ambition

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||Justin's point of view.||

Marie e Claire. Duas pessoas totalmente diferentes mas que em minha cabeça se tornava apenas uma. Parecidas na aparência e na personalidade. Talvez eu ainda estivesse louco, talvez meus devaneios se tornaram reais. Não sabia.

O fato é que Claire sempre esteve presente em minha vida, mesmo após seu desaparecimento. Quando adormecia após um longo dia, ela estava ali, ao meu lado. Minha mente produzia cenas estranhas entre nós dois, e eu sussurrava sozinho a procura de paz. Coisa que jamais reconheci em minha vida. Paz é uma sensação divina, acredito que apenas os religiosos tenham isso dentro de si. 

Dessa vez, meus pensamentos voam para longe de Marie ou Claire, e se voltam para o tráfico, que vem crescendo cada dia mais. O ar frio se acumulava dentro daquela enorme sala de trabalho na boate de meu pai, meus olhos estavam fixos em algum ponto daquele lugar, enquanto a nicotina entre meus dedos, vezes ou outras vinha até meus lábios para ser tragada.

Quando se trabalha com qualquer tipo de tráfico, você precisa saber organizar as coisas perfeitamente. Estar sempre por dentro de tudo e saber exatamente como as coisas funcionam. Se tiver uma dívida, pague. Um conflito, arrume antes que tudo fique completamente fora do controle. Desconfie até mesmo de um fio de cabelo do seu amigo do lado, todo mundo pode trair todo mundo. Você é a cabeça do negócio, sem a cabeça o corpo se debate até perder completamente a vida. Pensar sempre em um bom plano mesmo que não esteja em determinada situação. Saber que seu único amigo de verdade é o seu dinheiro, pois ele pode comprar qualquer mente desesperada.

Quando assumi as responsabilidades de Jeremy, coloquei em minha cabeça que nada sairia do controle, tudo ocorreria como deveria ocorrer e eu iria desfrutar de cada lucro recebido, mas nada de escrever em linhas tortas.

Todo mês perdia uma quantia de dez mil dólares para a polícia, que encobria a boate e permitia que a venda de substancias ilícitas fosse legalizada naquele ambiente. Quando se trabalha com coisas assim, você precisa ter mais de um braço, mas também precisa respeitar as regras impostas por cada membro. O dinheiro que perdia para a segurança voltava em dobro em minhas mãos. Prostitutas sempre tem alguma divida a pagar comigo. Era dono de um grande hotel onde elas ficavam hospedadas, tinham que gastar com comida, água, eletricidade e moradia, e todo o dinheiro vinha para minhas mãos.

Toda vez que algum velho rico quisesse contratar uma delas para trabalhos ou até mesmo para serem suas acompanhantes em determinados eventos, 50% desse dinheiro era meu, e os outros cinquenta elas usavam na dispensa de seu teto, que também era meu.

Cada prostituta tinha direito a um segurança, que as levavam para eventos dentro e fora da casa e as protegiam das loucuras que seus clientes eram capazes de fazer.

Todo ano, pessoas de outros países acabavam vindo parar aqui, sem dinheiro ou uma casa para morar. É aí que meus homens entravam em ação, oferecendo casa, comida, água, e é claro, um emprego. Mulheres são ingênuas demais a ponto de não contar nada a ninguém sobre o que passa dentro desse local, por puro medo. Ou são néscias ao ponto de não acreditar que foram enganadas e vendidas. Para algumas, sou o rei que as tirou da fome e da miséria. Para outras, sou o chefe e dono do solo que pisa, merecedor do seu respeito.

Observo as linhas anduladas que se formam no ar quando a fumaça é posta para fora, minha mente se diverte enquanto tentava assimilar as próprias a desenhos e escritas. Acabo rindo comigo mesmo. Não por estar chapado ou algo do tipo, mas porque penso que todos poderiam estar certos a respeito de mim; eu sou mesmo um louco psicótico.

Why should I care about you? - 𝙎𝙚𝙖𝙨𝙤𝙣 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora