhou?

Pérola: O que o sonho dele tem a ver com a falta de educação, criatura? - ri tentando entender.

Roberta: Ué, esse povo rico é cheio de manias. Até os sonhos são diferentes dos nossos, pobres almas de Deus. Chego até a duvidar que soltam pum.

Pérola: E são entupidos por um acaso? - gargalhei da loucura de Roberta. 

Roberta: Vai saber.

Estávamos jogando conversa fora quando os pelos da minha nuca se eriçaram. O Lobo mau está se aproximando. Isso era mais certo do que o dia e a noite.

Márcio: Roberta, você poderia limpar meu quarto? - sua voz rouca enviou uma corrente elétrica por todo o meu corpo e instintivamente comprimi minhas coxas pelo calor que acertou em cheio meu centro. - Deixar cair umas coisas.

Roberta: Claro, senhor. - Roberta tremia até a voz - Estou acabando de lavar a louça e já vou.

Pérola: Quer que eu termine de lavar para você? - sabia que tinha que fazer algo. Não queria correr o risco dele ficar aqui esperando que Roberta terminasse. Até o momento não tinha tido coragem de encará-lo.

Roberta: Por favor, Pérola.

Márcio: Não! - o homem quase gritou em negativa e vendo nosso espanto tentou parecer mais contido. - Clara pode acordar e você estará com as mãos frias para pegá-la.

Roberta: Desculpa, senhor. - Roberta estava agoniada com a situação. Ela morria de medo de ser mandada embora. - Eu já vou.

Márcio: Pérola. - Jesus amado e coroado. Meu nome na boca daquele homem era até pecado. - Você se importaria de ir até meu quarto e arrumá-lo? Sei que não é seu serviço, mas já que está disposta a  ajudar...

Pérola: Claro que não, senhor. - na verdade eu queria ter dito que nem fodendo eu entraria na sua toca, mas com Roberta ali seria difícil explicar depois.

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