Prisioneiro em cela de papel

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Konan andou em direção ao jardim que ficava nos fundos da casa seguida de perto por Pain. Ambos se sentaram entre as flores, tão lindas, tão frágeis e ao mesmo tempo tão fortes e resistentes. As únicas lembranças daquele lugar que havia permanecido praticamente intocada.
Aquela descrição o fazia pensar em Konan, ela era como aquele jardim. E foi nisso que ficou pensando enquanto arrastava a mão pela grama verde. Enroscou os dedos no frágil caule de uma das múltiplas florzinhas pequenas e de cor lilás que tinham ali e a trouxe consigo quando ergueu a mão novamente e acomodou a bela violeta entre os cabelos azuis de Konan.
– São lindas. Parece que foram feitas para combinar com você. Que flores são essas? – Perguntou com um punhado das mesmas flores nas mãos continuando a colocar uma a uma no cabelo dela de forma desordenada, porém harmoniosa.
– Violetas. Uma herança que marca a passagem de duas kunoichis de Konoha por aqui.
– Hm.. – Murmurou em compreensão pegando mais um punhado de flores pra continuar a dispor pelo cabelo dela.
– Pain-san – chamou sorrindo – Assim você vai acabar com elas todas.
Mas Pain parecia nem ouvir o que ela dizia. A mão que até instantes atrás preenchia as mechas azuis de seu cabelo com flores, foi até o queixo dela, fazendo-a erguer a cabeça. Sem dar a mínima atenção ao comentário feito por Konan, encostou seus lábios nos dela, dando-lhe um selinho carinhoso, depois a olhou.
Os olhos âmbares estavam inchados, denunciando ao líder o que ela estava fazendo enquanto ele estava sob os cuidados de Sakura. Passou a mão novamente pelo rosto dela e depositou um beijo leve sobre cada um dos olhos que sua ignorância havia feito inundar em lágrimas.
Ela não costumava chorar. Em toda vida que passaram juntos, deve ter compartilhado as lágrimas dela no máximo duas vezes. Bom, mas ela estava grávida agora e ele sabia que ela ficaria assim, mais frágil durante esse período.
Agora ele brincava com os lábios dela, passando a ponta do indicador entre eles delicadamente. Konan observava-o divertida, se perguntou se por acaso ela não tivesse dado ouvidos a Madara, se não tivesse acreditado que Pain um dia ia abrir mão do orgulho para poder amá-la, será que ela algum dia teria uma demonstração de carinho como essa vinda dele?
Nunca além de seus sonhos imaginou seu amado ruivo, que diante de todo o resto do mundo era tão frio, calado e severo, pudesse tornar momentos tão simples como aquele em algo tão mágico. O simples fato de estar ali, ao lado dele e poder admitir sem medo que ele e tudo que ele significava a fazia a pessoa mais feliz do mundo.
Viu ele se aproximar novamente de seus lábios, tão silencioso, o que não daria pra saber o que preenchia a cabeça dele nesse momento. Ofereceu de bom grado seus lábios quando haviam se chocado delicadamente aos lábios dele e beijaram-se por tempo indeterminado.
Doce, calmo, paciente. Cada beijo reunia o melhor de cada um daqueles dois jovens amantes, mas hoje em especial, aquele beijo continha algo a mais além do amor que sentiam um pelo outro. Algo que também fora criado a partir do que cada um ali possuía de melhor e que faria o amor entre os dois apenas aumentar.
Beijaram-se por muitas vezes, paravam sempre apenas o suficiente para respirar e tornavam-se a se beijar. Aos poucos os beijos, apesar de calmos e pacientes, acabaram por ficar mais profundos e passaram lentamente do estado de carinho para o estado de luxúria.
Durante todo esse tempo as mãos de Pain continuavam passeando levianas pelo rosto delicado dela. Mesmo sentada ao lado dele, ela havia conseguido se colocar confortavelmente de frente pendurando-se no pescoço dele. Ambos desconectando-se do lugar onde estavam, dos problemas que haviam enfrentado ainda naquela tarde, cada vez mais envolvidos com a presença um do outro, concentrando-se somente no que sentiam e na atmosfera que criavam.
Até que ela sentiu que o caminho dos toques dele estava mudando e seguindo espontaneamente para trás de sua nuca, enquanto a outra mão se colocava estrategicamente em sua cintura. Permitiu-se ser puxada mais para perto do corpo de Pain, desenroscou as mãos do pescoço dele guiando suas mãos para a pele alva e cheia de pircings de seu rosto. A mão dele que estava em sua cintura a pressionou cada vez mais, a ponto de fazê-la inclinar o corpo levemente para trás.
Konan sabia qual seria o próximo passo e assim como o ruivo, também queria ir adiante. Toda essa confusão, todos os últimos acontecimentos, estar daquela forma com Pain era realmente muito bom. Mais do que isto, era reconfortante.
Ainda mais quando ela se lembrava de que por detalhes poderia ter perdido o amor de sua vida naquela tarde. Ela sabia que Pain era forte, mas ele estava dormindo sob o efeito de um jutsu quando a sede fora invadida.
Era a função dela proteger o líder, ela era o braço direito. E ela não estava ao lado dele no momento certo, sendo que sua falha poderia resultar muito mais que no fracasso da Akatsuki, mas também na perda do líder; da única pessoa que lhe importava. A pessoa que a acompanhou pela vida inteira, seu grande amor.
Seria eternamente grata por Ino e Sakura por estarem lá e não permitir que o erro dela tivesse tais consequências. Ainda assim, pensar que poderia estar agora sem ele, fazia Konan desejar ainda mais estar ali tendo aquele momento.
Entretanto, não permitiu que Pain continuasse a inclinar seu corpo, impedindo assim que o ruivo a deitasse na grama. Ao invés disso abriu os olhos para admirar as feições do homem que amava sem deixar de beijá-lo um momento se quer e se colocou sentada de frente sobre o colo dele.
Quando percebeu que ela estava em seu colo, Pain também abriu os olhos. Sem deixar de beijá-la, desceu as duas mãos até o bumbum e mudou a inclinação do beijo com intensidade. Com o movimento, praticamente todas as flores que ele havia disposto pelo cabelo azul se desprenderam e caíram sobre coxas dela e o abdome dele, cobrindo o negro de suas roupas com as belas flores.
Em um breve minuto em que pararam pra respirar um pouco, Konan deixou que suas mãos hábeis e delicadas deixassem de tocar a pele do rosto dele para abrir o zíper da própria capa, deixando-a cair pelos ombros enquanto encarava o rosto tão bonito que sorria carinhosamente para si. Deixou que a capa caísse por completa e tornou a beijá-lo.
Pain por outro lado não se mostrou satisfeito, retribuindo ao beijo e aproximando mais seus corpos, levou as mãos por baixo da blusa que ela usava, afim de sentir o toque de sua pele, acariciando as costas dela. Ao mesmo tempo em que ela buscava abrir a capa dele da mesma maneira que havia feito com a sua própria.
Extasiados pelo que sentiam um pelo corpo do outro, seguiram se beijando e se explorando. Konan foi quem cessou o beijo dando uma leve mordida no queixo de Pain enquanto uma de suas mãos voltava para o meio da imensidão de mechas ruivas e a outra se ocupava em encontrar o caminho por dentro da camisa que ele vestia.
Fez com que ele inclinasse a cabeça para trás tencionando-a delicadamente pelos cabelos, distribuindo beijos voluptuosos por toda extremidade do pescoço. Na mesma proporção a mão que estava sob a roupa de Pain subia a mesma com intenção de tirá-la.
Permitindo-se ser despido e explorado pela kunoichi, Pain deixou as coisas mais fáceis para ela, erguendo os braços como um pedido para que a peça de roupa fosse tirada de seu corpo de uma vez. Mas aproveitou a disposição de suas mãos para trazer a blusa dela acima também, fazendo com se despissem ao mesmo tempo.
Totalmente entregue ao que as carícias dela o proporcionavam quase nem percebeu que sua mão seguia automaticamente para o fecho da peça íntima em suas costas, abrindo-o de maneira habilidosa e liberando os fartos seios que roçavam de leve em seu peito na medida em que ela se movimentava sobre si retomando o beijo apaixonado em sua boca. Era assim como peças de um jogo de dominó quando colocadas de pé, quando uma cai vai sempre derrubando a outra, cada ato desencadeado pelo desejo de se terem gerava outro ato quase que instantâneo, derrubando assim “peça por peça” do “jogo” deles.
Konan já podia sentir a rigidez do namorado mesmo que fosse sob suas roupas e movimentava-se sobre o colo do ruivo enquanto o beijava, fazendo com que suas intimidades se chocassem e assim desejassem ainda mais o que poderia vir a seguir. Ele não sabia se se concentrava na mulher que se movia sinuosa sobre si ou no par de seios que pareciam tão macios cada vez que tocavam acidentalmente em seu peito, fazendo-o desejá-la cada vez mais.
Ela parecia se divertir com a situação, embora talvez nem soubesse ao certo o que se passava pela cabeça de Pain. Para ele era claro que única vontade dela ali era o enlouquecer, pois agora ela parara de beijá-lo mais uma vez.
Passando a mão pelo fecho da calça dele, depositou um beijo e uma leve mordidinha sobre o peito nu e subiu, literalmente, colando seu rosto na pele dele, esfregando corpo com corpo como se fosse uma gata carente quase implorando por carinho enquanto colavam-se ainda mais. Unindo peito com peito e acariciando o pescoço do ruivo com a pele macia do próprio rosto, aproveitando para sentir também seu cheiro.
Se ele já estava aturdido com tudo que ela fazia, este gesto dengoso o deixou completamente maluco para ter todo o corpo dela. Aquela dúvida entre que caminho seguir entre os prazeres que o corpo dela poderia lhe oferecer já estava sendo resolvida em sua cabeça, única coisa que ainda lhe parecia clara na mente perturbada pelo desejo.
Ainda com seus corpos colados, ele passou a mão pela lateral da barriga dela colocando certa força. Suave o bastante para não a machucar e bruta o suficiente para fazer com que o corpo de Konan tombasse sob o seu.
Sendo prensada entre o corpo dele e a grama verde e fofa coberta pelo “tapete” farto de violetas que os cercava. O fato de que ela estava sentada no colo dele a fez cair exatamente da maneira que estava, mantendo o ruivo entre suas pernas.
Uma vez nesta posição Pain levou as mãos para abrir a calça que ela ainda estava usando. Não permitindo que esse ato o impedisse de dar devida atenção aos seios enrijecidos de prazer que desejava tanto, e que no momento podia comprovar pela textura de seus lábios o quão macios eles realmente eram.
Ampliando ainda mais o desejo, se era possível naquele momento, ao ouvir o gemido com que ela lhe respondeu ao sentir o calor de seus lábios se fechando em seus mamilos. Pain desceu até onde conseguia a calça dela ao mesmo tempo em que ela copiava o gesto com relação a ele e terminado cada um de tirar sua própria peça de roupa. Ele ergueu uma das pernas dela, segurando-a pela coxa alisando a pele lisa e macia com uma das mãos enquanto a outra mantinha o cotovelo flexionado e escorado no chão próximo à cabeça dela, ele ergueu a face de onde estava e a encarou.
Pares de olhos turvos pelo desejo que sentiam não podiam impedir cada um de admirar a beleza do brilho quase selvagem que duas pessoas tão calmas deixavam transparecer agora pelo olhar.
– Sabe o quanto eu te amo, não sabe? – A voz dele soou como música.
– Eu te amo, sabe que eu faria qualquer coisa por você. – Ela disse e o puxou para mais perto de si, o beijando mais uma vez e sendo como sempre, prontamente correspondida.
E ali então, no chão entre Pain e as flores ela se sentiu preenchida. E em meio a gemidos que tentavam quase que inutilmente ser contidos -já que estavam no jardim de uma casa cheia- se amaram intensamente, se tocando, se beijando, se olhando e acima de tudo, se desejando como se aquela fosse a primeira ou talvez, a última vez.
Bom de certa forma aquela era a última vez. A última vez naquele lugar.
Konan mordeu a curva onde o pescoço se unia ao ombro de Pain para conter os gemidos que não podia libertar. Sentiu quando já estavam perto de alcançar o ápice naquela posição, seus corpos girarem e suas posições inverterem.
Ela se viu no lugar onde passou a se concentrar mais em movimentos e ele em conter gemidos, não queria e não iria regredir o ritmo em que havia chegado ali, fazendo-o ir cada movimento mais fundo dentro se si. Teve algumas vezes o auxílio das mãos dele que seguravam firme o quadril da kunoichi e a trazia com mais força para si. Por fim ela não pode conter um gemido, o último que marcou o clímax do ato de prazer mútuo e o gozo de Pain em si.
A noite brilhava estranhamente silenciosa, nem corujas, nem grilos e muito menos pessoas pelo caminho que trilhavam. Caminhavam lado a lado quando o moreno colocou a mão pelo lado de fora do bolso da roupa que vestia, a fim de sentir a presença de um pequeno objeto ali. Estavam voltando para casa, mas ele sentia algo muito estranho para explicar, então olhou para o companheiro que caminhava ao seu lado, encarou-o com a mesma expressão vazia que sempre tivera.
– Está tudo bem Itachi-san? Parece incomodado com algo. – Perguntou o parceiro quando percebeu ser observado.
– Ainda não sei Kisame, sinto algo. Temos que voltar pra casa imediatamente, já temos o que é mais importante no momento.
– Então devemos correr hm, seus pressentimentos costumam sempre estar certos – Disse guardando a grande samehada às costas.
– Hai. – Itachi assentiu e saíram correndo pela noite, tinham ainda quatro vilas para atravessarem e ele sentia pressa. – Kisame, preciso que nos guie por todos os atalhos que conhece. – Concluiu deixando que o homem tubarão tomasse a frente para guiar o caminho.
Correram por becos e travessas, se meteram em cada buraco que Kisame indicou. Por inúmeras vezes Itachi se questionou se Kisame sabia mesmo para onde estava indo, mas nada disse, afinal confiava no companheiro de equipe e suas dúvidas se extinguiram completamente quando se viu em lugar extremamente conhecido.
– Como viemos parar aqui tão rápido? – Disse Itachi parando, estavam em uma colina que antecedia a clareira pouco visível onde se escondia a casa dos Akatsukis.
– Ajudar e servir você por tanto tempo exige ter alguns truques ha – O outro disse rindo.
– Por aqui. – Impôs o moreno se dirigindo para a parte mais alta, por coincidência o mesmo ponto de onde Konan observou a explosão antes, talvez o único ponto que oferecia alguma visão da sede.
– Pode sentir? – O outro perguntou vendo o Uchiha observar na direção.
– Sim, todos lá.
– Qual o problema então? – Viu que o semblante do ninja não havia mudado.
– Olha. – Disse Itachi e saiu de onde estava, não ficaria ali apenas olhando a sede destruída.
Aquilo não importava nada. Em sua cabeça apenas uma coisa martelava; “Sakura”. Sentia o chakra dela, mas não descansaria até vê-la e ter certeza de que ela estava bem.
O pouco que podia ver dali do local dava uma ideia bem direta do encontraria por lá: destruição.
– Mas que merda foi que aconteceu por lá? – Perguntou Kisame que finalmente havia dado uma boa olhada para a ex-casa.
– Eu não sei. – Itachi não parou um minuto se quer, nem mesmo para conversar com o outro.
Ainda no jardim, abraçada ao namorado Konan permanecia quieta, quieta demais. Pain acreditava que ela ainda podia estar descansando um pouco, mas não, ela estava profundamente perdida em pensamentos, até que de uma hora pra outra ela abriu os olhos e se levantou.
– Amor? – Ele perguntou ao a ver começar a pegar suas roupas para vestir.
– Itachi e Kisame estão de volta. Saíram sem avisar, então acredito que a primeira coisa que irão fazer ao chegar é te procurar – Ao ouvir isso, ele também se levantou e se vestiu.
Em pouquíssimo tempo ambos já estavam completamente vestidos. Pain continuava achando que ela estava muito quieta, mas isso não era de todo estranho, ele se preocuparia se Konan acordasse um dia falando pelos cotovelos ou coisa parecida, o silêncio era típico.
Por isso não fez perguntas, apenas se escorou em uma grande pedra e a puxou para perto de si pela cintura a fazendo-a ficar presa por seus braços em sua frente de costas para si. Acomodou o queixo no ombro dela e esperaram até os dois subordinados chegarem de vez e procurar por eles.
– Você consegue fazer cada minuto que passamos juntos mais maravilhoso, sabia – Ela disse quando ele depositou um breve beijo em sua bochecha.
– Desperdicei muito tempo fingindo que não te enxergava, evitando admitir que era por você que eu lutava pra me tornar cada vez mais forte.
– Você sabe que eu faço qualqu... – Ela parou subitamente – Pode se aproximar Itachi, Kisame – E dois vultos surgiram da escuridão.
– Gomen nasai por atrapalhar qualquer coisa. – Disse Itachi se dirigindo mais a ela que a ele, sempre acreditou que a autoridade ali fosse Konan, mesmo que indiretamente, Pain só não gostava de admitir isso em público.
– Trabalho em primeiro lugar Itachi-san. – Ela disse sem conseguir se culpar mais uma vez por não estar onde deveria no momento em que foi preciso.
Sem querer dar vasão aos seus pensamentos carregados de negatividade apenas pensou e ao mesmo tempo se soltou do abraço do líder. O seu lugar era ao lado direito dele.
– Então Itachi, por que saiu sem avisar? Você e Kisame fizeram falta aqui hoje, como já deve ter percebido. – Incrível habilidade que ele tinha de passar de um cara legal para um cara mala de uma hora para outra.
– Boatos que deveriam ser confirmados imediatamente, você estava desacordado e Konan não estava aqui. Sakura, Madara, Ino, Deidara, Hidan e Kakuso que estavam aqui sabiam que estávamos fora. E se eu e Kisame fizemos falta hoje aconselho-te a refazer tuas estratégias para poder trabalhar com um ninja a menos.
– Saiu daqui por boatos? Logo você que age de forma tão bem calculada? O que foram verificar? Que história é essa de um ninja a menos? – Pain falou com um pouco mais de curiosidade.
Itachi não respondeu, apenas tirou um pequeno objeto do bolso interno da capa e entregou a Pain, que pegou o anel com pedra vermelha e olhou o símbolo gravado nele e entregou-o para Konan que guardou o anel junto com outro que recebera dias antes.
– Zetsu. – Ele disse o nome do dono do anel pensativo. – Quem o matou?
– Acha que eu me importava com ele pra sair assim atrás de um boato se tivesse sido qualquer um?
– E o encontrou? – Dessa vez quem perguntou foi Konan.
– Não. Meu irmãozinho tolo parece que sumiu como fumaça, acredito que tenha se ferido na luta contra Zetsu.
– Certo. – Os orbes cinzas totalmente livre de expressões encarou fundo os negros olhos também livre de qualquer expressão de Itachi, ficaram se encarando por um longo tempo, cada um tentando penetrar mais no vazio dos olhos do outro – Itachi, está absolutamente fora de cogitação a ideia de você ir atrás de Sasuke, caso esteja pensando nisso, se for será considerado traição a ordem e nós iremos caçar você. Está claro?
– Você ainda não contou o que aconteceu aqui. – Ele disse ignorando cada palavra do ruivo.
Pain, porém, conhecia o Uchiha muito bem, se não tivesse aceitado a ordem que acabara de receber de não ir atrás de Sasuke, simplesmente ia virar as costas e ir. A troca de assunto era, na visão de Pain, a confirmação do que Sakura estava representando na vida dele.
Por acreditar nisso, respondeu a pergunta do moreno sem ligar pra falta de respostas do mesmo. Contou tudo que havia acontecido, as ordens que havia dado a todos, pediu para que ele e Kisame viajassem com ele e Konan, falou da missão dada para os outros três Konohas da Akatsuki e por fim os liberou.
Ao ficarem sozinhos novamente, Pain retomou a posição em que estava antes com Konan.
– Ela o está mudando. – Ele se referiu a Itachi e sua namorada.
– Ele sempre foi assim. A diferença é que agora a pessoa quem ele ama o corresponde e não sente um ódio mortal por ele, como o irmão.
– Konan, você foi a coisa mais maravilhosa eu aconteceu na minha vida.
– Eu sei amor, assim como nosso filho que vai nascer. – Ela afastou a mão até o ventre
– É. – Ele concordou e colocou a mão sobre a dela.
–Pain eu faria qualquer coisa por você, você não imagina como foi pra mim entrar naquele quarto e encontrar você apagado. – Disse se virando, ainda abraçados, para poder encarar ele.
– Eu te prometo que isso nunca mais vai acontecer.
– Então me promete que vai deixar a liderança da Akatsuki.
– Como é que é? – Ele a afastou um pouco para poder encará-la melhor.
– Pain, esse posto de liderança sempre vai estar em evidência, hoje descobriram onde nos escondíamos e amanhã? Você sabe que não vão desistir até nos ver no chão.
– Você sabe que eles não são fortes o suficiente pra mim amor, nem mesmo todos eles juntos.
–Mas e pra mim? Como vou fugir com você quando minha barriga estiver enorme e eu não puder lutar direito, ou quando a criança já tiver nascido? Pain, ou você passa a liderança para outra pessoa ou eu não vejo outra alternativa a não ser ter esse filho longe da Akatsuki e consequentemente longe de você.
Ele ouviu e absorveu cada palavra que ela disse. No fundo concordava, mas o que ela estava lhe pedindo era impossível.
Como receberiam a ideia dele largar a liderança? Achariam que era covardia, medo por causa daquele atentado?
Não podia realizar a vontade dela e também não podia deixar que ela se afastasse. Se Konan saísse para ter a criança, voltaria apenas depois que a mesma não dependesse de sei seio para se alimentar, no mínimo. Era tempo demais.
– Vamos dormir amor, teremos um dia longo amanhã. – Disse se escorando na base de uma árvore mesmo e aconchegando ela entre seus braços.
Ficou sentado, sabia que não conseguiria dormir. Tinha falado aquilo somente para não a responder, gastaria a noite pensando.
Pensaria em tudo que ele deveria fazer, em tudo que ele gostaria de fazer, nos caminhos que cada um de seus ninjas iria seguir pela manhã. Pensando, Pain passou a noite toda pensando enquanto alisava os fios de cabelo azulados e admirava o rosto tão lindo, o rosto que sempre havia lhe trazido paz em um mundo de conflitos em que viviam.

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