2. Nightmare.

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||Marie's point of view.||

A dor era cada vez mais presente, me lembrando do acontecido de algumas horas atrás. Eu não me levantei desde então, nem mesmo para ver como se encontrava o meu corpo. Meu olhar estava fixo na parede daquele lugar, como se tivesse algo interessante ali. Minhas lágrimas secaram, mas eu fazia o favor de renova-las outra vez.

O som de meus gritos continuam a se reproduzir em minha mente, eu sabia que jamais esqueceria daquilo. Mesmo que ficasse tudo bem depois, eu sabia que lembraria.

Não vi quando ele saiu, eu queria estar sozinha, como sempre estive.
Consigo detectar o som da porta sendo aberta de maneira cautelosa, mas meu corpo se recusa a ver quem era. Por favor, não seja ele. Por favor, me ajuda. Peço aos céus, eu precisava de anjos da guarda, se é que existem. Sinto a aproximação de alguém, então aperto os olhos, suplicando ao além que não fosse ele.

— Consegue andar? — uma voz desconhecida diz, sinto meu coração acelerar ao ouvi-la, estava com medo de responder. Viro meu rosto lentamente, tendo a visão quase nítida de um homem loiro agaichado em minha frente, com um semblante preocupado. Sentia meu rosto inchado.

— Fique longe de mim! — ouço a mim mesma em um tom alto. Então, com as poucas forças que eu tinha, comecei a distribuir socos por seu peito, com a pouca força que me restou.

Ele apenas me encarava, nada surpreso com minha reação, meus socos não pareciam fazer efeito, apenas impulsionava seu corpo levemente para trás, mas nada de dor, pelo menos ele não demonstrava sentir através de sua expressão facial. Com suas mãos grossas e cheia de calos, ele segura meus pulsos com força, me fazendo parar e encarar seus olhos âmbar.

Minha visão fica turva pelas lágrimas que se acumularam em meus olhos, então aperto minhas pálpebras, impedindo as lágrimas de caírem mais uma vez. Viro meu rosto levemente para o lado, não queria que ele visse a garota fraca que eu era por dentro.

— O que querem de mim? — me surpreendi com a calma com que falei, seus dedos se afrouxaram em volta de meus pulsos.

— Me ajudá-la —sua voz soa no mesmo tom que a minha, eu abro os olhos lentamente, só então me lembrando de que estava completamente nua.

Puxei meus braços para mim, fazendo ele me soltar no momento exato. Sinto meu corpo inteiro doer, incluindo meu íntimo. Puxo minhas pernas para perto, mas até o ato era doloroso. Cobri a mim mesma usando minhas pernas e braços, para que ele não me olhasse. Sentia o molhado do meu sangue no colchão, mas me recusei a olhar. Eu não podia olhar.

— Eu não preciso da sua ajuda. — meu tom soou uniforme, embora minha situação não fosse a das melhores. Era óbvio que ele era um dos seguranças. Estava claro, mesmo que ele não estivesse de uniforme, a sua postura me parecia ser robusta. Estremeço diante do pensamento de que tudo poderia vir à tona outra vez, estilhaçando o que restou de mim.

— Preste bem atenção — ele faz uma pausa, me encarando nos olhos como se pudesse ver através de mim. — eu vou te tirá-la daqui, eu posso fazer isso. Se você quer sobreviver, venha comigo. Ou você prefere ficar aqui e ser abusada pelo Jeremy todos os dias? Não vou te ajudá-la se não quiser... Você escolhe. — Na posição em que me colocara, eu não tinha muitas opções. Gravei o dito nome em minha memória, sob lembranças de um acontecimento recente. Jeremy.

Eu o encaro, e noto que algo nele me fazia querer confiar. Me transmitia confiança. Não tinha como eu escapar dali sem uma corda a qual me agarrar e ser erguida. Não possuía uma noção de quantos guardas estavam além daquela porta, nem o quão grande era a extensão dos corredores.

Why should I care about you? - 𝙎𝙚𝙖𝙨𝙤𝙣 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora