insane

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||Justin's point of view.||

Segunda-feira. Eu odiava aquele dia da semana. Praticamente tudo e todos pareciam me estressar propositalmente. Não que que nos outros dias fosse diferente, mas na segunda era tudo mais demasiado. Estava em meu escritório, uma caneta à mão esquerda, a deslizar suavemente pelo papel amarelado do bloco de notas, a escrever cada coisa que jamais poderia esquecer. O ranger da porta chama a minha atenção, e eu rolo os meus olhos até onde vinha aquele som, encarando o homem de cabelos negros e pele clara à minha frente. Jeremy Bieber costumava aparecer de surpresa.

— o que quer? — questiono, soltando a caneta e apoiando os meus cotovelos na madeira lisa da mesa, enquanto meus dedos se unem em um formato triangular.

— vim saber como andam as coisas...

— e desde quando se importa com trabalho? — o corto, percebendo um pequeno sorriso se formar nos lábios de meu pai, seguida de uma breve risada audível.

— desde que meu filho se tornou um homem responsável? Olha, justin, eu não entendo tamanha arrogância quando se dirige a mim. — após isso, uma súbita vontade de rir me domina, e é exatamente isso o que faço.

— está certo disto? Eu tenho mil motivos para lhe tratar dessa forma — digo, sustentando um sorriso sarcástico em meus lábios úmidos. Jeremy apoia sua mão velozmente na mesa a minha frente, provocando som e inclinando mais o seu corpo em minha direção. Eu sou capaz de ver a fúria se acender em seus olhos

— FUI EU QUEM LHE DEU ABRIGO EDUCAÇÃO E UM EMPREGO! — seu tom de voz aumenta e eu sou obrigado a me erguer daquela cadeira acolchoada, apoiando também, as minhas mãos no criado mudo, olhando penetrantemente em seus olhos. — TUDO O QUE VOCÊ SABE FUI EU QUEM ENSINOU A VOCÊ! EU TE COLOQUEI NO TOPO, VOCÊ DEVERIA ME AGRADECER

— AGRADECER? FOI VOCÊ QUEM MATOU A MINHA MÃE! FOI VOCÊ QUEM ME OBRIGOU A ASSISTIR A MORTE DELA E A CHAMOU DE VADIA ENQUANTO BATIA O MARTELO NO CADAVER DELA! VOCÊ FOI QUEM ME OBRIGOU A CONTAR DINHEIRO SUJO, VOCÊ QUEM ME OBRIGOU A ASSISTIR VOCÊ FODENDO GAROTAS INÓCUAS QUANDO EU SÓ QUERIA SER UMA CRIANÇA NORMAL E ME DIVERTIR COM MEUS AMIGOS. VOCÊ FOI QUEM ME FEZ DE FANTOCHE O TEMPO TODO, E EU GARANTO, JEREMY BIEBER — faço uma pausa, a minha garganta está seca e eu posso sentir minhas cordas focais ardendo. — você já estaria morto se não tivesse o meu sangue correndo em suas veias — falo em voz baixa, permitindo outra vez que um sorriso me domine. O meu rosto arde e se vira com pressão com o soco que acabara de tomar, mantenho-me imóvel, a cabeça na mesma posição.

— aprenda a me respeitar porque você me deve muito mais do que a sua vida. — ele diz com a voz levemente arrastada. Me viro para ele lentamente, meus olhos queimam em ódio. — eu vim aqui para lhe dar isso. — meus olhos correm para baixo, onde ele deixa um papel em formato de carta. — quero que seja padrinho do meu casamento e não falte. — até parece que nada acontece, e ele se retira de maneira lenta, a minha bochecha ainda dói.

Com um grito, eu libero toda a minha fúria, levando minhas mãos até a mesa e a virando de uma vez. O som excitante das coisas se quebrando parecem fazer uma diferença boa naquele momento. Me viro para as cortinas, meus dedos se fecham ao redor do tecido, e eu puxo até que tudo viesse ao chão. A luz do sol invade o local, aquecendo o ambiente antes frio.

Justin, justin por favor, olhe pra mim.

Ouço vozes, a voz dela, minha mãe. Pattie Mallette parecia estar a centímetros de distância de mim. Sinto a respiração dela em meu pescoço, meu braço dança no ar ao me virar.

Justin, eu tô aqui com você. Ele não vai me te machucar

- NÃO! Você está morta, você me de deixou - uma risada me perturba e eu levo as mãos até meus ouvidos. Concentra, justin. É só uma alucinação.

Why should I care about you? - 𝙎𝙚𝙖𝙨𝙤𝙣 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora