Capítulo 13

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Pérola



Por mais que meu coração tivesse disparado ao ouvir o que Márcio disse, eu sabia que precisava ter cautela sobre o que estava acontecendo entre nós. Queria que desse certo. Era o que mais queria naquele momento, mas sabia que as coisas não seriam tão fáceis assim. havia um abismo entre nós chamado sociedade. Para muitos eu seria vista como uma aproveitadora. Nunca fui de me importar com a opinião dos outros, mas haviam casos que embora não quiséssemos, nos atingia. Além do mais tinha Clara. Se nada desse certo entre nós, o preço que eu pagaria era ficar longe dela e isso me fazia temer.

Passamos o dia seguinte como uma verdadeira família. Vi Márcio interagir com a filha muito mais do que durante todo o tempo que já tinha cuidado dela. Mesmo sendo ainda uma bebê, ela parecia sentir a aproximação do pai e isso foi o maior incentivo para que eu resolvesse encarar a situação, além da desconfiança de que o que estava sentindo por ele não era uma simples paixão.

Pérola: Obrigada por esses dois dias maravilhosos. - agradeci quando ela colocava nossas bagagens no carro. 

Márcio: Você sabe que minha vida é bem complicada e corrida por causa do trabalho - falou me olhando - Mas farei o impossível para que tenhamos momentos como esse sempre.

Pérola: Não quero que mude sua rotina por mim. - fui sincera 

Márcio: Você já mudou, Chapeuzinho - me abraçou e me dei conta que naquele momento estávamos na nossa bolha. Nós três juntos sem nada para atrapalhar. - E pode acreditar que mudou para muito melhor. - beijou meus lábios delicadamente e antes de sair do abraço, beijou a cabeça da filha.

Pérola: Só tem um problema...

Márcio: Todo problema tem solução. - rebateu abrindo a porta do carro para que eu acomodasse Clara .

Pérola: Está mesmo disposto a encarar o meu pai? - ainda tinha dúvidas que essa fosse sua intenção. Não conseguia imaginar o meu chefe mandão indo a casa de uma mulher mostrar suas boas intenções para o pai dela. - Ele não é fácil quando se trata de gavião de olho na filhinha dele.

Márcio: Quem disse que sou um gavião? Sou um lobo esqueceu? E um lobo muito, muito mau.


Realmente ele não estava brincando quando disse que faria isso e me dei conta disso quando reconheci que o caminho que havia tomado nos levaria a minha casa. De repente um bolo se formou em meu estômago e ansiedade me consumiu. Meu pai não era uma pessoa grosseira e nem do tipo que tratava as pessoas mal, mas o conhecendo eu sabia que não veria com bons olhos o meu relacionamento com Márcio. 


(...)


Quando o carro parou de frente a minha casa eu tive vontade de pedir para que ele deixasse a conversa para outro dia, mas realmente o mandão em questão devia ter o dom de ler pensamentos. Ainda não me acostumei com esse homem!

Márcio: Já disse que não pretendo fazer do que temos algo sujo e imoral. - falou me tirando dos meus pensamentos. - Não vejo motivo para temer esse encontro. Seu pai não deve ser nenhum ignorante para não entender que somos adultos e sabemos e que fazemos e principalmente o que queremos.

Pérola: Você tem razão. - me dei por vencida. - Não tem porque ter receio.



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