O recomeço do novo começo

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Depois da chegada de Kisame e Tobi, Kakuso e Hidan também retornaram. Pouco a pouco a casa voltava a ficar cheia e a “lua-de-mel” de Sakura e Itachi havia chagado ao fim.
O casal fazia o mesmo treinamento de antes. Havia se passado dois dias desde então, agora ela já era capaz de acertar boa parte dos alvos, havia aprendido um novo truque também, mas não parariam de treinar sua concentração e percepção com as trouxinhas de arroz.
– Hm – Itachi reclamou, chamando a atenção de Sakura.
– O que foi? – Ela quis saber.
– O líder voltou.
– Ah.. Vamos continuar só por mais um pouco, agora que peguei o jeito da coisa não posso parar.
Dez minutos depois, o treinamento tinha quatro espectadores. Pain, Konan e o casal de loiros estavam impressionados com o que assistiam. A velocidade em que a kunai arremessada por Sakura cravava na madeira era apenas milésimos de segundo mais lenta que a velocidade em que o alvo se formava. Ao sentir que os quatro estavam próximos ela parou.
– Ohayo. – Disse ao remover a venda dos olhos.
– Ohayo. – Responderam-lhe as outras duas kunoichis e Deidara
– Impressionante Sakura. Muito bom trabalho Itachi. – Foi o que Pain disse ao se aproximar.
– Arigato líder-sama. – Respondeu enquanto Itachi apenas fez um movimento de cabeça.
– Sa-testuda fez o selamento da Tsunade-hime. – Ino disse animada e a médica concordou com a cabeça.
– Para que serve este selo? – Konan perguntou curiosa.
– Eu tenho uma pequena reserva de chakra selada aqui Konan-san. Jutsus médicos normalmente exigem uma grande quantidade, é uma reserva de emergência. – Explicou.
Eles ficaram ali conversando sobre muitas coisas até metade da manhã. O líder estava abismado com a velocidade em que Itachi fora curado, a médica da organização além de forte, era muito habilidosa.
– Itachi, mais tarde quero você e Sakura em minha sala. Ino dê-me os pergaminhos e você e Deidara estão dispensados. Konan...
– Pain-san, se não se importa, quero ficar um pouco mais aqui fora. Mais tarde eu entro, ok. – A azulada o interrompeu antes que qualquer ordem lhe fosse dada.
Não era uma pergunta, era um informativo mesmo, mas ela preferiu fazer em forma de pergunta. Um hábito bobo que ele tinha de querer mostrar na frente dos outros Akatsukis que quem mandava na organização era ele afinal, ela não se importava com essas aparências desde que ele continuasse fazendo as coisas do jeito que ela queria. Ele concordou com a cabeça, pegou os pergaminhos das mãos de Ino e entrou na sede.
– Estarei na sala estudando isso. – Disse mostrando os pergaminhos que segurava já se dirigindo para o interior da sede.
– Bom, eu com toda certeza preciso de um banho. – Disse Ino minutos depois, despedindo-se com um aceno dos outros.
– Eu vou com você, un. – Deidara disse indo atrás da loira.
Sakura e Konan ficaram mais algum tempo ali conversando sobre a missão da azulada, o selo novo da rosada e seu novo treinamento. O anjo de Nagato se mostrou muito interessada sobre a engenhosidade dos jutsus médicos, bom como Sakura quis saber mais sobre as técnicas especiais de papel de Konan.
Ambas eram observadas pelo silêncio de Itachi que acompanhava tudo o que as garotas falavam sem opinar. Tempo depois o moreno percebeu que a conversa delas não terminaria tão cedo e começou a achar aquilo ali chato demais.
Sakura e Konan estavam conversando sobre banalidades e falando sobre suas histórias antes de entrarem na organização. Coisas que não eram mais interessantes como o assunto anterior sobre os ninjutsus exclusivos que cada uma fazia.
– Se não se importam, eu vou entrar. – Avisou e sumiu.
– Grande avanço Itachi está fazendo ao seu lado, Sakura-san. – Foi a primeira coisa que Konan disse assim que ficaram a sós.
– Arigato Konan-san, ambos estamos evoluindo. – Ela lhe sorriu
– Sakura agora que estamos sozinhas, gostaria de conversar algo com você.

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– Itachi- san – O moreno ouviu a voz mais familiar o chamar.
– Shishou – Se virou para encarar o mascarado – O líder voltou, vai fazer o que me disse ontem?
– Não me chame assim onde podem te ouvir, por favor. Se eu for mesmo atrás do seu irmão, você irá abandonar sua garota pra me impedir?
– Gomen sensei. – Disse dando a entender que não se importava em chamá-lo como bem queria – Tenho um palpite de que você não vai.
– Como disse?
– O líder ficou claramente espantado em ver que minha visão se recuperou em tão pouco tempo. Agora que ele sabe quem você é, vai te prender aqui pra que também se recupere mesmo que você não queira. Porque você é a arma mais poderosa dessa organização. Quanto à outra resposta, para você ir atrás do meu irmão no meu lugar contra a minha vontade terá que fugir da organização, pois não importa quem você é, Pain é o líder disso aqui e desobedecendo-o, você terá que ser caçado. Quem você acha que vai ser mandado atrás de você? Quem mais aqui pode lutar contra o seu sharingan?
– Você não entende que o Sasuke deve ser morto? Eu sei o quanto isso dói em você, sacrificou a sua vida por aquele garoto. Mas entenda uma coisa, ele é apenas mais um típico Uchiha. Pode ter o meu poder, mas não é como eu ou como você. Eu sei que se ele chegar até você, você é capaz de deixar aquele imbecil te matar. Aqui pode não ser a vida que você sonhou, mas foi nessa organização que você encontrou sua força, veja bem como você começou a viver depois que essa médica veio pra cá. Você já sujou as mãos demais com sangue sem que fosse sua vontade, deixe que dessa vez eu termino o trabalho.
– Não há trabalho por terminar. Tudo fica como está se ele não me encontrar.
– Isto é apostar no escuro, esse guri está cada vez mais forte. Ele tem talento e está chagando cada dia mais perto.
– Sensei, se seu ódio por Konoha já passou a ponto de querer fazer tal coisa...
– Não foi meu ódio por Konoha que diminuiu – ele cortou – cuido de você desde a noite em que saímos daquele complexo com as mãos sujas de sangue. O único motivo por ter aberto mão da liderança da Akatsuki foi para poder ficar como o olho mais focado em você. Sou seu sensei e ajudei você a acabar com o clã que eu mesmo fundei, não é meu ódio por Konoha que diminuiu, mas a admiração pelo ninja que você foi e se tornou me impedem de aceitar ver você morrer por alguém como o Sasuke.
– Se quer demonstrar admiração, não mate meu irmão. – Virou as costas e sumiu pelo corredor da casa.

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Pain havia desistido de abrir seus pergaminhos apressadamente, preferiu esperar por Konan. A kunoichi sempre era útil nesses momentos, entendia e resolvia melhor sobre os passos a serem tomados de acordo com a informação recém-obtida, então chamou Hidan e Kakuso para passarem o relatório de sua missão.
Agora ele contava a quantidade de dinheiro trazida por ambos e que ajudariam muito para darem continuidade aos planos, enquanto aguardava por Kisame e Madara que tiveram uma missão um tanto espacial. Durante sua saída, o peixe e o Uchiha estiveram em uma vila rica liderada por um homem de caráter duvidoso e pouca inteligência.
A missão dos dois era devastar a vila, deixar o líder com medo de uma ameaça desconhecida e descobrir todos os pontos fortes e fracos da vila. O motivo para isto era mandar um grupo visitar a vila oferecendo-lhes proteção contra inimigos.
Ele estava terminado de contar o precioso dinheiro que ia dar uma folga em pelo menos metade de suas preocupações quando ouviu baterem em sua porta. Os dois entraram e narram a missão que foi um sucesso completo. A tal vila estava em alvoroço por não fazer ideia de quem havia os atacado de forma tão letal.
Após pouca conversa e um elogio Pain dirigiu a palavra a Madara pedindo para que ele viesse com Sakura e Itachi para a sua sala quando o casal fosse ter com ele. O caolho concordou com a cabeça, embora internamente soubesse que Itachi estava certo, Pain iria lhe fazer ficar ali para ser curado.
Essa era uma coisa que Madara guardava somente para si, seus planos era ir atrás do garoto Uchiha e matá-lo antes do mesmo encontrar seu irmão uma vez que esse estava finalmente sendo feliz em sua vida ao lado de Sakura. A vida para Madara já não fazia muito sentido fazia anos, cuidar de Itachi de longe era o que o motivava seus dias.
Não queria morrer antes do aluno para não deixá-lo completamente sozinho por aí. Mas Itachi agora não estava mais sozinho, nunca mais estaria. Ele tem sua medinin ao seu lado, era amor o que sentiam um pelo outro. E ele finalmente poderia morrer em paz.
Porém a médica atrapalharia outro plano na história, o plano de Itachi em morrer pelas mãos do irmão. Então na solidão de seus pensamentos o Uchiha caolho planejou matar Sasuke, se fosse morrer que fosse fazendo uma última coisa por Itachi, impedir que se deixasse morrer pelas mãos do irmão mesmo contra a vontade do ex-aluno. Mas o que Pain o ordenaria acabaria com esses planos.
Sakura certamente iria o curar por completo e morrer não seria mais uma tarefa tão simples. Essa era outra coisa que escondia de Itachi, há meses vinha se sentindo doente, tossindo grossos escarros de sangue.
Sentia-se cada vez mais fraco, a morte depois de tantos anos amaldiçoados o viria buscar de qualquer jeito. Não queria ser curado, mas Sakura provavelmente faria isso. Então ele se retirou da sala de Pain, ainda tinha algum tempo até ser chamado novamente àquela sala, então poderia usar esse tempo para pensar em um novo plano que envolvesse todos seus interesses.

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Ao ver a última dupla sair de sua sala, Pain voltou a pensar em seus pergaminhos. Chegou a pegar um deles na mão para desfazer o delo, mas mais uma vez pensou em Konan. Geralmente ela logo se juntava a ele, principalmente quando conseguiam artefatos desejavam muito. Ela também deveria estar curiosa pela informação que obteriam dali.
Olhou para o jardim pela janela pra ver se ela ainda se encontrava lá conversando com os outros, mas o local estava vazio e começou a se preocupar. Largou o pergaminho em cima da mesa e saiu da sala em busca da amada. Iria para sala social ou para cozinha se não tivesse se deparado com a cena de Sakura saindo do quarto que divida com Konan.
A mesma parecia tão compenetrada em pensamentos que nem notou o dono do quarto do qual saia em sua frente. Sem falar nada, Pain entrou no aposento e o que viu foi Konan dormindo como um anjo, esparramada na cama de casal. Pôde ver também o provável motivo da rosada ter saído dali, no bidezinho ao lado da cama encontrava-se uma xícara que continha um líquido fervente, um chá ou um preparo cujo aroma parecia ser até bom. Assustou-se pensando que enquanto ele estava preocupado com missões e pergaminho talvez a namorada estivesse passando mal ou até mesmo precisando dele ali.
Ao chegar mais perto da mesma pôde ver que estava mais pálida que o normal. Tentando não acordá-la, tirou a capa e se juntou a ela na cama, deitando-se de lado sobre o próprio braço. Trouxe a ninja para mais perto de si e simplesmente ficou ali lhe alisando os cabelos, guardando seu sono e admirando cada traço do rosto delicado.
Talvez ela só estivesse cansada demais, afinal quase não tiveram tempo para descansar nos últimos dias. No fim, mesmo sem perceber acabou dormindo também.

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No único quarto que ficava fora da sede o casal de loiros conversa abraçados na cama:
– Acha mesmo que somos mesmo tão parecidos fisicamente? – A loira perguntou mudando a franja de lado, para ficar igual a Deidara.
– Nem um pouco. Só de longe talvez, ou quando você faz cara de braba, un – Respondeu entrelaçando a mão da ninja que estava deitada sobre si e agora deitava a cabeça em seu peito.
– Bom, pelo menos sabemos com quem nossos filhos irão se parecer um dia. – Ela brincou e ele riu.
– Acho que eles serão um tanto explosivos, un.
– Seu pai também as tinha? – Perguntou passando o polegar na pequena boca da mão dele.
– Não un, mas minha mãe sim. Embora ela sempre tenha achado isso uma maldição, esse selo que tenho no peito com a boca costurada un, ela fez em todas as bocas extras do corpo dela. – Disse levando a mão livre ao peito à centímetros de onde ela escorava a cabeça.
– Me fale mais sobre essa aqui. – Ela colocou a mão sobre a dele em seu peito. – Você se orgulha tanto de suas mãos, por que fez isso aqui?
– Porque a temo un. – Respondeu após alguns segundos em que escolheu as palavras certas. – Eu a costurei lá no hotel onde estávamos porque temia que você tivesse repulsa dela, mas também temo seu poder. Passei a temer depois que você chegou, temo sentir vontade de usá-la un.
– Dei-san, do que está falando? Nunca sentiria repulsa por nada que viesse de você... mas me explique, que poder é esse que te faz temer?
– O mesmo que de minhas mãos un, porém com mais intensidade. Imagine que caso eu engula argila explosiva por essa boca a dimensão do meu ataque pode chegar a uma explosão que devastaria tudo em um raio de dez quilômetros. Esse é o poder dessa boca aqui no meu peito un.
– Devastaria? Mas como você teria tempo para escapar disso? – Ao ouvir o loiro, Ino ergueu a cabeça para encará-lo.
A resposta do outro para sua pergunta foi apenas um sinal negativo com a cabeça e ela pode entender o que significava. Sem entender muito bem por que, Ino sentiu seus olhos encherem de lágrimas, coisa que ela detestava pois a fazia lembrar da menina que deixou pra trás esquecida na lembrança de uma vila muito longe dali onde vivia uma Ino fútil e bobinha.
– Mas você não faria isso não é mesmo? – Perguntou se contendo.
– Para proteger algo maior que minha vida un eu usaria sim.
Ele não sabia o que dizer, não olhando para ela. O fato era que se fosse por ela, para protegê-la, ele não questionaria a decisão de se explodir, mas dizer isso só deixaria a ninja mais preocupada.
– Dei-san, me prometa que nunca vai usar isso, não existe nada que seja maior que sua vida... nem arte, nem a Akatsuki, nem eu.
Ele não a respondeu, apenas a beijou. Deixou que ela interpretasse o beijo como a resposta que quisesse
– Ino, já ia me esquecendo un – Disse esticando-se para pegar sua bolsa e tirar de lá um pergaminho simples, com intenção também de mudar de assunto – Comprei isso pra você un na primeira noite que passamos naquela vilazinha. – Mostrou o embrulho selado, logo entregando para ela.
– No primeiro dia? Mas naquele dia nós ainda.. bom, ainda não tínhamos nada.
– Tinha sim un, pelo menos eu tinha com você un – Ela sorriu e abriu o pacote, ficando encantada com seu conteúdo – Vi quando estávamos indo para o hotel, era pra você usar no festival, mas como nunca fomos nele un...
Ino erguia em sua frente o kimono mais lindo que já tinha visto, ele era dourado com flores azuis e o laço verde como os raminhos das flores. Era uma peça muito elegante e apesar da cor, era bem discreto. Os olhos dela brilharam olhando a peça maravilhada.
– Arigato Dei-san! – Disse beijando-lhe animada.
– Você não vai vestir pra eu ver, un?
– Não, vou deixar pra mostrá-lo a você um dia que me levar a um festival ou me levar para termos uma noite só nossa longe da Akatsuki, un – Disse rindo.
– Está me intimando para levá-la para jantar? Ino, sou um assassino procurado pelas grandes vilas shinobis un e você uma ninja desaparecida que foi dada como morta por sua vila natal un, infelizmente não dá pra ir em restaurantes ou passear por vilas e coisas assim un – Ao ouvir isso a loira ergueu uma sobrancelha encarando-o – Aff, ok ok, no próximo festival que tiver pelas redondezas nós iremos disfarçados, pode ser Ino un?
A loira sacudiu a cabeça positivamente e se encolheu entre os braços do outro, ainda não tinha esquecido o papo sobre Deidara se explodir. De fato ela sabia que ele era teimoso e imprevisível e ela agora tinha algo para temer também. Mesmo assim decidiu esquecer isso por um momento e deixar sua mente ir longe, imaginando-se dentro da bela peça passeando com ele por qualquer lugar que fosse.

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– Então era isso que ela estava enrolando tanto pra falar com você?
– Acho que sim. – Disse ela se ajoelhando atrás do namorado que estava em sua posição de meditação abraçando-o – Você está muito tenso, parece preocupado com algo.
– Coisas. – Ele disse colocando a mão sobre a dela. – Coisas e mais coisas...
– Não posso saber dessas coisas? – Ela disse se inclinando anda mais atrás dele e ele pode sentir algo frio encostar em seu dorso nu, sabia que era a joia que havia dado a ela.
Lembrou-se que naquele dia queria ter usado as palavras “eu te amo” para acompanhar o presente, afinal era exatamente aquilo que aquela joia queria dizer. Mas ele não conseguiu embora soubesse que era amor de verdade o que sentia por ela.
Mas hoje a cabeça dele estava cheia pela conversa que tivera com Madara mais cedo e isso o fazia pensar, entre o amor que sentia por Sakura e o que sentia pelo irmão, qual seria mais forte?
Sentia-se mal por saber que desistiria de seus planos de morte para viver ao lado dela. Mas também sabia que não seria capaz de matar o irmão. Abriu os olhos para procurar a amada, uma coisa era certa, no dia em que seu destino o encontrasse, fosse para morrer por Sasuke ou para viver com Sakura, ela deveria saber da verdade.
Ela deveria saber de tudo.
– Sakura-chan. – Chamou.
– Itachi-senpai. – Ela brincou em resposta o que fez ele dar um discreto sorriso.
– Aishiteru.
– Aishiterumo Itachi – Disse botando o peso de seu corpo pra frente, fazendo com que fosse parar de lado no colo do moreno beijando-o.
– Sakura, já é hora de você saber de algumas coisas sobre mim.
Ela ficou o olhando admirada, queria muito saber coisas sobre ele, ele era sempre tão quieto. Ele a pegou no colo e a colocou confortável na cama, sentando-se ao seu lado depois e contou-lhe tudo, desde coisas de antes do massacre até as atuais mudanças em seus planos. A reação dela até que foi boa pra quem estava diante de uma realidade que ninguém jamais esperava sobre ele
–Seria egoísmo se eu te pedisse para escolher viver? – Ela perguntou depois de ouvir tudo?
– Não, não seria. – Disse abraçando-a. – Eu queria viver com você e fazer o Sasuke ficar longe para não precisar matá-lo pra viver em paz.
Ela riu
– O que foi que eu falei de engraçado?
– Nada, é que é estranho ouvir um Akatsuki falar em paz sabe, embora a vida aqui seja bem mais calma do que eu imaginava quando vivia em Konoha.
– Sakura se o que você me contou for mesmo verdade, tempos muito calmos podem vir por aí.
– Ou não. – Ela completou. – Então Tobi, o mascarado é na verdade seu sensei que ajudou você a matar os Uchihas? – Ela começou um questionário que ajudaria a colocar suas ideias em ordem.
Acabara de ouvir a história do namorado, que era absolutamente o contrário do que imaginava. Havia milhares de perguntas em sua cabeça, mas poderia fazê-las mais tarde, no momento, apenas algumas eram necessárias. A história de Itachi ainda parecia algo distante, como uma ficção, embora não houvesse duvidado da palavra do moreno em nenhum momento.
– É.
– E Madara é o Uchiha mais poderoso de todos... – Ela parecia ainda tentar formar uma linha de raciocínio.
– Não. Esse é o Sasuke, mas ele ainda não sabe.
– Sim, mas digo, no momento entre você e Madara..
– Sim, mesmo eu sendo muito evoluído, meu poder não se compara nem de longe ao dele, aos deles. – Corrigiu querendo se referir a Sasuke. – Acho que nem o próprio Madara sabe tudo que é capaz de fazer com seus olhos, aquele sharingan é capaz de coisas inimagináveis.
– Mas o Sasuke só vai ficar mais poderoso que você se tiver os seus olhos.
– Depois de me matar.
– Não fale como se fosse algo que estivesse decidido... – Falou séria – Por que Madara não ficou cego daquele olho? Digo, ele usa o mesmo poder que você, até mais.
– Eu não sei. – Disse a olhando como se pudesse ver o que ela pensava no momento, sabia que tudo que havia dito pra Sakura naquela noite estava se encaixando de alguma maneira e que ela estava pensando em algo, caso contrario não faria logo aquelas perguntas, sendo que ficou sabendo de muitas outras coisas que poderiam ser questionadas hoje.

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Em Konoha, Shikamaru se encontrava mais uma vez na sala da Hokage para lhe informar sobre mais uma falha:
– Tsunade-sama, era a Akatsuki. O ninja que enfrentei tinha o rosto coberto por pircings, cabelo ruivo e olhos em espiral. Chouji enfrentou o usuário de explosivos. Naruto que estava no acampamento cuidando de Sai enfrentou uma kunoichi de cabelos azuis que fazia jutsus com papel. Como os pergaminhos foram tirados da mochila eu não sei dizer, pois Naruto diz que em nenhum momento deixou de ter a kunoichi sob seus olhos, mas...
– Mas... – A sannin ouvia tudo atenta, pois conhecia dois desses ninjas pessoalmente e sabia quem era o terceiro e das coisas que era capaz.
– Bom, tivemos um incidente na noite anterior com eles em um restaurante, mas achávamos que eram civis e não ninjas. O fato é que estavam de quatro pessoas, havia mais uma kunoichi, ela tinha cabelos negros e olhos castanhos, nenhum de nós a viu no ataque ao acampamento.
– E Sai?
– Sai não estava nada bem, foi esse o motivo de nossa parada. Quando voltei para o acampamento ele já estava morto, sem sinal de luta ou de ferimento. Ele simplesmente morreu.
– Hai. Quero que encontre a Akatsuki, tentar pegar os pergaminhos agora é em vão, mas quero que saiba mais sobre essa ninja misteriosa. SHIZUNE – Gritou, a morena entrou imediatamente na sala. – Quero uma autópsia completa do corpo de Sai, quero que procure principalmente vestígios de envenenamento. Mas antes, Sai era um ANBU, se ainda tinha chakra quando morreu podemos extrair alguma memória dele.
– Hai. – Ela sumiu.
– Envenenamento...
– Estiveram em um restaurante antes não foi? Poderiam ter colocado algo na comida ou na bebida, mas também pode ter sido um jutsu psíquico, ou genjutsu e por isso ninguém viu a quarta ninja. Se for isso fica impresso na memória dele e nós descobrimos. Por isso quero que encontre essa mulher misteriosa, Shikamaru, você não deveria saber disso, mas temos uma lista completa dos membros da Akatsuki com seus poderes, mas essa pessoa que me descreveu não existe em minha lista, é um novo membro. Quero que me de uma lista dos ninjas que vai levar com você, escolha bem, você não pode mais falhar.
– Hai. – Ele respondeu e sumiu.

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Konan acordou sentindo algo pesado sobre seu corpo, logo viu que se tratava do braço de Pain que caíra sobre si. Ela olhou para o ruivo tão bonito, ele parecia tão calmo quando dormia. Passou o braço por cima do corpo dele a fim de pegar a xícara que Sakura devia ter deixado ali, que vergonha, a outra estava a ajudando e ela dormira antes dela voltar da cozinha com seu chá.
Sentiu o cheiro do mesmo e bebeu, ele não estava mais quente como quando fora deixado ali, mas já estava acostumada com isso, nem sempre as missões eram boas e confortáveis como essa última que tivera, comparado algumas situações que já passara, aquele chá frio poderia ser considerado algo excepcionalmente bom. Excepcionalmente bom? Ela sentiu o gosto da bebida querendo voltar pelo caminho de sua garganta.
– Kuso – Reclamou.
Era apenas um chá, iria vomitar por tão pouco?
Levou o braço novamente em direção ao bidezinho para devolver a xícara. No entanto a ânsia a pegou de surpresa e para evitar vomitar ali na cama, ao lado de Pain, deixou sem querer a louça cair no chão, acordando o ruivo.
Pain ouviu o barulho de algo quebrando ao mesmo tempo em que viu Konan sair num pulo da cama em direção ao banheiro. Assustado coma a reação, foi atrás dela, entrando no banheiro a tempo de encontrar a azulada ajoelhada em frente ao sanitário.
– Konan, o que há com você? O que sente? – Disse se abaixando ao lado da mesma lhe segurando as mechas soltas do cabelo para evitar que fossem sujos.
– Nada, é só um enjoo. – Disse quando se sentiu um pouco melhor.
– Vem – Disse a erguendo – Fique deitada lá na cama enquanto eu vou chamar a Sakura.
– Não. Eu já conversei com ela, isso tudo é normal.
– Como normal? Ainda quando chegamos você estava bem, um pouco pálida, mas bem. Eu não entendo como isso pode ser normal. – Disse já chegando com ela na beira da cama, onde a fez sentar.
– Pain, isso é normal sim porque, bom, mulheres grávidas sentem mesmo muitos enjoos do nada...e eu estou grávida!

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