De onde estava Sakura nada via, um clima úmido atingia seu corpo fazendo-a arrepiar, indicando-lhe o quão longe estava da floresta onde a batalha acontecia. Apenas a respiração da rosada se fazia ouvir e as únicas evidencias de chakra estavam muito longe dali. Quem sabe na batalha mesmo.
As mãos tocaram o ambiente ao seu redor, tentando reconhece-lo. As paredes úmidas e embarradas sujaram suas mãos, e logo uma delas correu para se limpar em sua roupa, então a mão livre e limpa puxou a venda em seus olhos.
Tudo estava escuro, mas ainda assim a cabeça da Haruno parecia querer explodir. Podia ouvir muito ao longe os sons acusadores das batalhas que estavam sendo travadas entre seus amigos, mas não sabia qual, talvez as explosões de Deidara.
Era difícil decidir o que era pior, ficar ali como uma inútil, sem se quer saber como Itachi e os outros estavam se saindo, ou a dor que martelava em sua cabeça. No fundo o que mais incomodava a médica era o pensamento obtuso de que mais uma batalha grande estava sendo travada e mais uma vez, ela estava sendo privada da mesma. Com mãos e pés atados, sem poder ajudar em nada.
– Merda! – Gritou deixando sua voz ecoar pela caverna solitária, tão alto quanto fosse necessário para que a raiva que a afligia fosse extravasada com o gesto.
Havia um ódio crescente em si, algo que não fazia parte de sua personalidade costumeira. Um calor que tomava seu corpo e corria por todas as suas veias, o mais puro ódio. Tentou ser racional e sentou no chão, se quisesse ser útil novamente teria que pensar. E ela era boa nisso.
Era altamente perigoso, mas a rosada precisava agir depressa e para isso, usar a si mesmo como sua curadora. Concentrou-se em seu chakra, ele estava diferente, mais forte e instável. Mas precisava controlá-lo como havia aprendido a fazer desde de muito cedo, uma corrente fina e contínua, que se espalha harmoniosamente por todo o corpo.
Tentou inúmeras vezes, inútil. O que havia de novo em si estava dificultando demais o trabalho. Aquele chakra quente e corrosivo parecia ser indomável.
Fechou os olhos e suspirou, tentou encontrar em sua mente todas as informações que tinha sobre chakra, poder e qualquer blábláblá Uchiha que em algum momento poderia ter julgado como inútil. Meditação, Uchihas meditavam e faziam tarefas que exigiam o triplo de concentração comum.
Eu fiz questão que você soubesse bem o que há de diferente e realmente especial na força e na fúria dos Uchiha.
A voz de Madara soou como um fantasma em sua cabeça. Merda, como se ativa um sharingan, afinal?
Por que tinha lembrado assim das palavras do Uchiha mais velho?
Pensou em Itachi mais uma vez e baseou-se no namorado para achar alguma resposta. Só vinha uma. Meditações, controlar aquele chakra exigia muito mais concentração, pois havia uma fúria incontrolável em sua origem. Madara falava tantas coisas sem sentido, tantas coisas que não tinham nada haver com...
– Consegue entender agora o que o velho senil dizia, linda flor? – A voz dita com clareza soou atrás de si.
– Você morreu. – Disse a rosada sem se virar, não duvidava nem um pouquinho que a dor que sentia pudesse estar a deixando louca.
– Morri! Mas eu já estava velho demais, sabe, é natural que os velhos passem dessa vida para a outra. Não se preocupe, você não está louca, eu sou apenas uma memória sobre o que aconteceu enquanto você esteve 'desplugada'. Toda essa conversa aconteceu no passado, é confuso agora, mas será normal quando você também controlar o tempo e o espaço.
– Hn. – Concordou com um aceno, não sabia de vinha toda calma que lhe atingia.
De repente a dor apaziguava. É claro, era o chakra daquele homem que estava misturado ao seu, não seria estranho que a presença dele melhorasse tudo. E de repente tudo estava tão claro. Sakura abriu os olhos que nem percebeu ter fechado, não estava na caverna escura. Estava em Tsukiyomi.
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O lugar certo para nós
Fiksi PenggemarSakura e Ino compreenderam que Konoha não era mais capaz de lhes oferecer tudo o que almejavam para suas vidas. Insatisfeitas elas foram embora para se tornarem ninjas de vila nenhuma. Não tinham nenhum plano em mente a não ser o desejo de estender...