Misericórdia com o meu coração

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Eu congelei? Congelei. Naquele segundo eu refleti sobre todos os meus atos insanos? Refleti, então não era atoa que eu mal respirava quando ambos me deitaram na cama e fechei os olhos um pouco nervoso, quer dizer muito nervoso, de repente eu não queria tanto continuar até o fim... quer dizer, eu estava preparado? Mesmo? E então, quando mãos tocaram na minha barriga e fizeram cócegas eu arregalei os olhos chocado. Tony acabou descendo para o meu pé e em segundos eu gritava desesperado para me largarem porque se tinha algo que eu tinha desespero eram cócegas do pé e na barriga...Como aqueles homens e....!

— Mas você não queria, bebê, hun? Não era isso!?

Tony disse sorrindo mal e eu agarrei os travesseiros muito, muito chocado mesmo.

Eu tentei me desvencilhar já vermelho de tanto rir e me desesperar e por fim eles me soltaram e eu me agarrei na cabeceira da cama arfante e tonto. Step cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas.

— Você entrou em pânico mudo quando viemos sobre você, Peter, agora acredita em mim que não está preparado ainda ou quer outra prova?

Eu neguei e fechei os olhos, era verdade e saber que era verdade me deixou todo envergonhado, mas eles me conheciam mesmo, de verdade e só o fato de eu estar nu ali e eles não atravessarem a linha comigo já era prova o suficiente que eles tinham um controle que eu nem imaginava ter.

Uma coisa eram preliminares – Eu não era tão sem noção, eu sabia tecnicamente como era sexo entre homens – Outra coisa era os finalmente. Tony veio para mim e beijou meus lábios de forma carinhosa:

— Sentimos muito por ter te deixado literalmente na mão esse um ano, bebê – Então ele sorriu e piscou, eu bufei, sem graça! – Mas você ainda não tem intimidade o suficiente conosco juntos para termos sexo completo, era para isso também que usaríamos esses dias aqui na fazenda. Vamos com calma, tudo bem? Queremos ter uma lua de mel passo a passo e queimar fazes não seria legal para nenhum de nós.

— Nos comprometemos com você a te dar prazer quando quiser, em preliminares, e deixamos o resto para depois do casamento, combinado?

Step disse se colocando ao meu lado e passando um braço pelos meus ombros e logo eu me encolhia ali e assentia. Na verdade, pensando bem eu preferiria aquilo também, eles sempre tinham razão porque não eram como eu e não pensavam só com a cabeça de baixo. Rolei os olhos para mim mesmo, que vergonha Peter Parker!

— Bom bom, agora que nosso querido e cheio de hormônios noivo já relaxou e se aquietou, podemos descer para assistimos o filme? Alguém disse que estava atrasado com a maratona da Marvel...

A voz de Loki chegou até mim divertida e eu ergui os olhos para olhar para ele e seu sorriso de arrasar quarteirões:

— Você nunca assiste os filmes até o fim, Loki, não acredito que está propondo maratona!

Ele deu de ombros e me lançou o outro sorriso devastador que lhe pertencia, o que dizia, só para você, paixão...

— Vou fazer esse sacrifício só para você, paixão...

— Pizza ou pipoca?

Steve disse animado e todos riram, é... 

No fim meu plano saiu melhor do que o esperado, quem diria não?




Bucky olhou para a vitrine de tecnologia e suspirou, porque a princesa queria aquela peça tão complicada de obter? Ela pretendia ir para Marte ano que vem?

Bufou e entrou querendo saber se conseguiria levar tudo aquilo para Wakanda sem ser parado pela CIA. Cansou de dizer que era um soldado, não um comprador, mas a princesa nunca lhe dava ouvidos, que gênio deuses!

Levou mais de duas horas de negociações e por fim conseguiu sair da loja com as peças que ela desejava. Enfim, estava em Nova York depois de anos... Bem que poderia comer um hotdog descente antes de voltar para o hotel.

Colocou as peças delicadas e caríssimas no baú da Harley Davidson alugada e decidiu ir até a esquina que lembrava, vendiam os melhores hotsdogs de NYC só que para seu assombro uma floricultura estava na loja de dogs antiga.

Suspirou fundo, enfim, merdas aconteciam não é mesmo?

Ligou a moto para sair quando sem nem entender o porquê, ele desligou a máquina e assistiu um garoto sair da floricultura com um vaso delicado de orquídeas vermelhas e sorrir para a planta como se ela fosse uma pessoa. Ele a colocou com tanto cuidado no balcão de fora que Bucky pensou se ele estava em seu juízo perfeito e piorou quando ele viu o cara falar baixinho com a planta... Ele seria um daqueles hippies doidos que conversavam com plantas?

Então alguém gritou com ele de dentro da loja e ele se ergueu fazendo um movimento pela vidraça de espere um pouco. Bucky se viu fascinado pelos traços asiáticos do garoto, e pelo sorriso amável para com a orquídea. O "japinha" arrumou algum detalhe inexistente no vaso e se encaminhou para dentro da loja ao mesmo tempo em que o ouvido treinado de Bucky depois de duas guerras e muitas missões suicidas pelo governo americano, captou um carro derrapando próximo demais e nem pensou, só agiu. Saiu da moto em um pulo e chegou segundos antes do carro desgovernado na calçada da floricultura de esquina. Saltou sobre o garoto tirando ele da linha de risco e o mantendo sobre seu corpo enquanto o carro destruía a bancada que ele tinha arrumado minutos antes.

Sentiu consciente demais o coração do garoto bater desgovernado assim como os lábios dele ofegante enquanto tentava entender o que estava acontecendo. Sentiu, sabendo que não devia sentir, o corpo levemente tremulo em seus braços, a respiração um pouco desalinhada e o hálito de menta em seu rosto e por último o olhar achocolatado e gracioso sobre o seu.

Ele não devia sentir, não devia, tinha desistido do seu coração há muito tempo e em um segundo de loucura tudo voltava em uma primeira vista insana!

— Você está bem? Se machucou?

Perguntou tenso, o garoto assentiu, e depois negou...

— E-eu estou bem... Q-quem...

— Ótimo!

Se ergueu com ele nos braços, colocou o garoto na calçada segura e então saiu dali o mais rápido que pode, subindo na sua moto e arrancado de zero a cem em milésimos de segundo.

Não olhou para trás, mas sentiu suas costas queimarem com o olhar dele e pela primeira vez em anos soube que estava encrencado, droga!

Meus daddies vingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora