3. Rose

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|| Justin's point of view. ||

- Por quê levou a garota para sua casa? - Jeremy questiona pela primeira vez, quebrado o silêncio que se instalou ali desde a minha chegada em seu local de trabalho. Sua face sustenta monotonia, aguardando explicações coerentes para minhas ações.

- Quando entrei para isso, estabelecemos regras. E você não pensou quando quebrou uma delas. - levantei-me da cadeira, localizada à frente de sua mesa, apoiando minhas mãos na madeira, enquanto inclinava meu corpo levemente em sua direção. - achas que estamos a brincar, feito duas crianças? Simplesmente não podemos quebrar as regras. - semicerrei os olhos, evidentemente estudando seus movimentos corpóreos. Então afastei-me, deixando minhas costas perfeitamente eretas e minha mandíbula intencionada, a exibir um músculo em minha bochecha.

- Justin, Justin... - cada letra ressoa como um sopro em seus lábios, e ele balançou a cabeça suavemente, desdenhando. Minha observação torna-se minuciosa, a medida que meu pai elevou o peito. - sempre tão certinho e calculista, as vezes tenho inveja disso em você. - consigo captar a ironia modificar seu timbre, então rolo minha língua para o canto de meus lábios, apenas porque estavam demasiadamente secos.

- As regras são que não podemos envolver garotas menores de idade nesse tipo de trabalho. Portanto, a garota ficará em minha casa até que complete a idade correta. Meus negócios não vão desmoronar por conta de seus inexatidões. - elevo uma de minhas mãos até meus cabelos, pois segundos antes uma pequena corrente de ar passou por mim, deixando alguns fios rebeldes caírem sobre meus olhos, atrapalhando minha visão.

- Seus negócios? - uma de suas sobrancelhas se ergue, e eu vejo a ponte sombria que se forma a cima de seu olho esquerdo.

- Perdoe-me, as vezes esqueço que você ainda vive. Vejo que não tem mais a mesma vivacidade para trabalhar como antes.

- Trabalho não é mais o meu foco, Justin.

- É uma pena, porque o meu é. E eu não vou permitir que me atrapalhe nessa. - digo, e não espero por uma resposta, apenas sigui para fora do ambiente cujo dono ainda tinha a atenção sobre mim.

|| Marie's point of view. ||

- Senhorita? - uma voz serena dizia enquanto me balançava de um lado para o outro. Não me dei ao trabalho de abrir meus olhos para ver quem era, apenas forcei minhas pálpebras ainda mais, pegando o grande edredom e cobrindo minha cabeça. - Não faça isso, senhorita. Está na hora de trabalhar. - a mesma disse, utilizando a mesma tranquilidade, porém minhas pálpebras ainda pesavam. Entãoser o cobertor é retirado de mim, e meus musculos tornam-se rigidos diante do frio. - Acorde, por favor. - ela pede com calma, e eu me viro de costas para onde vinha o som. Sinto a mão delicada da senhora vir de encontro a mim, me virando.

- Pois bem, já acordei. - minha voz soou sonolenta então coloquei meus pés no chão, ainda que de costas para a mulher. Sabia que ela não tinha culpa, mas o fato de ter interrompido o sono que me faltou no tormento, causava sensações nada amigáveis. - E por favor, não me chame de senhorita. Meu nome é Marie. Só quem deve ser chamada de "senhorita" é alguém importante, e eu não sou nada aqui. Só uma funcionária.

- Sinto muito por ter acordado você, mas continuará acontecendo até que você se acostume com o novo horário. Aqui acordamos cedo, e hoje é o seu primeiro dia. E eu entendo que nao goste de ser chamada assim, é só porque eu nao sabia o seu nome. - reviro os olhos sem que ela veja, colocando as mãos para o ar para espreguiçar.

- E que horas acordamos? - minha voz soou calma, no mesmo tom que ela, então me virei em sua direção, encarando seu rosto.

- Às seis e meia. - Diante da informação, quase esgasguei com a minha própria saliva quando me dei conta de que aquilo estava fora dos padrões de minha antiga rotina. Recomponho-me, obrigando-me a aceitar os termos. E então, segui meu caminho em direçao ao banheiro.

Why should I care about you? - 𝙎𝙚𝙖𝙨𝙤𝙣 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora