Inércia

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Como determinado em um pedido mudo, os Akatsukis seguiram em silêncio para sua casa. Pain e Itachi à frente, ambos determinados em apenas seguir em frente. Seguidos pelos outros, cada um com seu cansaço e pesar pessoal.

Ao cruzarem as portas ocultas de um esconderijo subterrâneo, os líderes da comitiva logo encontraram o anjo azulado, em pé, os esperando com olhos cheios de perguntas e aflição. Sakura deu uma olhada geral na peça comunal ampla sem conseguir conter um suspiro pesado, estava cansada de uma forma como nunca se sentira. Mas finalmente, estava em casa.

– Hidan, assim que possível vou cuidar de você. Kakuso-san, será que você... – Disse a rosada sem concluir a pergunta que dirigira ao mais velho.

– Não se preocupe, eu cuido dessas queimaduras enquanto você estiver ocupada com a loira. – respondeu o velho.

– Devo deixar ela onde? – Kisame se infiltrou na conversa, referindo-se à Ino.

– A sala da enfermaria. – Disse Konan. – Há uma maca lá, e alguns equipamentos médicos. São do tempo da guerra Sakura...

– Servirão, não se preocupe. – Respondeu a rosada.

– Vamos todos para lá, Hidan e Kakuso também, precisamos de todas as informações. – Disse Pain.

A peça citada era anexa à sala do líder, Sakura nunca tinha estado ali antes, e nem tinha os escutado falar daquele lugar, mas tudo lhe indicava que aquele esconderijo era muito mais antigo. Devia ter sido usado muito antes.

– Nada como o lar da gente! – Comentou Hidan.

Os Akatsukis caminhavam tão despreocupadamente por aquele ambiente, que por meros instantes deixaram a rosada com certa inveja. Era bobagem, não estava em casa, eles estavam. Ela não conhecia nada ali, não sabia nem se mexer naquele lugar sombrio e gélido.

Num ato involuntário, se viu abraçando o próprio corpo, agarrando-se aos próprios braços. Por que tudo isso tinha que acontecer? Sua vida e de Ino estavam começando a ficar boas, ela estava quase conseguindo afirmar que se sentia feliz em um lugar.

Como daria a notícia à Ino? De qualquer forma isso seria como uma bomba relógio. Sentiu os olhos arderem, e o nome de Sasuke ecoou em sua mente, trazendo junto um sentimento de raiva tão intenso.

Não se lembrava de se sentir assim antes, esse era um novo sentimento seu, mas não se importava, seus dentes crispados com força cismavam apenas em pensar que o sacrifício de Deidara tinha arrastado consigo a vida desgraçada do Uchiha vingativo. Isso devia servir de consolo.

Konan abriu uma porta que ela não assimilou onde ficava, em um dos corredores daquele lugar que lhe parecia apenas um refúgio temporário, não seu novo lar. A rosada sentiu mãos sobre seus ombros e um sorriso pequeno e acolhedor vindo de seu namorado, que lhe tirava a capa pesada e suja da organização. Em seguida Itachi fez a mesma coisa com suas próprias vestes.

Todos tão confortáveis com aquele silêncio. Cada um deles era tão acostumado com a morte, que quase parecia que para os vivos ali, a ausência de uns não era nada além de uma simples ausência. No fundo, ela não queria ficar assim.

Todos entraram em silencio na pequena sala, Hidan sentou-se ao contrario em uma cadeira que havia mais ao fundo, deixando as pernas abertas em torno dos ferros que sustentavam o encosto, que servia de apoio para seus braços. Kakuso logo se juntou a ele, em pé às suas costas, podia cuidar daquelas queimaduras e se manter alerta a reunião sem grandes esforços.

Ino foi depositada com cuidado sobre a única maca no local, enquanto Konan se ocupava acender todas as luzes, extremamente fortes, tão contraditórias ao restante daquele lugar sombrio. Sakura foi atrás da azulada, vedo-a tirar vários soros de um armário com agilidade, jogando alguns para Kakuso.

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